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Pela valorização da Enfermagem

O ano de 2020 foi escolhido como o Ano da Enfermagem pela opas Organização Panamericana de Saúde - OPAS  e pela Organização Mundial de Saúde - OMS. A data homenageia os 200 anos do nascimento de Florence Nightingale, conhecida como a “Dama da Lamparina”. Natural da cidade de Florença, na Itália, a estatista e enfermeira se destacou ao servir como chefe e treinadora de enfermeiras durante a Guerra da Crimeia, na qual organizou o atendimento aos soldados feridos. O apelido se deve ao fato de realizar rondas se utilizando deste instrumento para auxiliar soldados feridos à noite. Seu trabalho é considerado fundamental para a posterior profissionalização da enfermagem. 

A natureza da atividade da enfermagem, relativa aos cuidados presenciais com os doentes (95% da assistência de enfermagem  é de contato direto  com o paciente), levou à morte, durante a pandemia da Covid-19,  um grande número  desses trabalhadores que sofrem com  precárias condições de trabalho e com o déficit de profissionais. Em todo o mundo, havia, antes da pandemia, um déficit de 9 milhões de profissionais da enfermagem. 

No Brasil essa realidade é bastante crítica. Por outro lado, de forma cruel, uma pesquisa sobre a situação na área da saúde realizada em 2015 pelo Cofen e pela Fiocruz, revelou que 65,9% dos profissionais de enfermagem apresentavam, na época, dificuldade de encontrar empregos. Ou seja, os sistemas de Saúde, públicos ou privados, não têm interesse de manter um número adequado de profissionais que garanta um bom atendimento, sobrecarregando os trabalhadores. 

Sem boas condições de trabalho e com salários muito baixos, são frequentes as ações jurídicas que questionam as capacidades teóricas e técnicas desses profissionais.   Com a pandemia, aumentaram a sobrecarga e o desgaste das equipes de enfermagem, enquanto sua importância nos serviços de saúde ganhou mais visibilidade. 

É preciso aproveitar esse destaque recebido por estar na linha de frente do atendimento a uma doença contagiosa que ceifou a vida de tantos profissionais da Saúde e fazer o debate com a sociedade sobre a valorização da profissão. Há mais de 20 anos está travado no Congresso Nacional o Projeto de Lei que institui o Piso Salarial Nacional da carreira da enfermagem, o que deixa muito vulneráveis as negociações salariais dessa categoria, majoritariamente feminina, que recebe os menores salários, as maiores cargas horárias e a maior responsabilidade pelo sucesso dos tratamentos dos pacientes.

No último dia 19, na Praça da Liberdade em Belo Horizonte, ocorreu o Ato Pela Enfermagem, com o objetivo de valorizar a profissão e lutar pelos direitos e as vidas destes trabalhadores que têm salvado tantas vidas nesta pandemia. SINDIBEL,  Coren-MG e  ABEn estiveram juntos na manifestação pela aprovação do PL 799/19, que institui um piso salarial municipal e estabelece a jornada de 30 horas semanais e pela valorização da categoria! 

#CrieOPisoDaEnfermagem
 


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