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Inflação em alta reduz ainda mais o poder de compra dos salários

Famílias pobres e trabalhadores informais vivem numa penúria quotidiana no Brasil e, na contramão desta necessidade, Bolsonaro reduziu o poder de compra do salário mínimo ao menor em 15 anos. O aumento elevado de preços dos alimentos durante a pandemia e o fim da política de valorização do salário mínimo, que entre 2011 e 2019 obteve reajuste pelo índice de preços e também pela variação do Produto Interno Bruto (PIB), são dados que refletem a redução deste poder de compra. 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2020 com alta de 4,52% e os preços dos alimentos acumularam aumento de 14,09% no ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reajusta o salário mínimo, fechou com alta de 5,45%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,78% na primeira apuração de 2021. Desde 2016 este é o maior resultado para janeiro.

Um levantamento divulgado pelo Dieese mostrou que houve aumento do valor da cesta básica em 17 capitais pesquisadas no país. Arroz, óleo de soja, carne, leite, batata, açúcar e farinha foram produtos vilões, que pesaram no bolso em 2020. Entre os alimentos que mais aumentaram os preços, o óleo de soja (103,79%) e o arroz (76,01%) dispararam, assim como o leite longa vida (26,93%), as frutas (25,40%), as carnes (17,97%), a batata-inglesa (67,27%) e o tomate (52,76%). 

Tomando por base a análise da alta de preços feita pelo IBGE, por sua vez, este pontuou que no grupo Alimentação, o maior aumento ficou com as carnes, arroz, batata inglesa e frutas e como consequência também encareceram a refeição e o lanche fora do domicílio. Em Habitação o destaque da alta ficou com a energia elétrica e o gás de botijão, este último com oito aumentos seguidos. No grupo Transportes – os vilões em aumentos foram para os itens automóveis novos e usados e transporte por aplicativo (este último superior a 8%). No grupo Vestuário houve aumento geral dos preços das roupas masculinas, femininas e infantis, de calçados e acessórios, de eletrodomésticos, equipamentos e mobiliário. Finalmente, no grupo Saúde e Cuidados Pessoais o destaque do aumento ficou para os itens de higiene pessoal e planos de saúde.

Os efeitos da inflação são desiguais e os gastos com alimentação acabam pesando mais para as famílias de renda mais baixa, já que grande parte do orçamento das mesmas corresponde ao gasto com alimentos. Esta constatação coloca na ordem do dia a necessidade de uma política de valorização do salário mínimo. Em estudos o Dieese demonstra que, considerando o valor da cesta básica de São Paulo, o valor estimado do salário mínimo deveria ser equivalente a R$ 5.304,90, ou seja, 5,08 vezes superior ao valor vigente. Este cálculo leva em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

Estas análises revelam a necessidade de organizar a Classe Trabalhadora brasileira para lutar contra a política de exclusão social e ampliação da miséria do governo de Jair Bolsonaro.
 


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