A burguesia brasileira deu mais um passo para aumentar a desigualdade no acesso à vacina contra a Covid-19. No dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, o Congresso Nacional aprovou a compra de vacinas pelo setor privado. Segundo lobby de Luciano Hang, dono das lojas Havan, o objetivo é vacinar os funcionários das empresas. A proposta será enviada para análise do Senado. Segundo o texto aprovado, os empresários poderão comprar vacinas que ainda não tiveram aval da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que autorizadas por agências reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso significa reduzir a autoridade da agência e retirar a possibilidade da doação de parte das vacinas compradas ao SUS, que só pode utilizar vacinas com autorização temporária ou definitiva da Anvisa.
A legalização do “fura-filas” é malvista por toda comunidade mundial de Saúde. O Brasil é o oitavo país a privatizar as vacinas no mundo e os trabalhadores brasileiros sabem que a medida vai favorecer a imunização de uma pequena parcela da população, que poderá pagar pela vacina. A medida é mais um obstáculo para a exigências da vacinação gratuita, rápida e massiva de toda população, além de deixar os trabalhadores de empresas privadas a mercê de vacinas duvidosas, sem regulamentação nacional, nem da Anvisa nem do SUS.
Com o ritmo lento da imunização no Brasil, cujo governo mostra desprezo pelo assunto, e sem as medidas de isolamento social capazes de frear a pandemia da covid-19, o vírus apresenta mutações e vai tornando-se mais resistente às vacinas existentes. Fica impossível, assim, barrar a tragédia social da pandemia em nosso país continental em que a maior parte da população já está, inclusive, ameaçada pela insegurança alimentar.
Propomos que o Senado rejeite a proposta. Convocamos os trabalhadores a lutar pela compra de vacinas exclusivamente pública e pela vacinação rápida, gratuita e massiva.
Pela quebra das patentes e vacinação massiva já!
Foto: Revista Movimento
