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Não à privatização dos Correios!

O governo genocida de Jair Bolsonaro vem promovendo o desmonte do Estado. Na última quinta-feira, dia 05/08, vivemos um dos maiores golpes contra a população brasileira: a votação, na Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei (PL) 591/2021, que trata da venda dos Correios, a maior empresa de logística da América Latina, uma das maiores empresas postais do mundo, responsável por integrar todo o território nacional. 

Única estatal presente nos 5.570 municípios brasileiros, os Correios chegam em regiões onde nem mesmo a energia elétrica alcança. Isso sem falar que é uma empresa altamente lucrativa, totalmente independente do caixa da União, apesar de não ser essa a sua função social. Segundo os balanços anuais, apresentados pela direção dos Correios, apenas no ano passado, a estatal teve um lucro bilionário estimado em R$ 1,5 bilhão. Entre os anos de 2017 a 2019, foram mais de R$ 930 milhões de lucro. Entre 2001 e 2020, houve 16 anos em que a empresa gerou lucro, um repasse estimado em R$ 9 bilhões em dividendos para a União.

Como se vê, a entrega da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) é um crime de lesa-pátria, orquestrado por todos os partidos da direita brasileira, inclusive aqueles que cinicamente se apresentam como “centrão”. Apenas PT, PCdoB, PSOL e Rede votaram completamente contra a privatização. Avante, Cidadania, DEM, MDB, Novo, PDT, PL, PP, PROS, PSB, PSC, PSD, PSDB, PSL, PTB, PV, Patriota, Podemos, Republicanos e Solidariedade votaram contra o povo, a favor da venda dos Correios, o que, mais uma vez, mostra a completa falácia da chamada política de “frente ampla” contra Bolsonaro. Absolutamente todos os partidos da chamada “direita” e “centrão” têm acordo com a política econômica que está sendo levada a cabo pelo governo Bolsonaro. Todos querem a entrega das estatais e o aumento dos lucros para os empresários em detrimento das condições de vida do povo brasileiro.  

Vender os Correios é acabar com um serviço essencial para a população, pondo fim à universalização dos serviços postais, um direito amparado pela Constituição Federal. Com a privatização, só haverá entregas onde houver lucro, portanto, estaremos diante de um verdadeiro apagão postal. Isso sem falar na demissão de milhares de pais e mães de família, que terão seus sustentos ameaçados. Em absolutamente todos os processos de privatização vivenciados no País, a demissão dos trabalhadores foi a regra. Com o governo Bolsonaro não há sequer a garantia de uma estabilidade mínima para os funcionários da empresa. No caso da privatização da Eletreobrás, por exemplo,  presidente vetou do texto, aprovado no último 15 de julho, justamente a parte que garantia alguns meses de estabilidade aos trabalhadores.

O Brasil possui hoje, oficialmente, mais de 14 milhões de desempregados. As privatizações previstas para o próximo período, além de todos os danos à população, irão reforçar esse exército de desempregados. Nos Correios, são quase cem mil famílias em situação de potencial desemprego.

Aumento da miséria e exploração da classe trabalhadora: é só isso que se pode esperar das medidas adotadas pelo governo Bolsonaro.

 

Ofensiva do governo deve ser enfrentada com a contraofensiva das massas

 

Bolsonaro segue à risca a cartilha daqueles que financiaram sua eleição. O desmonte das estruturas do Estado está posto. Todos os setores estão sofrendo duros ataques, seja no campo ou na cidade. A ofensiva, como vemos, é apoiada por todos os setores da burguesia, numa ação muito bem orquestrada.

Isto nos coloca a urgente necessidade de uma ação direta das massas, única forma de se contrapor aos ataques generalizados. A Greve Geral dos trabalhadores, que paralise efetivamente os meios de produção, é a resposta que as massas, de conjunto, precisam dar aos seus algozes.

Sem organizar uma mobilização nacional, uma a uma as categorias serão derrotadas. Neste sentido, as Centrais Sindicais, em especial a Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior e mais importante central brasileira, precisa tomar para si a tarefa de organizar os trabalhadores e ir para a ofensiva.

Não podemos ficar parados, vendo as nossas empresas públicas e o patrimônio do povo serem desmontados em nome de uma eleição que todos os dias é ameaçada de golpe. Sem uma resposta imediata que esteja à altura dos ataques, até mesmo a democracia burguesa estará ameaçada. O nosso próximo passo é a Greve Nacional do Serviço Público, dia 18  de agosto, contra a PEC32. A política entreguista do governo Bolsonaro precisa ser derrotada nas ruas, pelas mãos da classe trabalhadora! 
 


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