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Daunte Wright: mais um jovem negro morto pela polícia nos EUA

No último dia 11 de abril, um jovem negro de 20 anos, chamado Daunte Wright, foi assassinado após ser abordado por policiais na avenida de Orchard, em Brooklyn Center, por uma violação das regras de trânsito. O jovem, que estava com a namorada, foi “convidado” pelos policiais a sair do carro, momento em que recebeu voz de prisão. Ao tenta entrar novamente em seu veículo, uma policial se aproximou e disparou contra Dante, que ainda conseguiu ligar o carro e sair do local. Pouco tempo depois, o jovem morreu ao volante – o automóvel só parou quando bateu em outro carro.

A polícia alega que a morte foi “acidental”. Segundo o chefe de polícia, Tim Gannon, a agente que realizou os disparos confundiu a arma de fogo com a arma de choque, e que sua intenção era apenas de “atordoar” o jovem de 20 anos.

O crime ocorreu na mesma semana em que o mundo observava o desenrolar do julgamento de Derek Chauvin, policial que matou George Floyd ao se ajoelhar no pescoço da vítima durante nove minutos. Como se vê, as barbaridades policiais contra os negros estadunidenses não param. Mas a resposta da população foi quase que imediata.

Na mesma semana, uma série de protestos ocorreram na cidade. Centenas de pessoas protestaram em frente ao departamento de polícia de Brooklyn Center. Os manifestantes, que pediam justiça por Daunte e Floyd, entraram em confrontos com a polícia, que usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes.

Para tentar conter os manifestantes, o prefeito de Brooklyn Center, Mike Elliott, decretou toque de recolher de 1h às 6h, pedindo aos manifestantes para permanecerem pacíficos: "Os manifestantes pacíficos não são enfrentados com força", afirmou. O mesmo pedido foi realizado pelo presidente dos EUA, Joe Biden.

Os pedidos do prefeito de Brooklyn Center e do presidente estadunidense não passam de demagogia, pois não há nada mais cruel que a violência do Estado burguês. A face racista e segregacionista dos EUA nunca deixou de aparecer, mesmo após o fim das leis que corroboravam esta postura. A população negra dos Estados Unidos desde sempre foi “jogada” periferias, com péssimas condições de vida, oprimida pelo sistema capitalista de todas as formas possíveis, colocando aqueles que deveriam “servir e proteger” para serem os algozes. Os assassinatos de George Floyd e de Daunte Wright deixam explícito o caráter racista da polícia dos Estados Unidos, que age com violência desmedida quando os alvos são pessoas negras. No caso das pessoas brancas, a regra é não tocar nas armas, como foi na invasão do Capitólio, em 6 de janeiro deste ano.

A morte de mais um jovem negro pelas mãos da polícia entra para as estatísticas e com ela, mais uma prova da perpetuação do racismo dentro do sistema capitalista, que se baseia na opressão do homem pelo homem e coloca a população negra sempre como alvo. 
 


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