A população de 13, dos 16 municípios do Amapá viveu novo apagão nessa terça-feira (17) em seu 15º dia de rodízio irregular de energia no estado, que ainda pode durar até 7 de dezembro, segundo avaliação da empresa responsável pelo fornecimento, a Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE). De acordo com a CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá) o novo apagão foi por conta de um curto-circuito na Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes. O Ministério de Minas e Energia (MME) disse se tratar de uma instabilidade no sistema provocada por sobrecarga e que as causas estão sendo investigadas.
Em relação ao problema iniciado em 3 de novembro, a LMTE, em documentos enviados ao Ministério Público Federal, obtidos pela Folha, afirma que a montagem de um novo transformador só será concluída em dezembro. A empresa é responsável pelo transformador de energia que pegou fogo no dia 3, onde havia mais dois equipamentos, mas o segundo foi sobrecarregado e o terceiro não estava em operação desde o ano passado. A empresa pertence à companhia espanhola Isolux, que ganhou uma concessão pública para distribuir a energia no estado.
Socorro público e empresa privada
Em entrevista ao site Brasil Atual, Jedilson Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Urbanitários do Amapá (STIUAP), disse que um dos transformadores foi consertado, o que garantiu um rodízio inicial no fornecimento de energia elétrica por seis horas, mais foi alterado recentemente para quatro horas durante o dia e três a noite, devido a protestos da população que não havia sido contemplada pelo rodízio.
Quem vem atuando de perto para o restabelecimento da energia é a Eletronorte, subsidiária da Eletrobras. “Quer dizer, a empresa privada quebra para a empresa pública consertar”, contesta Oliveira.
Para o dirigente, o apagão no Amapá, ''mostra os riscos da privatização de setores importantes no país, como o elétrico. Privatizá-lo, como quer o governo de Jair Bolsonaro com a Eletrobras, significa o aumento na taxa do consumidor, encarecimento nas tarifas e prestação de serviço de má qualidade.
Lição contra a privatização
Além da falta de água, comida e serviços básicos, os Amapaenses denunciam em campanhas na internet os altos preços da conta de energia elétrica. As tarifas de energia elétrica da região Norte já são mais elevadas do que no restante do país. A eleição em Macapá foi adiada por conta do desabastecimento e a previsão é que o primeiro turno ocorra em 13 de dezembro, e o segundo se houver, no dia 27 do mesmo mês.
O ocorrido demonstra o quão nefasta é, para o povo, a política econômica do governo Bolsonaro, capitaneada por Paulo Guedes. As privatizações não passam de uma alternativa para dar ainda mais dinheiro para aqueles que já possuem os meios de produção. Isso quando não mata diretamente, como no caso dos crimes da Vale em Mariana e Brumadinho, Minas Gerais. Mais uma vez, o alerta é dado. É necessário que a classe trabalhadora se posicione contrária a política de desmonte do Estado e lute pela reestatização dos serviços essenciais ao povo.