• Entrar
logo

CAMPANHA SALARIAL 2023: preparar o espírito de luta dos trabalhadores

Nos últimos 6 anos, os trabalhadores dos Correios acumularam sucessivos retrocessos nos Acordos Coletivos em que, ano após ano, ocorreram perdas salariais significativas. Com a volta de Lula ao poder, a expectativa é de que que estamos voltando a discutir campanhas salariais nos moldes de um governo progressista, eleito com apoio das organizações de luta dos trabalhadores.

No entanto, embora estejamos sendo informados por agentes da comunicação do governo de que a empresa não está sob risco de privatização, nossa experiência de lutas demonstra que o perigo existe pois os mesmos atores que até ontem defendiam a entrega do patrimônio público ainda estão lá, tanto nos cargos de gestão da empresa estatal como no parlamento.

Calendário de lutas para 2023 pronto, FENTECT sob nova direção, mesa de negociações refeita. Fato é que a maior expectativa dos trabalhadores reside em saber se vão ou não reconquistar os direitos e benefícios retirados nas canetadas de um Tribunal Superior do Trabalho, TST, que estava ideologicamente alinhado aos governos ultraliberais de Michel Temer e Jair Bolsonaro nos últimos anos. Esses anos ficaram marcados pela falta de diálogo, pelo sucateamento da empresa, pela retirada de benefícios e pelos salários sem reajuste acima da inflação. Esses elementos estarão na mesa de negociações e irão requerer longos debates e muita pressão da categoria.

A desindustrialização do país se acelerou nos últimos anos e a taxa de juros continua a mais alta do mundo. Essa realidade torna lento o processo que fará a roda da economia voltar a girar como espera o governo e, assim, os sindicatos devem exercer seu papel de pressionar e organizar os trabalhadores para exigirem o que lhes é de direito: condições dignas de trabalho e reajustes salariais compatíveis com suas funções, reposição das perdas. Sob pressão dos trabalhadores, o governo fica mais forte para enfrentar as imposições dos agentes do mercado.

Temos experiência suficiente para saber que as alegadas questões financeiras são sempre argumentos utilizados contra o trabalhador. À medida que a unidade do trabalhador avança, ele passa a compreender que seu maior instrumento de luta é a Greve. Se necessário for, teremos de recorrer a ela para conquistar nossos direitos. 

Nada foi mais educativo para a categoria do que a experiência de ter sob o comando do país, um governo de extrema direita, que jamais negociou, retirou tudo que pôde e só não conseguiu privatizar os Correios porque a categoria furou a paralisia do movimento de trabalhadores e foi às ruas, engendrando uma forte campanha contra a venda dos Correios.

Portanto, lutar é nossa palavra de ordem, desta vez, por salários e benefícios, porque somos nós que fazemos dessa Empresa o que ela é: uma estatal lucrativa, que cumpre sua função social, beneficiando o povo brasileiro.
Sintect - Paraíba


Topo