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Níger e a crise do velho imperialismo europeu e estadunidense

Desde o último dia 3 de maio, tropas da Rússia ocupam uma base militar dos Estados Unidos no Níger, onde ainda estão alguns militares dos EUA, Alemanha e Itália. Tal ocupação é uma resposta, uma vez que a Rússia tem dado apoio ao país da África Ocidental, desde que o Exército depôs o presidente alinhado ao imperialismo estadunidense, em julho de 2023. O apoio tem sido fundamental para que o governo do Níger se mantenha no poder e evite retaliações dos EUA e França. Segundo fontes dos EUA, apesar de estarem na mesma base, não há interação entre os dois grupos, que estão em hangares diferentes.

A Base Aérea 101 fica ao lado do Aeroporto Internacional Diori Hamani, em Niamey, capital do Níger, e custou mais de meio bilhão de dólares ao Pentágono. Além dela, há mais duas bases no País, incluindo a maior base de drones militares do mundo, na cidade de Agadez.

Contudo, diante da situação, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, declarou, em audiência no Senado, no último dia 8 de maio, que irão deixar o Níger. Ao todo, os EUA têm pouco mais de mil soldados em solo nigerino, mas suas bases representam um investimento grande e importante para a atuação que eles têm na África. Perder essa base para os Russos, com quem há um alto nível de hostilidade, representará mais uma derrota para o velho imperialismo.

A presença militar dos EUA no Níger foi considerada ilegal pelo novo governo no último dia 16 de março, após os norte-americanos declararem que poderia haver retaliações ao país da África, por se alinharem com Rússia e Irã. Ainda assim, as tropas dos EUA ainda não deixaram o território. A França, antiga colonizadora da região, foi a primeira a ter sua presença questionada, sendo obrigada a deixar o Níger em dezembro do ano passado. À época, a França chegou a incitar os países vizinhos a entrarem em guerra contra o Níger, para tentar retomar o poder, mas sem sucesso. Outros países da região, que também tiveram governos capachos do imperialismo depostos e também estão expulsando as tropas imperialistas de seus países. Dentre esses países, Burkina Faso e Mali formaram uma coalisão militar para combater qualquer possibilidade de invasão do Níger.

As tropas imperialistas estão lá e em outros países da região em nome de uma suposta luta contra o terrorismo, mas o que fizeram foi impor governos “fantoche”, combater grupos que se opunham a eles e explorar as riquezas dessas nações. O Níger, por exemplo, era o principal fornecedor de Urânio para a França, que era explorado por empresas francesas.

A crise da dominação imperialista na África, com a perda de diversos governos aliados e a aproximação deles do eixo Rússia, China e Irã, é uma importante demonstração do esgotamento do velho imperialismo europeu e estadunidense, evidenciando sua incapacidade de controlar o mundo. A vitória do Níger em conseguir expulsar os EUA e a França de seu território é uma grande conquista e deve ser exemplo para outras nações.

 

Foto: Carley Petesch/AP


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