Minas Gerais é um dos estados com o maior número de profissionais da educação com contratos precarizados de trabalho. Há anos que a relação entre o número de contratados em comparação aos trabalhadores concursados é de cerca de 50%. Essa situação representa a precarização da educação, uma vez que trabalhadores concursados contam com maior autonomia, estabilidade e podem dar continuidade à projetos pedagógicos. Já os trabalhadores contratados continuamente são obrigados a mudar de escolas, não conseguindo, assim, desenvolver um trabalho coeso, de acordo com a realidade das comunidades em que as escolas estão inseridas
No governo de Romeu Zema (NOVO), a precarização e o sucateamento dos serviços públicos são partes da política adotada como solução para o enxugamento dos gastos públicos. Essa prática visa desprestigiar e colocar a população contra esses serviços para que ela, assim, apoie a privatização. No caso da educação, já estão sendo colocados em prática projetos diretamente voltados à privatização, como o Somar, que visa entregar a gestão das escolas estaduais que ofertam o ensino médio para Organizações Sociais (OS), bem como, parte dos recursos da Educação.
Para manter esse estado de coisas, Zema cria empecilhos como a demora para nomear trabalhadores aprovados no concurso de 2017. Há 20 mil aprovados no último concurso da Educação aguardando a nomeação. Trata-se de um descaso premeditado, que visa ampliar o processo de privatização por meio da terceirização dos contratos dos trabalhadores da educação, como ocorre no município de Betim. Esses profissionais, por meio de seu sindicato, o SindUte-MG, cobram a rapidez nesse processo. Uma decisão do STF determinou que até 2023 todos os cargos vagos no estado sejam ocupados por trabalhadores nomeados. No entanto o governo sinaliza que descumprirá a determinação judicial, pedindo prazos maiores ao Supremo.
A pressão da categoria e a luta diária contra a precarização da educação deve continuar a ser feita. Somente ela garantirá vitórias e a manutenção da Educação, que deve ser de qualidade, pública, gratuita e atender aos interesses da classe trabalhadora.