O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (SINTCOM-PR) vem a público manifestar seu repúdio pelo ocorrido na última assembleia de avaliação da Campanha Salarial, no dia 23 de agosto, na sede do sindicato, quando um membro do Conselho Fiscal, após a deliberação da categoria sobre a proposta salarial apresentada pela direção da empresa – e rejeitada pela categoria, que aprovou estado de greve e indicativo de paralisação no dia 12 de setembro – inseriu a discussão de um tema para causar a divisão dos ecetistas.
Esse conselheiro, comportando-se como membro da oposição, propôs a suspensão dos repasses que nosso sindicato faz à FENTECT, nossa federação nacional, ao qual nossa entidade é filiada. Apesar de o tema não estar na pauta da Assembleia, permitimos o debate porque nossa gestão acredita na importância dos debates nos espaços democráticos.
Porém, sem conseguir apresentar argumentos sólidos, claramente com a intenção de dividir o movimento, aquele conselheiro usou várias fake news para tentar enganar os mais de 100 trabalhadores que estavam presentes, repetindo, inclusive, os argumentos da velha imprensa das elites sobre a discussão da taxa negocial que, no nosso entender, faz parte de uma política de fortalecimento da autonomia do movimento sindical.
Nossa categoria não pode aceitar essas tentativas de boicote à luta dos trabalhadores e das trabalhadoras dos Correios, e nem qualquer tentativa oportunista de enfraquecer o movimento.
Queremos deixar claro que aquela proposta não contempla os debates acumulados pela direção do SINTCOM-PR, porque acreditamos que não há outro caminho a não ser o fortalecimento do conjunto da ação sindical.
Consideramos de extrema importância a construção da FENTECT porque é a nossa federação quem organiza as lutas nacionais, tem o papel de negociar e, se for necessário, fazer enfrentamento direto à direção da empresa, quando o diálogo não avança.
E essa construção precisa ser feita de forma política, pelas organizações nos estados, e de forma material, com a contribuição dos sindicatos filiados, para que a entidade nacional tenha condições de construir as lutas e mobilizar a nossa categoria em todo o país.
Da mesma forma, somos favoráveis ao fortalecimento das centrais sindicais, e nosso retorno à CUT expressa essa compreensão de que são essas entidades que organizam as lutas gerais de toda a classe trabalhadora do país.
Esse foi o entendimento da maioria dos trabalhadores presentes naquela Assembleia e, por isso, a proposta divisionista foi derrotada pelo conjunto da categoria.
Já os militantes que fazem oposição ao Bloco Unidade na Luta na FENTECT, do qual a direção do SINTCOM-PR faz parte no movimento nacional dos trabalhadores dos Correios, novamente partiram para agressões machistas contra nossa secretária-geral, Elizabeth Ortiz.
Esse tipo de atitude, carregada de misoginia contra as trabalhadoras ecetistas que atuam no movimento sindical, é retrógrado. Mas se torna ainda mais grave neste momento, em que a nossa secretária-geral também ocupa a pasta da Secretaria da Mulher na FENTECT, representando todas as mulheres ecetistas do país.
Nós, da direção do SINTCOM-PR, queremos deixar claro que não iremos tolerar qualquer atitude machista ou agressão às mulheres que estão participando ativamente das lutas da nossa categoria.
Os ataques direcionados à secretária-geral do nosso sindicato é um ataque a todos os trabalhadores dos Correios no Paraná. E o ataque a ela, enquanto titular da Secretaria de Mulheres na Federação Nacional, é um ataque a todas as mulheres ecetistas do país.
Está na hora de o conjunto da nossa categoria dar um basta aos comportamentos machistas que alguns colegas continuam usando para tentar se sobrepor no nosso movimento. São atitudes que, em vez de demonstrar força, comprovam apenas a fragilidade de quem não consegue se sobressair por meio de ideias, e tenta ocupar espaços pela agressividade e pela intolerância.
Machistas, oportunistas e divisionistas não passarão!
Curitiba,25 de Agosto de 2023
