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A nefasta influência do American way of life

A influência cultural que os Estados Unidos exercem sobre as demais nações do mundo, substituindo costumes nativos de uma cultura específica pelos padrões enlatados da cultura yankee, é uma poderosa arma usada para garantir seu status de representante maior do imperialismo em escala global. A americanização de uma cultura é a forma que os Estados Unidos da América encontraram para impor o “American way of life” sobre as outras nações, utilizando o seu poder econômico, bélico, político e midiático.

“American way of life” é a expressão criada para definir o estilo de vida “almejado” como referência de auto-imagem para a grande maioria dos cidadãos dos Estados Unidos da América, um comportamento dominante que expressa a identidade social, o caráter e o modo de ser de todos os americanos. Essa expressão é muito utilizada pela imprensa imperialista para exaltar a crença da "superioridade" da dita democracia americana, fundamentada no patriotismo extremo, no poder do mercado, na expansão do empreendedorismo e na competição sem limites de uma sociedade extremamente nacionalista e capitalista, que ignora a exploração dos países menos desenvolvidos. Para o imperialismo americano, ser o primeiro é o que importa, vencer sempre, acima de tudo e de qualquer coisa, o que implica em manter os lucros a qualquer custo. Essa megalomania e falta de modéstia faz com que eles acreditem que o “American way of life” é o modelo ideal de sociedade e deve ser aplicado em todos os países do mundo, esmagando os trabalhadores e até parcelas significativas das burguesias nacionais. Além disso, impor os padrões culturais capitalistas norte-americanos às demais nações do mundo garante a criação de novos mercados consumidores e amplia os já existentes para conseguir mais lucros para o grande capital, explorando as demais nações do planeta. Mas essa política também carrega o seu oposto: o acirramento acelerado da luta de classes.


Se você não é um vencedor, pelo menos passe tal imagem



Os norte-americanos se sentem no “topo do mundo”, autodenominam-se soberanos, consideram-se o berço das principais e maiores empresas de tecnologia, a capital mundial das compras, do entretenimento e da cultura pop. Em cima da pressão da ideologia imposta pela burguesia imperialista, o cidadão estadunidense padrão sofre da “Síndrome da Grama Verde”, onde o seu gramado tem de ser sempre mais bonito que o do vizinho, o seu carro tem sempre de ser o mais potente, o seu relógio o mais caro, o seu emprego tem de ser sempre o melhor e ele tem de ser o mais “popular”, o mais influente entre todos, a qualquer custo. E essa influência tem de extrapolar as fronteiras de sua nação.

Um fator fundamental para o processo de americanização da cultura em outras nações é a excessiva divulgação, através da mídia, principalmente da música, arte, filmes e programas de TV. A maior parte de todos os canais norte-americanos possui filiais em outros países e não mudam a grade de programação, transmitindo a mesma dos Estados Unidos da América com pequenas adaptações. Uma vez que as redes de televisão americanas têm transmissões para o mundo inteiro, conceitos, valores e manifestações culturais ganham mais visibilidade e poder de influência. Um exemplo desta invasiva influência são os filmes e seriados que têm grande audiência em países estrangeiros. O sucesso de programas como o “Big Brother”, séries como “Game of Thrones”, “The Walking Dead”, “The Simpsons”, “Desperate Housewives”, “House of Cards”, “Two and a Half Man” e “Breaking Bad” se dá pelo fato de serem ícones da imposição da cultura pop americana em outras nações. Além disso, os EUA contam com uma das mais poderosas indústrias cinematográficas do planeta, expondo seu modo de vida e ideologia por todo o globo, exibindo filmes como “Forrest Gump”, “Independence Day”, “Nascido em Quatro de Julho”, “E o Vento Levou”, “Cantando na Chuva”, “Nashville”, “Jogos Patrióticos” entre tantos outros. Também na música, na literatura, nas artes, na moda e até na culinária os americanos influenciam o restante do mundo no intuito de impor seu modus vivendi e conseguir aumentar ainda mais seus ganhos.

A cultura norte-americana atual representa uma agressão cultural com o objetivo de defender os interesses do grande capital.


Os jovens e o “estilo de vida americano”



Também nos negócios, os norte-americanos fazem valer seu caráter imperialista. Marcas criadas nos Estados Unidos da América como Apple, Coca-Cola, Google, McDonald's, Marlboro, Microsoft, Visa, Nike, entre outras, aparecem constantemente nas propagandas da grande imprensa burguesa que tornam esses produtos parte do cotidiano em todo o mundo. A grande influência da cultura norte-americana afeta mais os cidadãos jovens, que percebem no “American way of life” uma proposta de vida atraente e excitante. Sendo assim, são mais receptivos a modas, artes, tecnologias e costumes entre outras características da americanização. No entanto, pessoas mais maduras poderiam apresentar mais filtros em relação a este processo, sendo menos influenciáveis e valorizando uma cultura nativa adquirida antes do boom americano dos anos 1950, quando, após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos fizeram uma forte campanha midiática de sua cultura para ofuscar os ideais da antiga URSS no ocidente. Mas, além das questões geracionais, o impacto maior deriva da pressão ideológica e cultural impostas por meio de mecanismos que tem como eixo o Estado imperialista que atua como uma espécie de supra polícia mundial.

Mais recentemente, a expressão “American way of life” voltou a ganhar força e notoriedade graças aos Bush, tanto pai quanto filho, que popularizaram a política de que o estilo de vida americano não poderia ser ameaçado e nem negociado. Bush pai utilizou esse argumento, em 1992, para recusar propostas de diminuição das taxas de gás carbônico, afirmando que o “American way of life não pode ser negociável". Já Bush filho utilizou a expressão para convencer a população americana a apoiá-lo na "instauração da democracia" no Afeganistão e no Iraque, defendendo que o “American way of life não pode ser ameaçado por outras nações". Essa política imperialista exploradora e destrutiva de impor o estilo de vida americano pelo resto do mundo vem sendo mantida e perpetuada pelos seus seguidos líderes, Bill Clinton, Barack Obama e, agora, pelo “furacão” em decadência Donald Trump.


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