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Educação pública não é gasto, é investimento

O aumento dos investimentos na Educação é pauta histórica nas lutas em sua defesa. Mas quanto do dinheiro público aplicado nos estudantes retorna para o governo? Uma pesquisa inédita feita pela Universidade Federal de Itajubá, no sul de Minas Gerais, mostra que para cada real investido na universidade, o estudante recebe R$ 3,28 em renda ao longo da vida, o que leva os pesquisadores a considerar que 30% de tudo que o profissional receber retornará para o governo em impostos.

Se multiplicados por todos os formandos, em um ano esses impostos somam R$ 214 milhões de reais, quase o valor total de custo da universidade em um ano, que é de R $218 milhões. Os números revelam que o investimento público em educação, mesmo sob a ótica do mercado, não é um gasto para os governos. O pesquisador da Unifei, Moisés Vassallo, acredita que com mais educação as pessoas têm maior renda, e pessoas com maior renda pagam mais impostos, investindo no financiamento e manutenção da universidade pública de qualidade.

Custear as universidades com dinheiro público traz benefícios para o país?
 
Com os intensos ataques aos serviços públicos promovidos pelos discursos liberais que embasam as políticas públicas do governo Bolsonaro, estudos sobre a relação custo/benefício do investimento nas universidades ganharam força. Na Universidade Federal do ABC, na grande São Paulo, por exemplo, metade dos alunos vieram de escolas públicas e a ideia é saber se, quando formados eles conseguem socializar o conhecimento adquirido. Para o reitor da UFABC, Dácio Roberto Matheus, os investimentos em ciência, tecnologia e ensino público são uma grande poupança para solução de problemas que as sociedades modernas e desenvolvidas fazem para tempos de crise. 

Mais de 90% de todas as pesquisas científicas realizadas no país acontecem nas universidades públicas e esse retorno, embora difícil de medir, é considerado estratégico para o desenvolvimento do Brasil. O ano de 2020 foi um exemplo marcante, pois, logo que o mundo se deparou com o novo coronavírus, foi nas Universidades e instituições de pesquisa públicas que se desenvolveram pesquisas para criação de insumos, vacinas e disseminação de todo tipo de conhecimento sobre o enfrentamento à pandemia. 

No entanto, mesmo diante da evidente importância vital das universidades públicas brasileiras, a política de sucateamento e cortes no orçamento do governo Bolsonaro se mantém. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia, o Ministério da Educação – MEC - do governo Bolsonaro foi o que menos investiu nas universidades e institutos federais desde 2015. Nas mãos do pastor privatista Milton Ribeiro, o MEC, sequer garantiu o acesso e a permanência dos estudantes mais pobres no ensino superior em meio a pandemia, além de não realizar mudanças estruturais para um retorno presencial seguro. O orçamento para 2021 receberá cortes drásticos e o cenário de precarização e destruição das instituições e da pesquisa nacional será pior.

É urgente unificar a luta de estudantes e professores em defesa da Educação Pública, rumo á construção de uma Greve Nacional da Educação.
 


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