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Bolivianos reagem ao imperialismo

Após sofrer um duro golpe em 2019, o povo boliviano deu o troco: o MAS (Movimiento al Socialismo), partido de Evo Morales, conseguiu uma vitória esmagadora sobre a oposição golpista nas eleições do último dia 18, domingo, de acordo com a boca de urna divulgada pela emissora Unitel, que deu a Luis Arce 52,4% dos votos, muito mais do que previam as pesquisas eleitorais. Arce, antigo ministro da economia de Morales, conseguiu a vitória sobre a democracia parlamentar boliviana completamente desacreditada após o roubo descarado nas eleições do ano passado. A consolidação dos partidos de direita para tentar assegurar a vitória do golpe, o exílio e massacre de membros do MAS e do campesinato que resistiram ao golpe nas ruas, não impediram a derrota dos golpistas.

A situação tinha tudo para garantir uma nova fraude em prol da direita boliviana, mas a fúria e a indignação popular sobrepuseram os obstáculos da burguesia boliviana e dos imperialistas norte-americanos. O tão sonhado lítio boliviano, necessário para a produção de energias renováveis e todo tipo de baterias, está na mira da superexploração imperialista internacional – o que seria certamente a ruína ecológica e econômica da Bolívia. Aparentemente, o plano imperialista foi barrado, pela vantagem de votos esmagadora (52% dos votos contra 31% do candidato da direita) o que inviabiliza as fraudes eleitorais, tão comuns em eleições acirradas. 

Diversos candidatos da direita chegaram a desistir de concorrer para tentar evitar uma vitória do MAS no primeiro turno, a exemplo da atual presidente golpista, Jeanine Áñez. A vitória foi impressionante Añez congratular Arce antes mesmo do resultado da apuração dos votos: “Ainda não temos uma contagem oficial, mas pelos dados que temos, o Sr. (Luis) Arce e o Sr. (David) Choquehuanca venceram a eleição”. Diante de uma derrota humilhante, mesmo os lacaios do império estadunidense tiverem que abaixar a cabeça e se retirar com o rabo entre as pernas, evocando frases patéticas de “elogios à democracia”, que eles mesmos trataram de tentar destruir.

A contínua propaganda da imprensa burguesa apresentou Evo Morales como um tirano querendo ficar para sempre no poder – fonte provável da sua rejeição alta. Com um novo candidato agindo de forma mais independente, o MAS procurou se desvencilhar da força personalista de Morales. Arce tem um perfil pragmático, menos carismático do que Morales, mas, ainda assim, tem seu nome vinculado às políticas de redistribuição de renda e de nacionalização da economia boliviana.

É certo que os vermes da OEA (Organização dos Estados Americanos) e da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) estão neste momento preparando os próximos passos para recuperar a sua “colônia” boliviana. Os camaradas do, MAS e de toda a esquerda boliviana têm a necessidade de se preparar para uma nova investida imperialista. E quando a burguesia não consegue derrotar a esquerda por vias eleitorais, as luvas podem ser retiradas e todo o tipo de horrores fascistas será considerado para subjugar o povo boliviano.

Por hoje, podemos comemorar: os golpistas perderam! Vida longa ao MAS! Que a luta do povo boliviano conquiste seu justo futuro, arrancando-o das garras dos imperialistas e sirva de inspiração para todos os trabalhadores latino-americanos.
 


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