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20 de Novembro - Dia Nacional da Consciência Negra: quando um de nós tomba, todos tombamos

A data de 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra foi oficializada pela lei federal nº 12519, de 10 de novembro de 2011. A data, que homenagem Zumbi dos Palmares, líder negro assinado pelo governo português em 1695, tem entre seus objetivos fomentar na sociedade debates e reflexões em relação à importância da população negra e sua valorização, promover o reconhecimento da história dos afrodescendentes, incentivar debates e ações  voltados à promoção da igualdade racial e a inclusão positiva de negras e negros na sociedade.

Esta data nos convoca, enquanto militantes, a fazermos um balanço real sobre a situação do negro na sociedade de classes, apontando avanços, retrocessos e caminhos que precisam ser percorridos para a mudança efetiva da realidade apresentada. O Atlas da Violência do ano vigente reitera os dados de anos anteriores, comprovando, estatisticamente, que a população negra permanece como principal alvo da violência do Estado que mata cotidianamente. Outros dados mostram como negras e negros permanecem como a base da pirâmide social, recebendo os piores salários, com menor nível de escolaridade, menos acesso à saúde e outros direitos sociais. O Estado capitalista, desde a instauração da escravidão moderna até os dias de hoje, atua na desumanização, opressão  e exploração da população negra, ampliando o abismo entre as classes sociais.

Apesar de sua relevância, o mês da Consciência Negra pouco importa para o grande capital e para aqueles que detêm o poder e a riqueza em nosso País. Ontem, dia 19 de novembro, um homem negro foi espancado até a morte por seguranças à serviço de uma das unidades da rede de supermercados Carrefour em Porto Alegre. 

A Luta Pelo Socialismo (LPS) vem a público expressar sua indignação contra esses atos cotidianos de covardia e opressão contra o povo negro. Somos categóricos em afirmar que se um de nós tomba, todos nós tombamos!

Contudo, nenhuma ação nefasta do capital, por pior que seja, irá  nos fazer parar. Nossa luta segue ainda mais forte, em respeito aos que se foram e aos que virão. Reiteramos que o fim do capitalismo é nossa meta principal e será alcançada juntamente com a superação do racismo e a eliminação de todas as formas de opressão. Enquanto o capitalismo usa de meios obscuros e desonestos para manter sua existência, nós fazemos valer a luta de Zumbi e tantos outros que tiveram suas vidas ceifadas pelo capital. Nossa batalha não é  e nunca será vã.

Sabemos que há um longo caminho a ser percorrido para a tomada efetiva do poder e a construção de uma nova ordem social, não-capitalista e não-racista. Sabemos da importância da representatividade para a luta do povo negro, porém, quando vemos mais um de nós ser assassinado violentamente, como foi o caso citado acima, reforça nossa certeza de que é preciso mais, é preciso aliar a luta antirracista à luta de classes. É preciso destruir o capitalismo e tudo o que ele representa. A exemplo de Zumbi, é preciso resistir e também lutar.  Como bem nos ensina Steve Biko, intelectual negro, o racismo e o capitalismo são faces de uma mesma moeda. 
 


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