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Dois meses da luta dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) completou dois meses. Trata-se de uma tentativa, por parte do agronegócio representado pela bancada ruralista, de criminalizar a reforma agrária e o MST. O presidente Lula chegou a dizer que a CPI é uma tentativa de “fazer barulho” para desacreditar o movimento.

O relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL), e o presidente, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos), estão envolvidos em uma série de ações suspeitas de querer criminalizar a luta pela reforma agrária. A deputada federal, Sâmia Bomfim (PSOL), denunciou, durante os trabalhos da Comissão, os parlamentares que invadiram residências de assentados da Frente Nacional de Lutas, FNL, na zona oeste de São Paulo. Entre eles estavam Zucco e Salles, ex-ministro do meio ambiente do governo Bolsonaro, que está sendo acusado de crimes como os de  criar dificuldade para a fiscalização ambiental, atrapalhar investigações, além de tentar liberar madeira apreendida na divisa do Pará com o Amazonas no fim de 2020. Zucco também é investigado por suspeita de ter incentivado e patrocinado atos antidemocráticos no Rio Grande do Sul e em Brasília contra o resultado das eleições de 2022. 

A imprensa corporativa, serviçal do agronegócio, não contextualiza a necessidade da reforma agrária. Sequer busca fontes e parlamentares que se posicionam favoravelmente ao MST. Muito pelo contrário, a grande imprensa age para fortalecer o  mito nacional de  que o agronegócio movimenta a economia do país e que o  MST seria responsável pela simples “invasão das terras” desses fazendeiros empreendedores. Ela não mostra para a população que são os pequenos produtores, a agricultura familiar, muitos deles do Movimento Sem Terra, os  responsáveis pela produção de mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa da população. Atualmente o MST é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. 

O MST é uma das maiores e mais importantes organizações sociais do país, com praticamente 40 anos de luta por reforma agrária e por projeto de transformação social. Essa CPI tem o objetivo de criminalizar e desacreditar o trabalho intenso e diário dos trabalhadores rurais que lutam por direito à terra, à moradia digna, saúde e educação. Tentar criminalizar o MST é atacar os direitos humanos e a democracia brasileira. Com assentamentos e acampamentos que se tornaram referências em agroecologia, pelas formas sustentáveis de desenvolvimento e produção de alimentos saudáveis, o Movimento, que se pauta pela não violência e por uma sociedade mais justa, tem sido, nos 40 anos de sua existência, vítima da mais violenta ação dos latifundiários e governantes que os representam. Massacres e assassinatos de lideranças são parte da rotina da luta pela terra no Brasil.

A campanha com a hashtag TôComMST e mobilizações nas ruas se tornaram formas da população mostrar apoio à luta pela reforma agrária popular e defender o MST. Apoiar esses trabalhadores e trabalhadoras rurais é lutar por um país com justiça social. É garantir uma função social para a terra, em que futuras gerações tenham acesso a ela, à saúde, à educação e oportunidades, além de valorizar a agroecologia e respeitar o meio ambiente. 

#ToComMST 

Foto: Cristiano Mariz
 


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