Em meio a negociações de um cessar-fogo contra o genocídio palestino, Israel mostra que não se interessa pelo assunto e ataca Rafah. Após uma série de bombardeios na noite do último dia 6 de maio, na cidade no sul de Gaza, militares israelenses ocuparam a passagem de Rafah, na fronteira com Egito, por onde entra a ajuda humanitária.
O ataque ocorreu no mesmo dia em que o Hamas declarou aceitar uma proposta de cessar-fogo mediada por Egito e Catar. Israel, no entanto, descartou a proposta, alegando não ter participado de sua criação e que o modelo proposto, um plano dividido em três fases, tendendo para o fim completo da invasão, com a libertação de todos os reféns, estaria longe de seus interesses.
A invasão a Rafah foi preparada por Israel há semanas. Tanto é assim que no último dia 30 de abril, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o Exército de Israel entraria na cidade “com ou sem acordo”. Essa é mais uma demonstração da política de extermínio de Israel, visto que Rafah é considerado o principal refúgio desde o início da guerra e estima-se que 1,5 milhão de pessoas estejam lá, mais da metade do povo residente em Gaza atualmente.
O Exército israelense ordenou que os palestinos residentes em Rafah evacuassem a região com destino a Al-Mawasi e Khan Younis, duas cidades vizinhas já ocupadas por eles. Com isso, estima-se que 100 mil pessoas teriam que se deslocar para garantir sua operação.
A situação em Rafah é apenas uma parte do genocídio palestino em andamento. Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, avalia-se que mais de 34 mil palestinos foram mortos, em sua maioria mulheres e crianças. Além disso, os dados apontam para mais de 75 mil pessoas feridas e 80% da população da Faixa de Gaza foi deslocada de suas casas.
O governo de Netanyahu passa por uma crise grande, com manifestações no País e em várias outras nações por negociações de paz e o fim da guerra, mas ele se apoia na extrema-direita nacional e internacional para continuar com a guerra. Não há solução que não passe pelo total repúdio da comunidade internacional às ações de Israel, com ações concretas: bloqueio comercial, rompimento de relações diplomáticas e até mesmo coerção direta. Enquanto medidas concretas não forem tomadas para interromper Israel, o genocídio palestino continuará.
Foto: Said Khatib/AFP