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A luta contra a privatização da Educação é mundial

Em janeiro deste ano, a Internacional da Educação (IE) promoveu uma ação global para financiar a educação pública e a profissão docente por meio da campanha "Fazemos a escola pública! Por mais investimento em educação". A ideia é apoiar os esforços dos sindicatos de educação para melhorar os salários, as condições de trabalho, pressionar os governos a financiarem totalmente a educação pública e investir na profissão docente.

A Internacional da Educação (IE), ou Education International, é a Federação Sindical Global que reúne organizações de professores e outros funcionários da educação de todo o mundo. São 383 organizações membros que representam mais de 32 milhões de professores e pessoal de apoio educacional em 178 países e territórios.

A IE entende que investir mais em professores significa garantir os direitos trabalhistas, boas condições de trabalho, bem como cargas de trabalho administráveis e salários competitivos. Diante disso, é preocupante o cenário em que os orçamentos da educação caíram em 65% dos países de renda baixa e média e em 33% dos países de renda média alta e alta.

Além da luta pela valorização da profissão docente, a IE se mobiliza em torno da campanha mundial de combate à privatização da educação, que tem três eixos: ampliar o financiamento da educação pública; combater a comercialização; e defender a educação pública de qualidade.

Roberto Leão, secretário de relações internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, CNTE, alerta para o ataque muito grande dos privatistas sobre a educação. Segundo ele, “há uma tentativa de padronizar a educação no mundo inteiro e isso é capitaneado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que criou o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), que é uma organização de empresários, não é uma entidade da educação. Há um trabalho pela assessoria do banco mundial cuja lógica é investir na educação com a perspectiva de lucros e se utilizar de métodos empresariais no gerenciamento da educação".

No Brasil, entre 23 de março e 23 de abril, a CNTE pretende Organizar a 24ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, cujo tema da privatização deverá estar no centro dos debates, uma vez que a equipe do MEC, do governo Lula, está majoritariamente composta por representantes e apoiadores das políticas privatistas levada à cabo pelas megacorporações empresariais, cujo modelo que se apresenta a ser seguido é o de Sobral, no Ceará, que implementou a lógica empresarial na educação pública, ampliando os mecanismos de privatização e exclusão escolar.

A Revogação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e da Reforma do Ensino Médio (MP 746/2016 – Lei 13.415/2017) é parte fundamental da pauta de lutas contra o empresariamento, já que são mudanças que não apresentam formas de se enfrentar os problemas da educação pública, que passam por valorização profissional, carreira, condições do trabalho do professor, infraestrutura escolar e mecanismos de garantir a permanência de estudantes mais pobres. Pelo contrário, a implantação da BNCC e do Novo Ensino médio promovem exclusão escolar, com fechamento de salas, turnos e escolas onde ocorrem, além de significarem uma mudança curricular cujo objetivo é moldar os filhos da classe trabalhadora aos interesses da grande burguesia, ou seja, prepará-los para o trabalho precarizado e sem direitos, por meio da farsa do empreendedorismo.

Privatizar escolas públicas não é torná-las empresas iguais às escolas que atendem os filhos das elites econômicas. Tratam-se de mecanismos para alojar nas Secretarias de educação de estados e municípios programas, projetos e um cardápio de produtos oferecidos pelas Fundações geridas por grandes corporações, como a Lemann, cujo modelo de gestão privada foi posto em xeque após o escândalo das fraudes ocorridas em uma parte de seu bilionário complexo empresarial, a Americanas S.A. O objetivo dessas reformas educacionais é manter a hegemonia da classe dominante que, em crise, precisa aprofundar a exploração da classe trabalhadora e cria instrumentos para que essa exploração se torne aceitável.

Vamos nos unir à campanha: "Fazemos a escola pública! Por mais investimento em educação"!

Revoga BNCC e Reforma do Ensino Médio!

 

Foto:  Wikipedia Commons


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