• Entrar
logo

Desemprego e fome no Brasil: graves problemas do capitalismo

Na primeira metade do século XX, o Brasil passou por um intenso processo de êxodo rural, motivado pela falta de condições de sobrevivência, pobreza e miséria, levando milhares de pessoas para os grandes centros urbanos em busca do sonho de uma vida melhor. 

O “abandono” do campo pelos trabalhadores é resultado da concentração de terras e do crescimento do latifúndio que, aliado ao avanço da tecnologia na produção, diminui drasticamente as condições de trabalho e da sobrevivência. O avanço tecnológico a serviço apenas dos interesses do agronegócio e visando somente o lucro, seja para a exportação de grãos, seja para a criação de animais, tem intensificado a repressão aos pequenos produtores e sem-terra, além de reduzir a quantidade de empregos nas áreas rurais. 

Os grandes latifundiários, armados com o apoio da justiça burguesa, das milícias rurais e da força policial que atuam no campo, têm intensificado seus ataques aos trabalhadores que ocupam a terra em busca da sua sobrevivência. Para isso, não se furtam de métodos ilícitos como emboscadas, assassinatos, grilagem de terras, medidas judiciais arbitrárias etc. O resultado é a expulsão dos camponeses de suas terras, levando famílias inteiras para as grandes cidades, em busca de oportunidades e de uma vida melhor. Porém, sem condições reais de trabalho e perspectiva, o reflexo dessa política nociva é o aumento do número de pessoas em situação de rua, principalmente nos grandes centros urbanos. Estes trabalhadores acabam vivendo às margens da sociedade, em condições precárias, que se tornaram ainda mais evidentes com a pandemia. Toda esta situação é combustível para que o Brasil tenha cerca de 19 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, sem direito à alimentação digna, emprego, moradia decente etc.

A crise mundial do capitalismo levou, invariavelmente, a um aumento do desemprego, a redução dos já baixos salários e a ampliação das péssimas condições de trabalho, formando um exército enorme de trabalhadores desempregados ou que, para sustentar suas famílias, trabalham em subempregos ou empregos totalmente precarizados.

O capitalismo é a expressão mais cruel da nossa sociedade, não existe espaço para romantismo em suas relações. O governo e os patrões não querem investir para melhorar as condições de vida da população, pensam exclusivamente no lucro e, portanto, na exploração cada vez maior, pouco importando se milhares de pessoas terão condições básicas de sobrevivência como alimentação, emprego, educação, saúde e moradia. Os governos não têm interesse algum em formular um plano de obras e medidas públicas para minimizar o sofrimento de uma parcela considerável da população. Faz-se necessária uma pressão das organizações e sindicados para construção de políticas públicas que absorvam a carência dos desempregados, desalentados e subempregados. É preciso desenvolver projetos governamentais que garantam os direitos de todos, e denunciar os casos de desrespeito às condições mínimas de vida.

O homem está perdendo o direito ao trabalho que é, em tese, um direito que todos deveriam ter no sistema capitalista: o de ser explorado. A Reforma Trabalhista, a Reforma Previdenciária e a terceirização sem limites foram expedientes fundamentais para que a burguesia aumente seus lucros às custas da piora das condições de vida da classe trabalhadora. O desemprego de uma parcela da população é também um recurso utilizado pela burguesia para tornar os salários mais baixos possíveis, tendo uma reserva de trabalhadores que aceitariam trabalhar por menos que o mínimo, e forçando àqueles que já trabalham pelo mínimo a aceitarem as péssimas condições que são submetidos. Apenas o fim da sociedade baseada em classes, com a tomada do poder pela classe trabalhadora, pode colocar os meios de produção, que hoje servem para que uma ínfima parcela da população tenha lucros exorbitantes, a serviço de todo o povo, elevando as condições de vida e acabando com todas as formas de exploração do homem pelo homem. 
 


Topo