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O eterno problema da imigração nos EUA

Nesta semana, autoridades dos Estados Unidos divulgaram uma série de fotos de aglomerações nos centros que abrigam imigrantes detidos na fronteira com o México. As fotos foram feitas pelo Deputado Henry Cuellar, do partido Democrata, durante uma inspeção a um dos centros temporários de triagem em Donna, no Texas. Em algumas das imagens, é possível ver crianças desacompanhadas e famílias aglomeradas, dormindo em colchões plásticos no chão, cobertas por cobertores térmicos.

A tentativa de entrar nos EUA ilegalmente em busca de melhores condições de vida, ou fugindo de perseguições políticas e da violência social, é parte do sonho da classe trabalhadora da América Latina em também se beneficiar das benesses do capitalismo. Os Estados Unidos tronam-se um grande objetivo, já que o país é considerado o centro das oportunidades. O “american way of life” torna-se um sonho para estes trabalhadores, que são explorados em seus países por condições impostas pelo próprio imperialismo. Porém, a política repressiva contra a imigração, com mortes nas fronteiras e agora também com o cárcere, se agravou muito durante a era Trump, um governo que expressou as contradições geradas pela crise econômica do país. Inclusive, o ex-presidente prometeu durante sua campanha eleitoral que não só deportaria os imigrantes ilegais, como construiria um muro ao longo da fronteira, para evitar que esses chegassem ao país, além de reforçar o controle sobre a entrada e saída dos mesmos.

No entanto, com a eleição de seu opositor, Joe Biden, o legado de Trump continua. Em meio à pandemia da Covid-19, os imigrantes ilegais estão mantidos confinados e amontoados em centros precários, com salas pequenas, sem respeito ao distanciamento social. Muitas crianças, separadas de suas famílias, são obrigadas a conviver com estranhos e passar por situações em que, segundo ativistas de direitos humanos, não possuem acesso adequado a materiais de higiene, alimentação básica e possibilidade de distanciamento para evitar a propagação do vírus.

A verdade é que, sejam Democratas ou Republicanos, o papel dos presidentes da maior potência econômica mundial é manter os interesses do imperialismo monopolista, a expressão da crise terminal do capitalismo. A questão do “Muro” é exemplar. Desde os anos 90, governos do republicano George H. W. Bush e do democrata Bill Clinton, construíram barreiras nas entradas dos estados da Califórnia, Arizona, Novo México e Texas. Clinton, inclusive, por meio da Operação Guardião, foi responsável por erguer um muro de 14 milhas (22,4 km) entre San Diego e Tijuana. 

Essa é a verdadeira face do imperialismo. Enquanto as riquezas dos países latinos são retiradas para sustentar uma pequena parcela da população, que controla as grandes corporações imperialistas, a população desses países continua presa a um ciclo de exploração, onde apenas as migalhas sobram. E quando buscam por melhores condições, são presos, humilhados e, em última instância, mortos pelo sistema criado pelos opressores. O capitalismo é a grande mazela que aflige o mundo e que suga a riqueza e o suor dos trabalhadores , enquanto beneficia uma casta de parasitas que se importam apenas com seus lucros. Somente a luta dos trabalhadores, com os métodos da luta de classes, pode pôr fim a essa exploração. 
 


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