Por: Dolores Zundt
O mês de março tornou-se um marco para a luta das mulheres. A data 8 de março foi criada para rememorar a mobilização histórica das mulheres revolucionárias russas, em 1917, e coloca em evidência, todos os anos, as lutas das mulheres em defesa de seus direitos sociais, políticos e econômicos. Neste mês, as mulheres de todo o mundo, organizadas em seus espaços de luta, se manifestam em favor de seus direitos básicos e por reivindicações que melhorem a vida de todos.
Todos os direitos democráticos que as mulheres alcançaram até hoje são frutos das suas lutas organizadas contra a opressão. Ainda há muito a conquistar. Reivindicações como creches públicas, que atendam 100% da população; lavanderias públicas e refeitórios nos locais de trabalho; equidade salarial com os homens; saúde e educação públicas etc. devem ser parte fundamental das lutas pela emancipação feminina e da classe trabalhadora em seu conjunto.
A exploração da força de trabalho das mulheres, especialmente das mulheres negras, é um sustentáculo fundamental para o sistema capitalista, uma vez que é mais fácil oprimir economicamente quem está socialmente oprimido – elas são 70% da população mais pobre do mundo. Não é à toa que em profissões ocupadas majoritariamente por mulheres, como a docência, os salários são mais baixos do que a média dos profissionais com curso superior.
Em Assis e no estado de São Paulo, as professoras protagonizaram as maiores lutas do último período. Elas estiveram à frente, entre outras, das lutas pela vacinação antes da volta às aulas na pandemia; pelo cumprimento da lei na distribuição do Abono Fundeb, em 2021; por valorização salarial, condições de trabalho e carreira. Essas batalhas são de interesse de toda a sociedade, pois as professoras estão na linha de frente na oferta de educação para os filhos da classe trabalhadora. A luta pelos seus direitos é a luta por Educação Pública e de qualidade para todos.
Embora a classe dominante tente cooptar a data do 8 de março para interesses comerciais e descaracterizar seu caráter de luta, as mulheres organizadas deixam, no mês de março, o seu recado: é preciso lutar contra a opressão e denunciar cada ataque contra os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores. A participação, com equidade, das mulheres no mercado de trabalho e nos espaços de poder, contribuirá para a construção de uma política de desenvolvimento sustentável, capaz de enfrentar a desigualdade e a pobreza, bem como a violência que vem do machismo e da misoginia.
Foto: Mídia Ninja
