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Ratinho Jr. vai comprar blindado com canhão de água de até R$ 4 milhões para reprimir trabalhadores

O governo do Paraná abriu um pregão eletrônico, que se encontra em fase de seleção de fornecedor, para escolher a empresa que venderá um Veículo Lançador de Água (VLA), que será utilizado pelo Batalhão de Polícia de Choque da Polícia Militar (PM-PR) na repressão e “controle” de manifestações. O “equipamento” custará aos cofres públicos um montante que poderá chegar a, pasmem, cerca de 844 mil dólares, ou R$ 4,3 milhões, conforme edital que regula a compra do VLA. 

No edital para o pregão, o governador Ratinho Jr. (PSD) argumenta que o equipamento é 'imprescindível' diante do “cenário atual de manifestações violentas e distúrbios civis”. A fala é de um cinismo sem fim. Isso porque os trabalhadores paranaenses, principalmente os servidores públicos, têm protagonizado, nos últimos anos, lutas pacificas em defesa de seus direitos e tiveram como resposta do governo uma ação extremamente truculenta, mostrando que, na realidade, é o Estado quem tem atuado de forma violenta, não o contrário.
O estado do Paraná, inclusive, já possui um veículo do tipo, que foi utilizado para reprimir uma manifestação de professores em 29 de abril de 2015. Na ocasião, sob o governo de Beto Richa, 200 educadores, que se manifestavam contra a retirada de dinheiro do fundo de previdência para pagar dívidas do Estado,, ficaram feridos após a ação policial. A data virou um símbolo da luta dos educadores e escancarou a capacidade do Estado de agir com extrema violência contra a classe trabalhadora. 

Entre vários itens, o governo quer que o veículo também tenha blindagem e tanque com capacidade de 60 litros para armazenamento de gás lacrimogêneo. O edital afirma que "O veículo será equipado com capacidade de armazenamento adequada e um jato d'água de longo alcance, garantindo a dispersão efetiva das multidões”. Ao investir milhões neste equipamento, o que Ratinho JR quer deixar evidente é que as manifestações de trabalhadores não serão toleradas e o Estado terá em mãos um instrumento de repressão de grande simbologia contra o povo. Conforme a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), o aparelho também pode ser usado em situações envolvendo brigas de torcidas organizadas e operações de reintegração de posse, por exemplo.
Cientes de que as políticas neoliberais que tiram direitos dos trabalhadores e atacam os serviços públicos levarão às reações populares, os governos de extrema direita se preparam para fortalecerem seu poder de repressão. Neste sentido, o que está colocado para o conjunto da classe trabalhadora é a sua urgente organização. O Estado burguês a todo o momento evidencia sua organização, seja por meio do endurecimento das leis, ou da compra de equipamentos de repressão em massa etc. Somente a organização social poderá dar respostas e barrar essa investida contra o povo


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