• Entrar
logo

Recordes de calor no mundo

A World Weather Attribution (WWA), uma colaboração acadêmica que estuda e calcula os impactos das mudanças climáticas em eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor, secas e tempestades, realizou uma pesquisa sobre o  recorde de calor na Europa e nos Estados Unidos neste ano. O calor extremo também atingiu a China, que registrou recentemente sua temperatura mais alta de 52,2°C.  No Japão, em junho, a agência meteorológica recomendou medidas de precaução à população, quando as temperaturas alcançaram de 38 a 39 graus, um novo recorde. A nível mundial, a primeira semana de julho foi a mais quente já registrada, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). As emissões de gases de efeito estufa, que aquecem o planeta, aumentaram em média global de 1,2°C, tornando mais frequentes e extremas as ondas de calor. 

Estudo publicado recentemente na revista Nature Medicine revela que no verão do ano passado, apenas na Europa, as fortes temperaturas provocaram mais de 60.000 mortes, sendo a Itália, o país mais afetado. A WWA foi fundada em 2014 e conta com a participação de várias instituições de pesquisa. Seus estudos revelaram que ondas de calor dessa magnitude têm a probabilidade de ocorrer uma vez a cada 15 anos nos EUA e no México, a cada 10 anos no sul da Europa e uma vez a cada cinco anos na China. Porém tais eventos deveriam ser extremamente raros, na China aconteceria de 1 em 250 anos, e nas outras regiões citadas seriam "virtualmente impossíveis" se não fosse pelo aumento da crise climática provocada pela ação do homem.

É certo que a alteração do clima tem relação com as destruições das florestas, por meio de desmatamentos e queimadas, além da poluição do ar com números absurdos de fábricas poluentes, a produção de materiais que não decompõe na natureza, a quantidade de lixo descartado nos oceanos, etc. Essas ações são consequência da exploração predatória da natureza imposta pelo sistema capitalista, em que a busca de lucro se sobrepõe aos cuidados com os recursos naturais e humanos. No entanto, o discurso apocalíptico tem sido utilizado pelos países imperialistas para dar sustentação ao seu projeto neoliberal de dominação de regiões ricas em recursos naturais. 

Todos os protocolos assinados até hoje sobre questões ambientais serviram para travar o desenvolvimento de países oprimidos pelo imperialismo e não foram cumpridos pelas grandes potências econômicas. Além disso, a onda ecológica apresenta soluções irreais ao esconder aspectos fundamentais como os custos energéticos e ambientais das guerras, que ocorrem, justamente, pela disputa dos recursos naturais.
Não existe exploração sustentável no capitalismo. A burguesia não tem "projeto verde", nem programa de sustentabilidade que possa impedir as crises climáticas. É óbvio que todo o desenvolvimento científico e tecnológico desenvolvido pela humanidade pode criar formas de impedir a devastação ambiental. Mas esse  sistema tem na sua raiz a necessidade de explorar toda riqueza do planeta em nome dos interesses de um pequeno grupo de pessoas que controla a economia. 

No entanto, se as evidências científicas afirmam que, se não houver abandono das formas econômicas predatórias, o planeta  estará perto de crises climáticas irreversíveis, a classe trabalhadora de cada país terá que lutar não só pela sua soberania, mas também pela garantia do uso sustentável, voltado para o bem coletivo, dos recursos naturais. 


 Foto: Getty Images


Topo