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Multinacionais bancam ruralistas, destroem o meio ambiente e espalham fome e violência

Multinacionais gigantes como Suzano, JBS, Marfrig, Cargill e ADM, JP Morgan Chase, Bank of America e BlackRock são os maiores financiadores da bancada do Boi, como é conhecida na Câmara dos Deputados  a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), os defensores do Agronegócio brasileiro. Entre os anos de 2019 e 2021 foram mais de 2 bilhões de dólares investidos por meio do motor logístico da FPA, que é o Instituto Pensar Agro (IPA). 

O IPA é uma “think tank” responsável por formular as pautas legislativas e definir o posicionamento político da FPA no Congresso. O Instituto recebe a contribuição direta de 48 associações do agronegócio que, por sua vez, são compostas por 1.078 empresas privadas e mais de 69 mil associados individuais — entre sojicultores, pecuaristas, usineiros e algodoeiros. Tanto corporações brasileiras como grupos de capital estrangeiro, sediados em 34 países, de quatro continentes diferentes financiam os responsáveis por elaborar políticas que enriquecem o agronegócio enquanto promovem o desmonte sócioambiental.

Com o volume de recursos colocados no setor, o agronegócio brasileiro faz  estragos como  a liberação de agrotóxicos e favoritismos nas disputas territoriais, especialmente com indígenas, camponeses e quilombolas, aumentando ainda mais os níveis de violência no campo. No Congresso Nacional, a FPA é o núcleo que  aprova toda a política predatória para atender aos interesses do capital internacional, que paga a conta e lucra com a exploração instalada no país. 

As multinacionais que financiam a arquitetura dessa política têm como principal interesse a produção agropecuária, para fins de exportação, e a mineração. São atividades que causam grandes impactos ambientais e cujos lucros beneficiam apenas bilionários do setor. Exemplos do resultado de tamanha exploração podem ser vistos e sentidos pelos crimes cometidos em Minas Gerais pela Vale, nos municípios de Mariana e Brumadinho, e também pela liberação de mais de 50 tipos de agrotóxicos para uso nas lavouras brasileiras.

Enquanto os níveis de fome e miséria aumentam entre a população, conforme dados que apontam que mais de 37 milhões de brasileiros estão passando fome, o agronegócio investe cada vez mais na produção de monoculturas, como soja, milho, algodão, cana de açúcar, para abastecer o mercado  internacional. Por outro lado, a agricultura familiar, responsável por 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros, padece com falta de políticas públicas de incentivo à produção. 

Os recursos das grandes empresas também são usados para fazer lobby no Congresso Nacional para aprovar as pautas de seus interesses. Financiam ainda movimentos de direita como tratoraços ou outros tipos de manifestações com objetivo de  pressionar o Congresso e ameaçar os movimentos sociais que lutam contra o avanço da exploração predatória do agronegócio no País.

Somente com um governo dos trabalhadores da cidade e do campo é possível enfrentar a ganância violenta do agronegócio. Para fortalecer a agricultura familiar, o uso coletivo da terra, a valorização dos povos tradicionais e o respeito à natureza e à alimentação saudável será preciso defender a Reforma Agrária Popular.
 


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