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Começa a campanha eleitoral para derrotar o fascismo

As articulações das oligarquias financeiras, que articularam o golpe que derrubou a presidenta eleita, Dilma Rousseff, em 2016, e prenderam o ex-presidente Lula para que ele não participasse das eleições de 2018, levou à eleição do governo de Jair Bolsonaro, que promoveu os maiores ataques aos direitos dos trabalhadores e à soberania nacional da nossa história. No entanto, a política neoliberal de Bolsonaro e sua equipe econômica, em meio a uma crise mundial sem precedentes, fez a população entender rapidamente que a política econômica e social adotada só serviu  para atender aos  interesses das grandes corporações imperialistas e satisfazer banqueiros, jogando milhões de brasileiros na miséria. 

O Brasil atingiu a triste marca de quase 700 mil mortos pela Covid-19, enquanto o presidente adiava a compra de vacinas e fazia chacota dos cuidados sanitários e dos conhecimentos científicos sobre a pandemia. Hoje, com a fome que atinge cerca de 33 milhões de brasileiros, a taxa de desemprego de cerca de 10% da população e o salário mínimo arrochado pelas perdas inflacionárias, a população mostra seu descontentamento e, mais uma vez, deposita suas esperanças de dias melhores na eleição de Lula, ainda que numa composição mais a direita. Por isso, mais do que nunca, é preciso fazer o debate com os trabalhadores sobre os significados das eleições burguesas e seus limites e a necessidade das organizações de base para garantir não só a eleição de Lula e de parlamentares que darão sustentação ao seu governo, mas, acima de tudo, para estarem nas ruas e garantir que Lula governe para o povo.

É preciso compreender que as instituições burguesas foram criadas para agir em favor da classe dominante. As eleições não são diferentes e o poder econômico manipula resultados de acordo com seus interesses, inclusive desrespeitando a vontade popular quando esta não está de acordo com a política econômica e os interesses dessa parcela abonada. Inúmeras são as formas de ação, que vão desde o controle das regras da campanha, com a imprensa burguesa atuando como porta-voz, até a imposição de leis que punem e perseguem apenas políticos de esquerda, como aconteceu com várias lideranças petistas no caso do mensalão, cuja condenação se deu sob a teoria do domínio dos fatos, sem a comprovação da culpa, etc.. São mecanismos que enfraquecem o poder de decisão do povo. Com menos de 50 dias de campanha oficial e com regras absurdas, é impossível aos trabalhadores conhecerem criticamente seus candidatos, principalmente nas proporcionais (para deputados e senadores), o que gera uma participação propositalmente despolitizada.

A vitória e a permanência de Jair Bolsonaro no poder, apesar de todas as denúncias sérias que sofreu, comprovam que não há uma normalidade político-democrática no Brasil, nem sob os limitados moldes da democracia burguesa. Por isso, os trabalhadores devem participar das eleições para disputar seu espaço na política institucional, desde que não nutram esperanças de que elas resolverão seus problemas. Sequer a ameaça de um novo golpe pode ser descartada, pois a vitória de Lula representa que teremos um governo sob pressão popular e quem esteve por trás de todos os ataques aos direitos dos trabalhadores não pretende devolvê-los. 

A eleição de Lula, de governadores e de parlamentares que defendem os interesses da classe trabalhadora é uma opção que representa a rejeição dos trabalhadores às ameaças golpistas que pairam sobre nossas instituições. No entanto, é preciso organizar a luta concreta, nas ruas, em unidade com todos os setores da esquerda, para garantir um governo com base popular.

Foto: Miguel Schincariol/AFP 

 


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