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Nigéria: No Foco da Espoliação Imperialista

A Nigéria é o principal produtor de petróleo de alta qualidade da África. O óleo com baixo teor de enxofre, o que reduz os custos de refino e é extremamente crítico no contexto de aprofundamento da crise capitalista mundial e a corrida desesperada dos especuladores financeiros para salvarem os seus lucros a qualquer custo. O centro fundamental da produção encontra-se localizado no Delta do Rio Níger onde as reservas somam quase 40 bilhões de barris e a produção diária alcança 2,4 milhões de barris. Junto com a produção de 40 bilhões de metros cúbicos de gás, a região é responsável por 70% do PIB nacional, mais de 90% das receitas provenientes das exportações e 65% do orçamento do governo.

Apesar das suas enormes riquezas, o Delta do Rio Níger é uma das regiões mais pobres do País e da África. As petrolíferas controlam a sangue e fogo a região para continuar roubando os recursos naturais da Nigéria e conter os grupos guerrilheiros que atuam contra o entreguismo do governo. A Shell montou um verdadeiro exército mercenário para controlar a região. De acordo com documentos revelados pelo Wikileaks, em conversações entre uma alta executiva da multinacional e o embaixador norte-americano em Lagos, a capital do País, a Shell possui agentes infiltrados nos principais ministérios nigerianos. Tem sido divulgado pela imprensa burguesa que a Shell, responsável pela produção diária (oficial) de um milhão de barris, desvia grandes volumes da produção que são comercializados em alto mar para evadir impostos e para evitar o pagamento de royalties, atividades que são ocultadas mediante a corrupção das autoridades públicas.


O “pantâno” dos lucros a qualquer custo


O Delta do Rio Níger tem se transformado numa das regiões mais poluídas do mundo devido às atividades depredadoras, focadas na obtenção dos maiores lucros a qualquer custo, pelas petrolíferas – além da Shell, atuam as norte-americanas ChevronTexaco e a ExxonMobil, e as francesas Total e a Agip.

Dos pouco mais de 300 mil barris diários destinados ao consumo interno, são importados em torno de 40% devido ao sucateamento do setor de refino promovido pelas multinacionais como uma forma de aumentar ainda mais os seus lucros.

A pobreza na Nigéria alcança níveis alarmantes, pois as políticas públicas têm sido orientadas a facilitar a exploração e produção de petróleo deixando de lado a produção de alimentos, que agora têm que ser importados e que, devido à especulação nos mercados futuros de commodities, está provocando o aumento da inflação e a queda do poder aquisitivo dos trabalhadores.

A intensificação da especulação com a dívida pública começou a ficar intensa a partir de 2006, coincidindo com o esgotamento da especulação imobiliária nos países centrais, quando o governo foi obrigado a repassar US$ 20 bilhões aos especuladores financeiros, agrupados nos chamados clubes de Paris e Londres, sob a propaganda demagógica de acabar com a dívida externa. Longe de ter acabado, a dívida pública, externa e interna, continua batendo recordes históricos e representa o principal mecanismo de espoliação das massas trabalhadoras, que, em mais de 40%, vivem com menos de US$ 1 por dia.



A disputa histórica pelas matérias primas africanas



Os portugueses foram os primeiros europeus que chegaram na África subsaariana, através da navegação do oceano Atlântico, em 1444. A África não foi invadida e colonizada imediatamente devido à força militar das nações africanas como os fulas, os mandingas e os jalofos. Seja por mar ou em terra, vários povos da África derrotaram seguidamente os portugueses. Desta forma, só restou aos lusitanos se instalarem em arquipélagos desabitados, longe da costa africana, como Cabo Verde e São Tomé e Príncipe e de lá organizarem uma base operacional para comercializar pacificamente com as nações africanas.

Aos portugueses se somaram várias outras potências europeias que, conforme o capitalismo se desenvolviam passaram a rivalizar pelo controle da ricas fontes de matérias primas.

Além do comercio de escravos, os europeus, desde o início, também espoliavam uma quantidade inumerável de produtos, tais como marfim, couro, ouro, cera, madeira, algodão, ferro e alimentos.

O entendimento da realidade africana é muito importante para a luta democrática e revolucionária. O povo brasileiro e vários outros povos têm como origem a África. A espoliação de mateiras primas, mantendo a esmagadora maioria da população em absoluta pobreza, é a mesma política aplicada no Brasil embora de maneira ainda um pouco mais brutal. É o vale tudo dos maiores lucros a qualquer custo.


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