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Greve nas Universidades e Institutos Federais

Após uma infrutífera negociação no último dia 27 de maio, a greve nas Universidades Federais e Institutos Técnicos continua em todo o país. Mais uma reunião com o governo está agendada para o dia 11 (terça-feira) com TAEs e no dia 14 com docentes, ambas no Ministério da Educação.

No dia 27 de maio, o governo Lula apresentou, o que era considerada a “última proposta” de negociação, discutida na Mesa Específica e Temporária da Educação, liderada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos - MGI e com a participação do Ministério da Educação (MEC), junto ao presidente e representantes dos sindicatos das categorias em greve. A proposta defendida pelo governo é de não ter reajuste salarial em 2024, mas com a promessa que terão melhores ofertas nos anos seguintes, com o menor reajuste de 13,3% e o maior, de 31% para diferentes níveis da carreira.

Essa proposta foi recusada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES SN. O governo, assim, decidiu assinar um acordo com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e Ensino Básico Técnico e Tecnológico - PROIFES, que não representa o maior número dos sindicatos da categoria. O ANDES-SN representa mais de cem sindicatos de universidades no Brasil, ou seja, é onde está a maioria dos docentes. O Sindicato entende que a proposta rebaixa aquilo que foi indicado nas Assembleias, com isso, a greve continua em andamento, exigindo mais diálogo com o governo. Assim, houve pressão para nova reunião com o governo, que foi realizada no último dia 3, em que não houve avanços.

Há cerca de 10 anos a educação pública vem sofrendo com cortes orçamentários. Uma sequência de ações neoliberais, de ajuste fiscal e um pensamento de não investir em momentos de crises vêm sendo contínuo no país no âmbito da educação. Desde o golpe contra o governo Dilma, passando por Temer e Bolsonaro se vê a continuidade de uma política econômica neoliberal que o governo Lula não consegue estagnar. Antes, as lutas foram defensivas, em reação aos ataques de Temer, os cortes de Bolsonaro, contra o Novo Ensino Médio e tantas outras propostas que assombram o futuro dos estudantes e professores. No governo Lula há uma esperança de agir além da reação, com perspectivas de diálogo e negociação.

O diálogo com parlamentares também tem sido parte das ações para reafirmar o compromisso dos trabalhadores em educação para garantir reposição salarial e melhores condições de trabalho. A agenda de luta para as próximas semanas está intensa, com atividades, atos, análises de conjuntura e reuniões para definir uma contraproposta a ser apresentada ao governo. A luta dos trabalhadores em educação não irá parar apenas com as atuais demandas salariais: a luta contra a Reforma Administrativa está por vir, bem como a inclusão de mais verba para a educação na próxima Lei Orçamentária Anual.

 

Foto: Divulgação


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