O Brasil sempre foi exemplo para o mundo em questão de cobertura vacinal. Infelizmente, nos últimos anos, temos visto uma forte campanha contra as vacinas. Muitos adultos, que foram vacinados quando crianças, estão se recusando a vacinar seus filhos. Nos últimos dois anos chegamos aos piores índices já registrados. Vacinas que evitam doenças infantis como a poliomielite e o sarampo estão sendo ignoradas por parte da população. Essas doenças, que já foram eliminadas ou controladas no país, podem retornar se não houver a cobertura vacinal.
Em 2016, o Brasil conquistou o certificado de eliminação do sarampo, mas perdeu esse reconhecimento em 2019. Em 2022 a cobertura foi de apenas 53% conforme dados do DataSUS, e o vírus do sarampo voltou a circular no país, colocando em risco a saúde de nossas crianças.
Este movimento de enfraquecimento das campanhas de vacinação é inerente a uma intensa campanha de desinformação sobre as vacinas, movida por setores reacionários. Entre os meses de julho e setembro do ano passado, o Ministério da Saúde realizou um mapeamento diário nas mídias sociais e plataformas digitais das mentiras divulgadas em relação à vacinação. Foram identificados mais de 6,8 mil conteúdos com desinformação sobre vacinas. Cerca de 23,3 milhões de pessoas são impactadas com informações falsas, que não tem nenhuma comprovação científica.
Algumas das mentiras mais divulgadas sobre as vacinas dizem que elas não têm comprovação científica; que causam doenças ou modificações no DNA; que introduzem um chip no corpo etc.. São absurdos que nunca foram verificados nos 220 anos desde que a primeira vacina chegou ao Brasil.
Educação e saúde: tudo a ver
As escolas são espaços fundamentais para a proteção das crianças, para a disseminação do conhecimento científico e para a promoção da saúde. Por isso, os Ministérios da Saúde e da Educação colocaram em andamento o Movimento Nacional pela Vacinação na Comunidade Escolar. A ideia é ofertar a aplicação de doses no ambiente escolar, como estratégia para retomar as altas coberturas vacinais, reduzir doenças imunopreveníveis e fortalecer o planejamento com base na realidade local.
Em 2023, o Ministério da Saúde destinou mais de R$ 90 milhões para os municípios que aderiram ao Programa Saúde nas Escolas – PSE. Neste ano, foram repassados importantes recursos para estados e municípios como incentivo financeiro para custear ações de vacinação, incluindo a mobilização nas escolas. Cada prefeito pode escolher fazer ou não a vacinação dentro do ambiente escolar. A checagem da caderneta de vacinação em ambiente escolar durante o ano letivo é também de grande importância.
O Movimento Pela Vacinação na Comunidade escolar é parte do PSE, programa criado em 2007, resultado de uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação. O governo anterior, de Jair Bolsonaro, além de incentivar a campanha contra a vacinação, interrompeu várias outras ações do PSE como prevenção de violências e acidentes, promoção da cultura de paz e direitos humanos, saúde sexual e reprodutiva, além de prevenção de HIV/IST nas escolas.
Agora, Ministérios da Saúde e da Educação voltam a se unir para promover saúde e educação integral às crianças, adolescentes, jovens e adultos. Vamos cobrar de nossas prefeituras a aplicação correta dos recursos recebidos! Vamos melhorar a saúde dos educandos, reduzir a evasão escolar e as ausências por problemas de saúde!
Foto: Fábio Marchetto