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EUA e China: tensões em países do Pacífico

Os Estados Unidos da América advertiram a China no último dia 7 de abril sobre a escalada de tensões com as Filipinas e Taiwan, promovidas pelo exército chinês. Os dois países, aliados americanos, têm demonstrado preocupação a Washington com o que consideram movimentos agressivos por parte da China. 

No caso de Taiwan, ilha considerada pela China um território separatista que deve ser reunificado com o continente, a preocupação dos EUA aumentou depois que 15 aviões chineses entraram na zona de defesa aérea taiwanês. Taiwan tem se queixado de atividades militares chinesas frequentes nos últimos meses – a Força Aérea da China faz incursões quase diárias na zona de identificação de defesa aérea taiwanesa. 

Já no caso das Filipinas, as tensões se dão pelo recente episódio envolvendo mais de 200 navios militares, vistos em março em águas territoriais disputadas entre China e Filipinas. Os navios chineses foram avistados pela primeira vez em 7 de março no recife Whitsun, por volta de 200 milhas a oeste da ilha de Palawan, no disputado mar da China Meridional, embora muitos tenham se dispersado. O Mar do Sul da China, também chamado de Mar da China Meridional, se localiza em uma região por onde passa uma das principais rotas comerciais do planeta. Apesar das demandas das Filipinas e dos outros países da região, a China vem expandindo os exercícios militares nesse mar e promovendo a construção de Ilhas artificiais, que geralmente servem como bases militares.

Essas tensões geraram declarações do Porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, que afirmou que os Estados Unidos estão prontos para agir caso o cenário se intensifique. Como sempre faz para justificar sanções e intervenções em outros países, o governo dos Estados Unidos alega a defesa do povo do povo de Taiwan. Em relação às tensões nas Filipinas, Price  afirmou que "Um ataque armado contra as forças armadas, as embarcações públicas ou as aeronaves das Filipinas no Pacífico, incluindo o mar da China Meridional, desencadeará nossas obrigações sob o Tratado de Defesa Mútua entre os Estados Unidos e as Filipinas".

Pequim e Washington navegam porta-aviões em diferentes frentes em águas vizinhas à China. De acordo com o portal russo de notícias, Sputnik, “Analistas dizem que a presença naval dos EUA em águas vizinhas à China é um sinal da administração do presidente norte-americano Joe Biden para seus aliados na região e para Pequim de que está comprometido em manter uma presença militar na região para conter a China. 

O que vemos é, na realidade, um desdobramento das tensões comerciais e militares que os EUA e a China enfrentam entre si. Apesar de serem parceiros comerciais, os dois países disputam hoje o lugar de maior potência mundial. Com o astronômico crescimento da China colocando em xeque esta posição que os EUA ocupam desde o final da Guerra Fria. Utilizando-se dos conflitos entre a China e os outros países do Pacífico, a disputa entre o expansionismo chinês e o domínio imperialista estadunidense ganha um novo capítulo e os EUA avaliam a possibilidade de estabelecer sanções ainda mais pesadas ao país, garantindo  sua hegemonia como potência imperialista, tentando evitar que a China expanda seu domínio para os países próximos dela. 

Devemos observar com cautela os movimentos de ambos os países, pois as tensões geradas por esse conflito de interesses, repercutem em larga escala em todo o mundo. Aos trabalhadores é preciso que as forças de esquerda mundiais apresentem uma alternativa de organização independente dos interesses das nações em conflito.
 


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