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BH: obra da maternidade atrasada

A população da capital mineira, Belo Horizonte, está preocupada com o atraso nas obras de uma nova maternidade pública, com capacidade para até seis mil atendimentos mensais, cuja previsão era de serem concluídas no primeiro semestre de 2024. A cidade conta, atualmente, com sete maternidades públicas, sendo uma de responsabilidade da União (Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais), duas de esfera estadual (Hospital Júlia Kubitschek e Maternidade Odete Valadares) e quatro vinculadas ao município ou a entidades filantrópicas (Odilon Behrens, Risoleta Neves, Sofia Feldman e Santa Casa de Misericórdia). Apesar de grande, essa estrutura é insuficiente para a demanda de uma região metropolitana com quase seis milhões de habitantes.

As altas demandas tem gerado insegurança às gestantes, que temem a superlotação dos hospitais, e sobrecarregam os profissionais da saúde, comprometendo a qualidade do atendimento. Muitas vezes, para "acelerar a liberação de vagas", recorre-se à cesarianas, que podem levar a intervenções e riscos desnecessários, sendo uma abordagem que não prioriza a segurança da saúde materno-infantil. O que era para ser uma intervenção necessária, mas pontual (com necessidade de indicação para ocorrer), torna-se rotina. Não por acaso, o Brasil possui uma das maiores taxas de cesarianas do mundo. 

A obra, cuja estrutura pertence ao Hospital Metropolitano Odilon Behrens (HOB), está sob responsabilidade da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e sua conclusão foi promessa de campanha, nas eleições municipais de 2024, do prefeito eleito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que faleceu em março deste ano. No entanto, o novo cronograma jogou a previsão de conclusão para 2027.  

Em maio deste ano, o atual prefeito, Álvaro Damião (União Brasil), anunciou um plano de metas visando ampliar o número de parcerias público-privadas (PPPs), que inclui a conclusão da construção da Maternidade do Hospital Odilon Behrens. As PPPs são mecanismos de transferência de verbas públicas para cofres de empresas privadas, sem garantias de melhora no atendimento à população. Assim, quando a Saúde Pública vira mercadoria para enriquecer setores empresariais, os interesses dos que irão lucrar com ela ficam acima dos interesses da maioria da população. 

A conclusão da nova maternidade municipal é crucial para garantir melhores condições para pacientes de Belo Horizonte e da região metropolitana, especialmente as mulheres trabalhadoras que dependem do SUS. Dentre as ações previstas no projeto está a ampliação de serviços que já existem no HOB, como pronto-atendimento para urgências, emergências e casos de violência sexual; bloco obstétrico; Centro de Parto Normal (CPN); alojamento conjunto e setor de neonatologia, além de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para neonatos, Unidade de Cuidados Intermediários Convencionais e Unidade de Cuidados Intermediários. Algo de tamanha importância para a população não deveria estar subordinado aos negócios mediados por políticos locais. A população exige a conclusão da obra, que garantirá melhores condições de atendimento às gestantes e aos profissionais de saúde.


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