Sendo a carreira do magistério público 80% feminina e majoritariamente composta por mulheres arrimo de família, podemos entender que a Lei do Piso Nacional da Educação (Lei nº 11.738/2008), além de valorizar a educação e todos os seus trabalhadores, é parte de uma política de fortalecimento da mulher no mercado de trabalho.
A exploração da força de trabalho das mulheres, metade da classe trabalhadora, é um sustentáculo fundamental para o sistema capitalista, uma vez que é mais fácil oprimir economicamente quem está socialmente oprimido – as mulheres são 70% da população mais pobre do mundo. Elas são a maioria dos desempregados do país, ou seja, a maior parte do exército de reserva que ajuda a manter os salários baixos. Em situação de crise, elas são as primeiras a perderem os postos de trabalho e em contexto de retomada econômica, são as últimas a serem recolocadas. Além disso tudo, a sociedade machista e patriarcal enxerga profissões relacionadas à Educação ou à Saúde como atividades femininas que não exigem valorização salarial.
O reconhecimento salarial das profissões compostas majoritariamente por mulheres é um passo importante na retomada da autonomia econômica e na geração de emprego e renda para as trabalhadoras. No entanto, a Lei do Piso tem sido descumprida pela maioria dos municípios e muitos estados. Por isso, é fundamental organizar a luta pela garantia desse direito conquistado e para avançar na conquista de melhores condições de trabalho. Educação de qualidade se faz com professoras(es) valorizadas(os).
Foto: Simpro/MG