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Todo apoio à greve dos metroviários de Belo Horizonte

A greve dos metroviários da capital mineira, que teve início no último dia 23/12, paralisou totalmente o transporte metroviário em BH e em Contagem, na Grande BH, entre os dias 23 e 24 de dezembro, quando as 19 estações permaneceram fechadas. O movimento paredista é parte da luta contra os planos privatistas do governo ultraliberal de Romeu Zema e tem como pauta principal a defesa dos empregos. Os trabalhadores reivindicam a suspensão da resolução do Governo Federal que não permite que os empregados lotados na Superintendência Regional (STU-BH) sejam transferidos para outras unidades da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), uma estatal federal, caso ocorra a privatização.

Uma audiência de conciliação, realizada no Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) no dia 27/12 terminou sem acordo entre representantes do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) e da CBTU. Assim, os trabalhadores decidiram, em assembleia realizada no dia 28/12, na Estação Central, manter o movimento. 

Seguindo a cartilha de desestatização de Bolsonaro e Paulo Guedes, o governo de Romeu Zema ameaça vender a empresa no mês de março. O poder judiciário, Por sua vez, age contra os trabalhadores, sempre em favor do poder econômico, e, para enfraquecer a greve, decretou a obrigatoriedade da escala mínima de funcionamento das estações. Após o dia 24, as operações passaram a ocorrer somente nos horários de pico, das 5h30 às 10h e das 16h30 às 20h.

De acordo com o Sindmetro-BH, a proposta de privatização do metrô envolve um aporte bilionário de recursos, sem o compromisso de se investir na ampliação e modernização do sistema atual. Em setembro, o Congresso Nacional aprovou um crédito especial de R$ 2,8 bilhões que serão utilizados para reestruturação societária da CBTU. A intenção do Ministério da Economia é transformar as superintendências da CBTU em subsidiárias, iniciando-se pela cisão do metrô de Belo Horizonte e criando uma empresa para organizar o processo de privatização, a Veículo de Desestatização MG (VDMG), que receberá do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) cerca de R$ 3,7 bilhões como donativos para um futuro repasse ao governo do estado, que imediatamente fará a concessão para a iniciativa privada. Ou seja, verbas públicas serão repassadas à iniciativa privada para que ela abocanhe uma empresa que lhe garanta muito lucro, a despeito das necessidades da população.

Para o governo mineiro, o serviço essencial para a população feito pelo metrô não passa de um “abacaxi” que supostamente não dá lucro. E, para tentar legitimar seu argumento, são praticadas tarifas abusivas que afetam o direito constitucional à mobilidade urbana. No período de um ano, as tarifas saltaram de R$1,80 para R$4,50.

A prática usual da burguesia, em prol das privatizações, é a de intensificar as campanhas caluniosas, que distorcem a realidade sobre as empresas estatais. Já os governantes indicam administradores para atuarem nelas em favor das privatizações e não em benefício do povo. O desconhecimento do público em relação ao papel social das empresas estatais é algo premeditado. Para os trabalhadores das estatais a privatização significa precarização das relações de trabalho e demissões em massa. Para o restante da população, aumento das tarifas e piora na qualidade dos serviços prestados. 

A greve de metroviários de BH deve servir de exemplo para que a luta contra o projeto neoliberal de Zema e de Bolsonaro se unifique às lutas de toda a classe trabalhadora em favor da soberania nacional e na defesa dos serviços públicos de qualidade para o povo. 

Não às privatizações!

Não às contrarreformas liberais!

Por uma Greve Geral que mobilize os trabalhadores na defesa de seus interesses!

Foto: Reprodução/TV Globo


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