Neste dia 19 de setembro, o Brasil e o mundo comemoram o centenário de Paulo Freire, educador e filósofo brasileiro cuja obra é internacionalmente reconhecida. Freire faleceu em 1996 e, em 2012, foi elevado à Patrono da Educação, por meio de Lei Federal.
Professor de universidades como Harvard, nos Estados Unidos, e Cambridge, na Inglaterra, Freire, que recebeu cerca de 40 títulos de doutor honoris causa em universidades pelo mundo afora, tornou-se, no Brasil atual, alvo de ataques extremistas de grupos ligados ao governo de Jair Bolsonaro. O Movimento Nacional de Direitos Humanos, afirma, em ação movida na Justiça Federal do Rio de Janeiro, que há "movimentos desqualificadores dos agentes do Governo Federal contra Paulo Freire, com falas ofensivas e em contraposição ao pedagogo ser Patrono da Educação brasileiro”. O grupo também ressalta que o presidente, em seu plano de governo, afirma que é preciso "expurgar a filosofia freiriana das escolas".
A atitude do governo Bolsonaro contra a pedagogia de Paulo Freire não ocorre pelo desconhecimento sobre a importância de sua obra, tampouco é uma mera oposição ao fato do educador ter sua trajetória ligada ao Partido do Trabalhadores, como muitos afirmam. A destruição da Educação Pública como direito universal no Brasil é um projeto levado a cabo por este governo, capacho dos interesses dos empresários que querem a privatização da educação. Para levar adiante esse projeto elitista, excludente e autoritário de educação, é preciso criar alvos ideológicos a serem atacados. As lições de Paulo Freire sobre uma educação popular e libertária é o principal deles.
Paulo Freire foi preso pela Ditadura Militar por ser considerado “subversivo”, “perigoso”, “inimigo do povo e de Deus”. Exilado, construiu sua obra a partir de suas experiências pelo mundo. Não deve surpreender o fato de um governo militarizado e controlado pelas forças mais reacionárias do País persiga tudo e todos que representam a luta pela democracia e pelo fortalecimento da classe trabalhadora.
