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Violência contra as mulheres, negacionismo e opressão caminham juntas

Um caso de agressão contra a mulher, ocorrido em janeiro deste ano, em Belo Horizonte, evidencia o caráter machista e violento da mentalidade negacionista e reacionária que se fortalece no Brasil, respaldada pela política genocida do bolsonarismo.

Após denunciar a vizinha que estava com Covid, mas não fazia uso de máscara e nem respeitava distanciamento social, uma moradora de um residencial no bairro Castelo, região da Pampulha, que por razões de segurança não será identificada, foi agredida pela denunciada e seu marido. A desavença começou quando a vítima denunciou, em um grupo de moradores, que as regras de distanciamento social e utilização de máscaras não estavam sendo respeitadas no residencial, em virtude do comportamento de uma das moradoras que, mesmo estando contaminada pelo coronavírus, se recusava a tomar medidas de distanciamento social e utilizar máscaras, colocando em risco a saúde dos outros moradores e funcionários do residencial. A partir deste momento, o marido da denunciada passou a enviar mensagens de ameaça e xingamentos. 

Na quarta-feira, dia 13 de janeiro, a vítima teve a luz de seu apartamento desligada e, ao descer para verificar o que havia ocorrido, observou que o disjuntor de energia havia sido desligado. Neste momento, o homem que a vinha ameaçando, totalmente transtornado, a agarrou por trás, pelo pescoço, e a jogou no chão, imobilizando-a e desferindo vários golpes no rosto. A esposa do agressor também estava presente e participou da ação. A polícia foi chamada, mas o agressor não foi localizado. Foi constatado que ele mesmo havia desligado o disjuntor, premeditando o crime, que aconteceu no ponto cego das câmeras do condomínio.

Diante do caso, foi lavrado um boletim no 34º batalhão da Polícia Militar, número: 2021-002044531-001, e a vítima segue aguardando ação da justiça para que a agressão não saia impune. 

O caso não é isolado. O registro de ataques à profissionais da Saúde e cientistas, desferidos por apoiadores de Jair Bolsonaro, mostram que a violência é o recurso da extrema-direita para manter o controle sobre a população. Em maio do ano passado, em Brasília, um grupo de enfermeiras (os), profissão majoritariamente feminina, em protesto por melhores condições de trabalho e pela manutenção do isolamento social, foi cercado por bolsonaristas que tentaram interromper o ato e agredir as profissionais. 

A pandemia explicitou a ofensiva da direita, de forma mais violenta possível, contra a vida da população mundial, bem como a omissão do Estado na preservação e qualidade de vida dos trabalhadores. As mulheres, como o setor mais oprimido da classe trabalhadora, sofrem de forma mais dramática os efeitos dos retrocessos histórico e social que vivemos. No Brasil, há tempos, a bancada BBB (Boi, Bíblia e Bala) no Congresso Nacional tenta acabar com os direitos democráticos adquiridos, a exemplo da Lei Maria da Penha, que prevê que todas as formas de discriminação e violência contra a mulher estejam sujeitas às sanções e penalidades da lei.

É preciso organizar as mulheres e demais setores oprimidos da sociedade para combater o avanço da extrema-direita, denunciando todos os casos de violência e opressão, que são o modus operandi do Estado capitalista. 
 

Foto: Doidam10/Freepik


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