• Entrar
logo

Livre mercado e inflação: alimentos somem da mesa dos trabalhadores

Como de costume, o Governo chefiado por Jair Bolsonaro mostra seu desprezo pelas camadas mais pobres da população e mantém em alta a inflação dos alimentos, principal gasto das famílias das classes D e E. No último dia 23, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país. A alta foi de 0,45%, a maior inflação no mês de setembro desde 2012.

Alimentos e bebidas causaram a inflação e, só no período, subiram 1,48%. Os alimentos que menos tiveram reajustes em seus valores, já passaram de 10% do começo do ano para cá. O maior impacto foi causado pelas altas das carnes, tomate, óleo de soja e arroz. O bolso do consumidor já não suporta os valores dos alimentos. 

Para piorar a situação, os transportes tiveram alta de 3,19%%, influenciada pela gasolina, que ficou 3,20% mais cara. O óleo diesel e o etanol também apresentaram alta de 2,93% e 1,98% respectivamente. Todas as áreas pesquisadas tiveram elevação de preços em setembro. O maior resultado foi registrado em Goiânia (1,10%), devido às altas nos preços da gasolina (8,19%) e do arroz (32,75%). 

A política que vem sendo tomada desde o governo de Michel Temer é de manter os estoques baixos, o que deixa os preços dos produtos à mercê da oferta e da procura do mercado e da oscilação no valor do dólar, sem interferência do Estado. O arroz está entre os que mais puxaram a queda na armazenagem. Além dele, o feijão sumiu dos estoques públicos há mais de três anos.

A população está cansada de sentir os impactos da administração de Bolsonaro e de sua equipe econômica chefiada por Paulo Guedes, que faz com que um dos principais itens da cesta básica do brasileiro, o arroz, fique inacessível ao consumo devido á política que permite ao produtor priorizar o mercado internacional. Em entrevista ao programa Brasil TVT, a economista Juliane Furno explicou que “o governo Bolsonaro desmontou a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e a política pública de criar estoque regular, que mantinha o preço baixo, a partir da oferta de mais alimentos. Além disso, o nosso agronegócio não é vocacionado a colocar comida em nossa mesa. Se o preço internacional está alto, eles vão priorizar a exportação, enquanto o governo, defensor do livre mercado, não faz nada para regulamentar essa produção”.

Com a redução pela metade do valor do auxílio emergencial, a inflação galopante, o desemprego e o arrocho salarial, a fome passa a ameaçar a classe trabalhadora brasileira.
 


Topo