• Entrar
logo

A brutal situação na área operacional dos Correios

Os trabalhadores dos Correios da Paraíba há anos reclamam da falta de pessoal, que tem afetado drasticamente a área de atendimento e administrativa. No entanto, o maior impacto se aprofunda sobre a área operacional, responsável pela execução integrada das atividades de coleta, recebimento, conferência, triagem e expedição de correspondências, malotes e encomendas.  Para piorar essa situação, a administração da empresa tem orientado, sistematicamente, em descumprimento ao Artigo 21, inciso X da Constituição Federal (monopólio postal), a suspenção da distribuição das chamadas cartas simples, para favorecer os objetos qualificados (encomendas e cartas registradas), ocasionando um acúmulo dessas correspondências nas unidades operacionais. 

Tal situação leva ao acúmulo de cartas, por meses, nas unidades d a empresa em todo o estado. Em São Bento, por exemplo, há cartas “paradas (não colocadas para a entrega) desde janeiro deste ano; neste mês de maio, o Sintect-PB encontrou, no CDD Centro, cartas de fevereiro não distribuídas aos clientes. No CDD Bessa, no dia 25 de maio, foram encontradas cartas com postagem do dia 30 de março – estocadas em caixetas. 

Com o crescente acúmulo de cartas simples “paradas”, a extensão e a densidade dos distritos postais incompatíveis com as condições de trabalho, observamos que o problema traz efeitos negativos sobre a imagem dos Correios, gerando, consequentemente, a cobrança da população aos trabalhadores da empresa, em razão do atraso das correspondências. Em situações pontuais, a crescente insatisfação da população ultrapassa o limite das reclamações e passa para agressões a carteiros.

O SD (Sistema de Distritamento) vem apontando, descaradamente, o que os gestores da empresa chamam de “superavit” de funcionários, mas, a realidade é o contrário. Esse sistema agravou significativamente os problemas operacionais e a farsa de que iria melhorar a distribuição foi desnudada. A empresa não limitou a percorrida e criou artifícios com implantação de distritos de bicicletas ou de motos. Essa situação desumana acabou por impor aos trabalhadores a sobrecarga de trabalho e muito estresse. As áreas de distribuição são determinadas e estabelecidas sem acompanhamento do sindicato, com dados artificiais que não analisam os declives e aclives, desconsiderando a idade dos carteiros e a condição física de cada um. 

O SD da morte implantado nos CDD’s - Centros de Distribuição Domiciliário, nas UD’S – Unidades de Distribuição e nas AC’s - Agências de Correios, somado ao aumento da demanda de encomendas e à falta de pessoal, têm levado os trabalhadores a ultrapassarem seus limites físicos, gerando exaustão e fadiga. E as consequências naturais desta situação são as doenças de ordem osteomusculares e psicossomáticas. Diversos trabalhadores têm relatado ao sindicato que a sobrecarga de trabalho e a situação de acúmulo de correspondências desorganizam suas emoções e condições físicas. 

Diante dos fatos, o Sintect-PB defende o necessário e imediato cumprimento da limitação da percorrida do Carteiro pedestre até 8 km, conforme determinado pela MPF/SP; contratação de pessoal; condições de trabalho que atendam os critérios técnicos e de segurança; ajustes dos sistemas operacionais com o redimensionamento de carga que atendam requisitos de adequação às condições de saúde dos trabalhadores; fim da mudança sistemática de distritos, principalmente como forma de retaliação aos questionamentos dos carteiros.

Os trabalhadores dos Correios sabem que a função social do seu trabalho é atender a população brasileira com uma prestação dos serviços postais eficiente. Por isso, lutam por condições de trabalho dignas e exigem que a herança dos governos anteriores, que sucatearam para privatizar, seja de vez extirpada da administração da empresa.

CONCURSO PÚBLICO, JÁ!

Foto - Agência Brasil


Topo