• Entrar
logo

Israel sentencia milhares à morte com ordem de evacuação forçada de hospitais

Na última sexta-feira, 13 de outubro, Israel, em mais uma demonstração de tirania, ordenou a evacuação de pelo menos 22 hospitais no norte da Faixa de Gaza, onde mais de duas mil pessoas se encontram em tratamento, incluindo pacientes que estão em UTI’s, em cuidados intensivos, hemodiálise, recém-nascidos em incubadoras etc. Ou seja, pessoas que se encontram em estado de saúde grave e cuja remoção significará uma sentença de morte, conforme denunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, “Há pessoas gravemente doentes cujos ferimentos significam que a sua única hipótese de sobrevivência é utilizar aparelhos de suporte vital, como ventiladores mecânicos (...). Portanto, mover essas pessoas é uma sentença de morte. Pedir aos profissionais de saúde que o façam é mais do que cruel". Em uma publicação no “X”, antigo Twitter, o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, chegou a implorar a Israel que revisse sua decisão sobre a evacuação de hospital em Gaza. “A transferência dos pacientes colocaria as suas vidas em risco imediato, bem como as vidas dos profissionais de saúde”, declarou. O chefe regional da OMS, Ahmed Al Mandhari, por sua vez, disse que a Organização já “registrou que 111 infraestruturas médicas foram atacadas, 12 profissionais de saúde morreram e 60 ambulâncias foram alvejadas. (...) os médicos se veem obrigados a priorizar os pacientes que chegam. Há muita gente. Desta forma, alguns são deixados para morrer lentamente". Como se vê, a evacuação forçada de pacientes e profissionais de saúde agravará ainda mais a atual catástrofe humanitária e de saúde pública, conforme apontou um comunicado oficial da Organização Mundial da Saúde, divulgado pelo portal de notícias "Prensa Latina". 

A medida também foi duramente criticada pela organização não governamental, Médicos Sem Fronteira (MSF), que em postagem nas redes sociais, afirmou que “Israel deu ao Hospital Al Awda apenas duas horas para evacuar” (....). Os MSF condenaram a ação e o “o contínuo derramamento de sangue indiscriminado e os ataques aos cuidados de saúde em Gaza”. A diretora-geral do Médicos Sem Fronteiras, Meinie Nicolai, classificou a ordem dada por Israel para que 1,1 milhão de pessoas deixassem o norte de Gaza como “ultrajante”. “isso representa um ataque aos cuidados médicos e à humanidade (...). Temos visto consistentemente uma linguagem desumanizante e esta violência é uma manifestação disso. Estamos falando de mais de 1 milhão de seres humanos. ‘Sem precedentes’ nem sequer cobre o impacto médico-humanitário disto. (...) Gaza está sendo arrasada, milhares de pessoas estão morrendo, isto tem de parar agora. Condenamos a exigência de Israel nos termos mais fortes possíveis”.

Esta ação criminosa promovida pelo Estado de Israel contra o povo palestino deve ser amplamente denunciada. Estamos falando de uma guerra colonial, que se arrasta desde a criação do Estado biônico de Israel que tem como pano de fundo varrer o problema do antissemitismo histórico e latente na Europa para outro espaço ao mesmo tempo que salvaguarda os interesses dos Estados Unidos no Oriente Médio, até um novo debate que envolve a discussão sobre a nova ordem geopolítica que está sendo gestada. O que estamos vendo é o massacre nu e cru do povo palestino, que merece toda a nossa solidariedade. Também cai por terra a propaganda de suposto enfrentamento ao “terrorismo” que as instituições burguesas propagandeiam para tentar justificar a carnificina provocada por Israel. A ação do Estado de Israel deve ser entendida e nomeada como ela realmente é: o genocídio de um povo!
 


Topo