• Entrar
logo

Com volta de investimentos, Brasil retoma protagonismo no Cinema Internacional

Cinema Brasileiro em Ascensão nos Festivais Internacionais

Com o retorno do Ministério da Cultura e a criação de políticas públicas específicas para o setor audiovisual, o governo federal tem atuado na promoção de novas obras cinematográficas. Entre as medidas adotadas estão o aumento de verbas para editais voltados à produção de filmes, apoio a cineastas independentes e parcerias com empresas do setor privado. Segundo o Ministério da Cultura, esses incentivos têm permitido que cineastas brasileiros contem suas histórias de maneira mais abrangente e inovadora, refletindo a diversidade do País e dialogando com questões sociais importantes.

Com mais produções em curso e uma maior representatividade em festivais internacionais, o cinema brasileiro voltou a ter visibilidade e reconhecimento mundial. Filmes nacionais ganharam destaque em festivais renomados como os de Cannes, Berlim e Veneza, sendo aplaudidos pela crítica e conquistando prêmios que comprovam a qualidade e a originalidade do cinema brasileiro.

Produções como “Marte Um” (foto), do diretor Gabriel Martins, da Filmes de Plástico, produtora da periferia de Contagem, ou a obra “A Vida Que Habito”, dirigida por um cineasta independente do Rio de Janeiro, têm conquistado prêmios e destaque não só aqui no Brasil, mas em todo o mundo. Mais recentemente, podemos destacar “Corações do Cerrado”, um documentário premiado em Veneza por sua sensibilidade ao retratar a vida das comunidades indígenas do Brasil Central e o longa metragem “Ainda Estou Aqui”. Dirigido por Walter Sales, o longa conta como a vida de Eunice Paiva e seus cinco filhos mudou abruptamente após o desaparecimento de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, sequestrado e assassinado pela Ditadura Militar brasileira. A produção, aplaudida e premiada em vários festivais, realizada em parte com o apoio do governo federal, ilustra como o incentivo cultural impulsiona histórias com grande potencial de impacto e valor social.

Além dos prêmios, o investimento em cultura também gerou um efeito positivo na economia, com o aumento da geração de empregos no setor audiovisual. Segundo dados do IBGE, o número de profissionais atuando na produção cinematográfica, como roteiristas, atores, diretores e técnicos, registrou um crescimento de 25% nos últimos dois anos. “Esse renascimento do cinema brasileiro traz à tona novas oportunidades para profissionais do setor e reforça o papel da cultura como elemento fundamental do desenvolvimento econômico do País”, destacou a Ministra da Cultura, Margareth Menezes.

 

Retrocessos na Cultura sob o Governo Bolsonaro: cortes de verbas e censura

Durante o governo anterior, de Jair Bolsonaro, a área cultural brasileira vivenciou um intenso retrocesso e muitos desafios. O Ministério da Cultura, que historicamente desempenhava um papel fundamental no incentivo e fomento à produção artística e cultural, foi extinto em 2019 e convertido em uma secretaria subordinada ao Ministério do Turismo. Esse retrocesso representou um duro golpe para o setor, reduzindo significativamente a autonomia e os recursos destinados às produções culturais.

O corte de verbas foi uma das principais marcas do período, afetando de forma crítica áreas como o cinema, o teatro e as artes visuais. O governo interrompeu programas de financiamento para produções audiovisuais e dificultou o acesso de artistas e produtores independentes a fundos de incentivo. O impacto dessas medidas foi sentido de forma imediata: diversos projetos foram paralisados, filmes deixaram de ser produzidos e festivais tiveram que ser cancelados ou reduzidos.

Outro aspecto que marcou a gestão Bolsonaro foi o aumento da perseguição e censura à classe artística. Declarações públicas do então presidente e de membros de seu governo frequentemente criticavam e questionavam a legitimidade de produções culturais que abordavam temas sociais, políticos ou críticos sob o argumento de que promoviam uma “agenda ideológica”. Cineastas, músicos, atores e escritores sofreram pressão e tentativas de silenciamento pelo governo, especialmente aqueles que abordavam questões consideradas “controversas” por tratar de temas como LGBTQIA+, feminismo e questões raciais.

A redução de investimentos e a falta de apoio oficial afetaram diretamente a competitividade do cinema brasileiro, que viu o número de produções cair drasticamente. De acordo com dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), a produção de filmes no Brasil diminuiu em cerca de 40% durante o governo Bolsonaro, o que afetou não apenas o setor artístico, mas também a economia e a geração de empregos em toda a cadeia produtiva audiovisual, além de tirar o Brasil do cenário dos festivais, competições e mostras de cinema, literatura e arte.

 

Rumo a um Novo Ciclo Cultural

 

As diversas ações voltadas ao investimento e fortalecimento à cultura promovidas pelo governo atual, ainda que aquém das reais necessidades, demonstram a importância das políticas públicas. O governo Lula deu prioridade à revitalização das políticas culturais, impulsionando a criação de produções nacionais e estabelecendo parcerias estratégicas com Festivais internacionais.

Analistas culturais acreditam que o Brasil está entrando em um novo ciclo de renascimento cultural e artístico, impulsionado por uma política pública que valoriza e incentiva o cinema. A retomada de projetos e a abertura de novos editais indicam que o País está resgatando seu papel como referência cultural e contribuindo para o fortalecimento de uma indústria que tem o potencial de gerar emprego, renda e de conectar o Brasil ao mundo por meio da arte.

Neste sentido, é imprescindível que a população entenda que os ataques dos fascistas, conservadores e reacionários extremistas contra as iniciativas e manifestações artístico-culturais têm uma base econômica e entreguista. É preciso lutar e defender os interesses dos trabalhadores também no que diz respeito ao apoio à cultura, setor que historicamente é ameaçado diante dos projetos neoliberais, que utilizam a indústria cultural para manter a hegemonia das grandes corporações estrangeiras.

 

 Foto: "Marte um" - Embaúba Filmes/Divulgação


Topo