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Os frutos da política representada por Bolsonaro

A ausência de um plano de gestão da pandemia do governo Bolsonaro vem gerando reflexos na economia. Estudo do IBGE mostra que a produção industrial caiu em fevereiro, puxado principalmente pela queda em São Paulo nas produções alimentícias e petroquímicas e pelas produções automobilísticas em outros estados. 

Parte dos reflexos são por conta das políticas econômicas cíclicas, isto é, políticas que mantêm o fluxo de ciclo de crise, em que o governo retira investimentos em momentos ruins e dá espaço para que empresários ligados às corporações estrangeiras aumentem suas taxas de lucro, enquanto corta direitos dos trabalhadores.

A estratégia de chantagem sobre a população trabalhadora é a de apontar as reformas fiscais como solução, quando, na verdade, elas só aprofundam a crise. A grande imprensa espalha mentiras sobre as necessidades dessas reformas, que agradam os interesses de rentistas e de parte do empresariado brasileiro ligado ao imperialismo. 

No momento mais dramático da pandemia no país, a política adotada pelo Ministério da Economia de Bolsonaro e Paulo Guedes mostra sua face perversa, com a diminuição de investimentos na saúde, a falta de gastos sociais e o corte de direitos sociais garantidos aos mais vulneráveis.

Há de se lembrar do desgaste para aprovar o primeiro auxílio emergencial, cujo valor de 600 reais foi garantido por meio de muita pressão dos partidos de esquerda no Congresso Nacional. Já o mísero segundo auxílio só foi possível após ser acertada uma atroz minirreforma administrativa que, potencialmente congelará os salários do funcionalismo público por 15 anos, a depender do desempenho da economia. 

A diminuição da circulação de pessoas, com fechamentos parciais de alguns setores, mesmo insuficiente para conter o vírus, afeta a produção, os empregos e a demanda até mesmo por itens básicos. A única forma de se evitar o prolongamento dessa situação é com medidas efetivas de combate à pandemia, com planos estratégicos de segurança sanitária e de vacinação massiva, além da injeção de dinheiro público na proteção do poder de consumo dos trabalhadores e socorro aos pequenos empresários. 

Essa junção de fatores se torna uma bola de neve para os trabalhadores que, de um lado vivem o medo da pandemia, sem condições de uma vida saudável e, do outro, a necessidade de se arriscar no trabalho atendendo à demanda da burguesia em sua busca insaciável por lucro, tendo os corpos dos trabalhadores como combustível. 

Bolsonaro é apenas um representante, autoritário e fascista, de um projeto econômico mundial que exige as reformas e os ajustes fiscais contra o povo, e que, inevitavelmente, irá gerar revoltas populares. Por sua vez, a burguesia nacional vive suas contradições ao ver a industrialização diminuir e a pressão sobre Bolsonaro aumenta. 

Resta saber se é a força da classe trabalhadora organizada em suas lutas que irá derrubar esse governo ou se será tarefa de parte da burguesia, descontente com os rumos da política bolsonarista. Para garantir os interesses da maioria, os mais pobres, é necessária uma frente única de esquerda, com um projeto feito pela própria classe trabalhadora para defender seus interesses e garantir a retomada econômica junto com condições materiais e sanitárias dignas e direitos para todos. 
 


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