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Unidade dos Trabalhadores da Cidade e do Campo Contra a Violência

Os parlamentares ligados ao latifúndio e ao agronegócio, o executivo, a imprensa burguesa e o judiciário não medem esforços para impedir as conquistas políticas e econômicas que beneficiem a população pobre do campo.

As grilagens de terras feitas por grandes proprietários, por empresas transnacionais e por parlamentares são problemas do cotidiano do campo que a imprensa capitalista faz questão de esconder ou distorcer.

Os recursos governamentais, cada vez mais vultosos, que alimentam o agronegócio e financiam os patrões do campo, sequer são objeto de fiscalização e contestação pelos tribunais de contas, também coniventes e a serviço dos interesses capitalistas.

São recursos públicos que alimentam um pensamento conservador e políticas antipopulares. No Congresso Nacional, os mesmos parlamentares que condenam as lutas e conquistas dos trabalhadores sem terra aprovam leis que facilitam a depredação ambiental e aceleraram o desmatamento, submissos que são aos interesses das empresas transnacionais.

Esta elite brasileira, agrupada em torno do agronegócio, enxerga a agricultura apenas como um espaço para a obtenção de lucros fáceis e rápidos, à custa da pobreza da população, da destruição da natureza e do atendimento dos interesses e demandas do mercado externo.

Os grandes latifundiários e demais representantes da minoria capitalista que explora e expropria os trabalhadores da cidade e do campo precisam impedir que a população urbana e camponesa compreenda a agricultura como um espaço de sociabilidade e de enfrentamento ao êxodo rural. O tratamento que estes exploradores dispensam aos trabalhadores revela uma luta sangrenta.

Uma agricultura apta a produzir alimentos saudáveis que assegure a preservação das águas, do solo e da biodiversidade, procurando conter e reverter a depredação ambiental causada pelo agronegócio é o que menos importa aos capitalistas que, para manter sua dominação, matam.

A luta pela terra desenvolvida pelos trabalhadores do campo tem por objetivos: a superação da gritante e imoral desigualdade social existente em nosso país e perpetuada por todos os governos; a produção de alimentos assegurando a preservação ambiental; a manutenção da população rural no campo, com condições dignas de vida, com acesso à educação e ao conhecimento; o desenvolvimento econômico; a distribuição equilibrada da população pelo vasto território brasileiro.

O relatório de violência de 2016, elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), revelou uma média de cinco assassinatos por mês, com 61 mortes de quilombolas, indígenas, líderes e integrantes dos movimentos sem terra e denuncia a criminalização dos movimentos do campo. Houve um aumento de 22% das mortes em comparação com 2015; de 86% das ameaças de morte; de 68% das tentativas de assassinato; e de 185% das prisões. Entre 1985 e 2016 1.834 pessoas perderam a vida em conflitos no campo e apenas 31 mandantes desses assassinatos foram condenados.

A violência no campo massacra dezenas de trabalhadores ano após ano. Em 2017, até o mês de setembro, foram mortas 36 pessoas, sendo um terço delas no Pará. O Brasil tem uma das estruturas fundiárias mais concentradas do mundo, onde cerca de 1% dos proprietários detém 60% das terras. Em abril de 2017, 9 trabalhadores rurais foram assassinados por pistoleiros encapuzados num acampamento em Mato Grosso, demonstrando que quando diz respeito à defesa dos seus interesses, os capitalistas não têm dúvida em abordar os trabalhadores na bala. A área no meio da floresta Amazônica é alvo de madeireiros que destroem nossas matas para vender a madeira e fazendeiros que destroem a floresta para a criação de gado.

Para os latifundiários e seus comparsas no legislativo, executivo e judiciário é necessário criminalizar e caracterizar os pobres que lutam e se organizam para defender seu pedaço de terra como violentos e causadores da instabilidade política. Os números, entretanto, revelam uma realidade oposta, em que estes pobres são massacrados.

O plano em andamento no governo golpista de Michel Temer, mancomunado com os deputados comprados do Congresso Nacional, é o de destruir as pequenas conquistas dos trabalhadores do campo.

A fronteira agrícola amazônica (Mato Grosso, Rondônia e Pará) é o objetivo de expansão dos latifundiários, ainda que isto implique em assassinatos de posseiros, camponeses e indígenas, enfim, de todos que resistam.


Luta pela terra: parte da luta de classes



A luta dos indígenas, atingidos por barragens, ribeirinhos, quilombolas e camponeses é uma luta contra o Estado burguês que quer expulsá-los de suas terras.

Assim como os trabalhadores da cidade enfrentam um ataque sem precedentes aos seus direitos, também no campo se amplia a violência e a retirada de direitos que são das mais diversas ordens, indo de massacre contra camponeses e a indígenas que se veem mais uma vez golpeados relativamente à demarcação das suas terras. Isso sem contar em casos como a barragem rompida, no município de Mariana, que destruiu vidas, devastou a natureza e colocou em dificuldade milhares de famílias impunemente.

Somente a união dos trabalhadores da cidade e do campo na luta contra estes mais diversos ataques mudará esta realidade. Não é possível que uma minoria de parasitas capitalistas continue submetendo e explorando uma maioria de trabalhadores. Não é possível que indígenas sejam colocados para fora de suas terras, o mesmo acontecendo com as comunidades quilombolas. Não é possível que este governo golpista destrua os direitos dos trabalhadores.

Os capitalistas internacionais, para manterem seus lucros, não têm limites e exigem do governo Temer que amplie a exploração ao menor custo possível, razão pela qual foi aprovada a Reforma Trabalhista, que entrará em vigor no mês de novembro. Uma série de novas legislações estão sendo aprovadas, sem nenhum debate, na calada da noite, para subjugar os trabalhadores brasileiros da cidade e do campo nos mais diversos aspectos. Enfrentar esta realidade vai exigir dos trabalhadores a unidade na luta. Neste sentido, a palavra de ordem de todos os explorados é: unir os trabalhadores da cidade e do campo pela tomada do poder político.


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