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O SUS salva vidas

Durante o mês de agosto o Brasil enfrentou uma nova onda da variante EG.5 do coronavírus, chamada informalmente de Eris. Houve um aumento na taxa de casos registrados e, de acordo como o Ministério da Saúde, as infecções registradas oscilam, mas os números estão dentro da normalidade. 

Segundo o levantamento da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representa laboratórios e clínicas privadas, ocorreu um aumento de testes positivos de 7,5%. De 29 de julho a 4 de agosto, eram 6,3% e subiram para 13,8%, de 12 a 18 de agosto. Outra fonte, o Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que analisa dados dos laboratórios Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hilab, HLAGyn e Sabin,  registrou aumento de 8,3% nos testes positivos, subindo de 7% para 15,3% entre as semanas encerradas em 22 de julho e 19 de agosto.

A chegada da variante EG.5 ao Brasil merece atenção. Segundo o ITpS, os percentuais mais elevados são observados nas faixas etárias de 49 a 59 anos (21,4%) e acima de 80 anos (20,9%) e isso é atribuído à circulação da Eris que, apesar de altamente transmissível, não está ligada a casos graves ou mortes. O infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirmou em entrevista à CNN que a atual onda da Covid deve durar de 4 a 6 semanas no país.

Desde o início da pandemia do coronavírus, já foram registrados mais de 770 milhões de infecções e 6,9 milhões de mortes em todo o mundo. A atual expansão da Eris também é global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o mundo registrou cerca de 1,5 milhão de novos casos da Covid-19 entre os dias 24 de julho e 20 de agosto - um aumento de 68% quando comparado ao total dos 28 dias anteriores. No mesmo intervalo, foram aproximadamente duas mil mortes, uma queda de 48% em relação ao período anterior. O número de hospitalizações aumentou em 21%, com 49.380 pacientes, entre 17 de julho e 13 de agosto. Os sintomas da variante Eris podem variar de intensidade de pessoa para pessoa e são semelhantes aos de outras variantes da covid-19, incluindo febre, dor de garganta, cansaço, dor de cabeça, tosse e perdas de olfato e paladar.  No Brasil, com a queda dos riscos de mortes e a permanência da campanha anti vacinas feita pela extrema direita, especialistas alertam que apenas 15% do público alvo havia tomado a vacina bivalente até o mês passado. O recomendado é que se tomem os cuidados de sempre e que pessoas com baixa imunidade, seja devido a doenças ou a transplantes, devem ter cuidado extra ao lidar com aglomerações e estarem dia com a vacinação.

Desde 2020, vivemos a pandemia de COVID-19 e continuamos enfrentando as variantes do vírus. Nesse período, ficou evidente a importância da existência de um sistema de saúde público no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), que, mesmo combalido pelas tentativas de precarização e privatização por parte do governo Bolsonaro, foi de ímpar importância para diminuir os nefastos efeitos de uma calamidade sanitária. O SUS foi criado e pensado para atender a todos os cidadãos, independente da classe, cor, raça ou etnia, pois o mesmo não visa o lucro e sim a universalidade no atendimento à saúde da população. 

Além dos atendimentos imprescindíveis durante a pandemia, outro  exemplo da importância do SUS está no recente caso do apresentador Fausto Silva que, aos 73 anos de idade, foi diagnosticado com quadro de insuficiência cardíaca e colocado na lista de espera por um novo coração. Fausto estava em segundo lugar na lista de prioridade e, após a equipe do paciente que estava em primeiro lugar, recusar o órgão, ele foi selecionado para realizar a cirurgia de transplante de coração pelo SUS. Fatos como esse mostram a importância de um Sistema Único de Saúde, cujo atendimento é universal e independe da classe a que pertence o usuário.

A experiência histórica durante a pandemia de Covid-19 mostra que é necessário e fundamental lutar e defender o SUS, para que o capitalismo não destrua mais uma instituição que garante a vida da classe trabalhadora. Essa luta árdua deve ser contra a ideia de precarizar, privatizar e lucrar com serviços que são básicos para o bem estar do povo, tirando da maioria o direito a se proteger e se cuidar. Salvar vidas vale muito mais que o dinheiro.

Foto: Arquivo/Agência Brasil


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