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O Imperialismo e a luta pela independência e libertação do povo Afegão

O aprofundamento da crise imposta ao povo Afegão, que de um lado enfrentou 20 anos de ocupação militar dos EUA e, por outro, encara a “vitória” dos Talibãs contra os estadunidenses e aliados ocidentais, nos indica que se faz necessário impor uma derrota de conjunto ao imperialismo. Sem dúvidas, os acontecimentos no Afeganistão mostram a verdadeira face perversa, a marca registrada da fracassada política imperialista adotada contra os povos dos países em desenvolvimento e dos países pobres em todo mundo.

Ocupado militarmente por 20 anos pelos EUA, inclusive sendo a mais longa guerra estadunidense, o País está longe de ter seus conflitos internos e externos resolvidos. A política estadunidense e de seus aliados para o Afeganistão nunca foi a de garantir os direitos das mulheres, das minorias e dos trabalhadores. Muito pelo contrário.

Houve um tempo em que no Afeganistão (anos 60) teve um regime que garantiu direitos, liberdades e garantias para as afegãs e para a maioria dos trabalhadores. Porém, sucumbiu diante da pressão e assédio militar por parte dos mujahideen, grupo étnico afegão, com apoio de quatro mil sauditas, incluindo o grupo de Osama Bin Laden, todos treinados, financiados e armados pelos Estados Unidos e o Paquistão.

Em 1992, os Mujahideen tomaram o poder e um acordo permitiu a governança até 1994, quando a crise entre as diferentes facções guerreiras explodiu novamente. Nesse mesmo período, no sul do Afeganistão, surgiu outro grupo militante, liderado por Mullah Mohammed Omar, e que envolvia aprendizes do Islã sunita, que pegavam em armas: o Talibã.

Os EUA passou então a financiar e armar os Talibãs, que assume o poder 1996. O grupo, com apoio americano, passa a governar o Afeganistão até 2001, data em que os EUA declaram guerra aos Talibãs, sob a alegação de que os Talibãs escondiam Osama Bin Laden, responsável pela derrubada das Torres Gêmeas (ataque conhecido como 11 de setembro). Uma grande campanha foi feita contra os terroristas da Al-Qaeda e Osama Bin Laden acabou sendo morto, no Paquistão, pelos americanos, em maio de 2011.

Após a queda das Torres Gêmeas, o governo americano se volta contra seus ex-aliados, os Talibãs, e os derruba. Ocuparam o Afeganistão, em outubro de 2001, e permanecem por todo esse tempo (duas décadas).

Em 2020, um acordo é assinado entre o governo dos EUA, os Talibãs e o ex-presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, trazendo de volta o Talibã ao poder afegão. O acordo previa, entre outras coisas, a retirada das tropas americanas, em maio de 2021. Fato que não acorreu. Porém, em abril desse mesmo ano, os Talibãs saem em luta e ocupam várias cidades importantes. Em 10 dias assumiram o controle de todo o País, inclusive a capital, Cabul.  

A partir daí, toda imprensa capitalista, propagandistas dos interesses da burguesia imperialista, desencadeia uma forte campanha contra os Talibãs sem pontuar, contudo, o desastre que foi a ação imperialista. O Talibã, foi um subproduto da ação imperialista no passado, e hoje é refém do seu fundamentalismo religioso reacionário. O povo afegão deve analisar seus interesses e fazer a luta em perspectiva revolucionária, pela independência e desenvolvimento econômico, cultural e social de toda população, que necessariamente não passa pela volta de qualquer tipo de governo subserviente ao imperialismo.


Cronologia recente do avanço talibã

 

• 14 de abril – O presidente Joe Biden anuncia que as tropas dos EUA se retirarão do Afeganistão a partir de 1º de maio.

• 4 de maio – os combatentes do Talibã lançam uma grande ofensiva contra as forças afegãs na província de Helmand, no sul. Eles também atacam em pelo menos seis outras províncias.

• 11 de maio – O Talibã toma o distrito de Nerkh nos arredores da capital, Cabul, enquanto a violência se intensifica em todo o país.

• 2 de julho – as tropas americanas saem silenciosamente de sua principal base militar no Afeganistão, a base aérea de Bagram, a uma hora de carro de Cabul. Isso efetivamente termina com o envolvimento dos EUA na guerra.

• 5 de julho - O Talibã afirma que poderia apresentar uma proposta de paz por escrito ao governo afegão já em agosto.

• 21 de julho – Os insurgentes do Talibã controlam cerca de metade dos distritos do país, de acordo com o general dos EUA, destacando a escala e a velocidade de seu avanço.

• 14 de agosto – O Talibã toma a maior cidade do norte, Mazar-i-Sharif, e, com pouca resistência, Pul-e-Alam, capital da província de Logar, apenas 70 km ao sul de Cabul.

• 15 de agosto – O Talibã toma a cidade de Jalalabad, no leste, sem lutar. Os insurgentes cercam a capital Cabul.
 


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