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A luta pelo Piso da Enfermagem

Em defesa da aplicação da Lei do Piso Nacional da Enfermagem, aprovada em agosto de 2022, fruto do projeto de autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES), no dia 26 de junho enfermeiros, técnicos, auxiliares e estudantes mobilizaram uma greve nacional. No Distrito Federal, a decisão foi tomada após uma assembleia conjunta do Sindicato dos Enfermeiros (Sindenfermeiro-DF) com o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF). A mobilização foi uma forma de pressão sobre o julgamento da Lei Supremo Tribunal Federal (STF).

No ano passado, no governo de Jair Bolsonaro (PL), o pagamento do piso foi suspenso pelo STF, que alegou falta de recursos que garantissem o pagamento dos profissionais. A decisão do Supremo foi dada sob forte pressão do setor privado que controla parte do sistema de Saúde. O novo governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, no mês de abril, o projeto de lei que garante a abertura de crédito especial no orçamento federal para o pagamento do piso da enfermagem, assegurando o valor de R$7,3 bilhões para ajudar os estados e municípios no pagamento do piso.

No dia 30 de junho, o STF encerrou o julgamento da questão e os ministros concordaram com o pagamento do piso para os servidores públicos. No entanto houve uma divergência quanto ao benefício se estender aos funcionários do setor privado, resultando em um empate: 4 votos pela negociação coletiva no setor privado; 2 votos pelo pagamento imediato do piso para todas as categorias e 4 votos pela regionalização do pagamento. Em suma, para o Supremo, o piso só deverá ser pago a trabalhadores do setor privado caso não haja acordo em negociação sindical coletiva, algo que está prejudicado após as reformas trabalhistas aprovadas no governo Bolsonaro. 

O resultado desse julgamento desagradou a categoria e a greve se estendeu durante o final de semana em várias regiões do país. Em algumas, como em Belo Horizonte, por exemplo, a Justiça exigiu, por meio de liminar, a suspensão da greve e em São Paulo e no Distrito Federal, a opção dos sindicatos foi de manter mobilizações esporádicas, mas persistentes, reivindicando que a lei seja aplicada de forma integral. No Ceará a Justiça também interferiu considerando a greve ilegal e ordenando sua imediata suspensão.

Como ocorre na Educação, cuja Lei do Piso foi aprovada em 2008 e a maioria de estados, municípios e setores privados não a cumpre integralmente, a luta dos trabalhadores pela aplicação da Lei, sem manipulações, deve ser incessante. A Lei é o parâmetro para sustentar essa luta. As instituições burguesas, como o STF, atuam em nome dos interesses do grande capital e somente a pressão dos trabalhadores, exercendo seu legítimo direito de greve e mobilizações, pode fazer frente a esses interesses. 

Foto: Jonathan Heckler / Agencia RBS


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