Há homens que lutam um dia e são bons
Há homens que lutam um ano e são melhores
Há os que lutam muitos anos e são muito bons
Mas há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis
Bertrold Brecht
1) O que é o partido operário revolucionário?
2) A Imprensa e o trabalho de massas - A luta política e a luta econômica
3) Os objetivos organizativos do Jornal Gazeta Operária
4) O Centralismo Democrático na LPS
5) As tarefas das Secretarias
5.1 Secretaria de Comunicação (SeC)
Jornal Gazeta Operária
Boletins
Site da LPS
Novos mecanismos de propaganda
5.2 Secretaria de Organização e Controle (SeOC)
Fortalecimento da Direção Nacional
Os núcleos
Frente Única
5.3 Secretaria Sindical (SeS)
Desenvolvimento do trabalho nacional
5.4 Secretaria de Finanças (SeF)
5.5 Secretaria de Formação (SeFor)
Sobre a Formação Política dos Quadros da LPS
Sobre o funcionamento da Escola de Quadros
6) As reuniões na LPS (Luta Pelo Socialismo)
7) Como abordar os Contatos
CASO 1: Ativistas
CASO 2: Como abordar os trabalhadores na entrada da fábrica ou empresa:
1) O que é o partido operário revolucionário?
1. O partido operário revolucionário representa o estado maior da classe operária.
2. Ele somente pode transformar-se num verdadeiro estado maior dirigente, num partido operário revolucionário de massas, numa situação revolucionária, quando a classe operária se coloca em movimento.
3. A classe operária tem como tarefa histórica a derrubada do capitalismo e a implantação do socialismo, com a expropriação do punhado de parasitas que domina o mundo. Somente ela, e nenhuma outra classe social, pode levar a cabo essa tarefa.
4. O partido, como estado maior da classe operária, começa a se constituir como um grupo de agitação e propaganda com o objetivo de mobilizá-la, por meio de palavras de ordem que reflitam políticas acertadas, estabelecidas a partir da análise marxista da realidade.
5. É impossível analisar acertadamente a realidade e estabelecer as políticas corretas, alinhadas com o estado de ânimo das massas, sem um profundo conhecimento do marxismo, da realidade concreta, da história do país e da revolução mundial. Essa tarefa somente pode ser levada a cabo por um agrupamento marxista revolucionário.
6. Toda tentativa de rebaixar a importância da teoria marxista desarma a classe operária, a deixa exposta a desvios e enganações. Representa, portanto, uma traição.
7. O papel da propaganda consiste em explicar, principalmente para os setores de vanguarda, as palavras de ordem, que devem ser destinadas a mobilizar as grandes massas.
8. Num período pré-revolucionário (quando a burocracia é ultrapassada), como o que já começa a aparecer no horizonte, o papel do grupo de agitação e propaganda marxista revolucionário é converter-se num partido de agitação, em primeiro lugar, com o objetivo de mobilizar grandes massas operárias.
9. O principal perigo colocado neste momento para a formação do partido operário revolucionário é a influência da ideologia e política pequeno-burguesas, fortalecida por décadas de integração à “democracia imperialista” e pelo refluxo do movimento de massas.
10. A penetração da ideologia e política pequeno-burguesas acontece, fundamentalmente, por meio da pressão da “frente popular” e, particularmente, por meio da influência da burocracia sindical.
11. O “movimentismo” e o “sindicalismo” (na realidade, pseudo sindicalismo, tal o grau de paralisia da burocracia) representam as principais expressões dessa influência que tendem a implodir a construção do partido. Eles têm como alguns dos componentes:
a. A desconfiança na classe operária e nos trabalhadores em geral;
b. O abandono da revolução para adotar a política de “fazer o possível”, que na prática é quase nada, e a completa integração ao regime burguês;
c. O abandono do marxismo para adotar o empirismo, como expressão do “espontaneísmo”, que esteve no foco das críticas de Lenin no livro “O Que Fazer?”;
d. A tese de que os trabalhadores são “idiotas” e que eles não irão se levantar. Portanto, cada um devia “cuidar do próprio umbigo”;
e. O “corre-corre maluco”, e sem critério revolucionário, a reboque do movimento, em detrimento da construção centralizada do partido revolucionário;
f. O individualismo contra o trabalho em equipe. Cada um decide onde vai, quando vai. Qualquer sintoma de disciplina é interpretado como autoritarismo, o que é um sintoma do individualismo pequeno burguês;
g. A adequação à burocracia sindical e política em detrimento da política de “frente única” orientada por Lenin e Trotsky.
12. A construção do partido deve ser feita de cima para baixo, como em se tratando de um sistema de engrenagens que dependem das estruturas centrais. Em primeiro lugar, devem ser construídos os organismos dirigentes. A ideia da horizontalidade é anarquista e desarma o partido, pois impede estruturar uma organização orientada a dirigir a luta dos trabalhadores, a tornar-se uma organização de combate.
13. A construção do partido deve ser feita considerando quatro camadas de componentes principais:
a. Programa
b. Política
c. Organização: materializa uma determinada política
d. Método
14. A confusão entre essas quatro camadas é próprio do “movimentismo” e do “sindicalismo”, que desprezam o programa, a teoria e a luta pelo poder político, para priorizar a disputa por aparelhos.
15. O Programa representa os eixos que norteiam o partido. É o principal patrimônio. Ele deve ser construído no dia a dia; deve ser defendido na luta de classes.
a. A construção do Programa deve ser documentada no Jornal;
b. O documento base programático não deve ser considerado como um documento para ser esquecido, mas o documento que deve ser avaliado, estudado e revisado, pelo menos, em todas as reuniões mais importantes do partido;
c. Para os militantes, a defesa do Programa é a principal tarefa colocada, por cima de qualquer outra. Trotsky disse que, quando as posições organizativas são perdidas, é preciso defender o Programa.
16. As políticas, principalmente a tática, devem ser definidas tomando como base o Programa. Elas devem levar em conta, portanto, a análise marxista da realidade, a correlação de forças e o estado de ânimo das massas.
17. As questões organizativas materializam as políticas. O partido revolucionário baseia a sua organização no centralismo democrático, na disciplina revolucionária e na comunicação fluente entre os militantes, de acordo com os estatutos.
18. O partido deve se organizar em torno ao Jornal político central que deve ser um organizador coletivo, conforme Lenin orientou em “O Que Fazer?”.
19. Os métodos refletem a maneira como a política é aplicada. Normalmente, o “movimentismo” e o “sindicalismo” concentram as divergências em questões relacionadas com os métodos, passando longe das questões programáticas e até políticas. As “divergências” seriam, em primeiro lugar, problemas pessoais e, em segundo lugar, organizativos.
20. Trotsky no conhecido texto de 1931, "A revolução espanhola e as tarefas dos comunistas", disse:
"A situação revolucionária na que deve atuar o partido revolucionário é, no conjunto, extremamente favorável. O essencial é como se comportará o partido. Infelizmente, os comunistas não interpretaram a sua própria partitura no concerto dos defensores do boicote (...). Em períodos de ascenso revolucionário impetuoso, a autoridade do partido cresce rapidamente, sempre que, em situações novas, o partido lance a palavra de ordem precisa, cujo acerto possa ser confirmado pelos acontecimentos. (...) Nós temos pouca força.
Mas a vantagem de uma situação revolucionária é precisamente a possibilidade de, mesmo um grupo pouco numeroso, tornar-se uma força em um curto espaço de tempo, a condição de lançar previsões a tempo e palavras de ordem apropriadas".
2) A Imprensa e o trabalho de massas - A luta política e a luta econômica
21. A LPS se constrói como um agrupamento de agitação e propaganda com o objetivo de contribuir com a organização dos revolucionários, por meio da atuação nas lutas dos trabalhadores, no sentido da formação de um partido operário, revolucionário e de massas. Ela busca se estruturar tomando como modelo o Jornal Iskra (Faísca) que, liderado por Vladimir I. Lenin, no início do século passado, levou à fundação do POSDR (Partido Operário Socialdemocrata Russo).
22. A luta nas frentes, tais como no movimento operário, popular, da juventude etc., se encontra pressionada constantemente, pela própria natureza da atividade, a sacrificar os objetivos políticos fundamentais da Organização em nome de atividades e lutas imediatas.
23. A elaboração/distribuição/venda do Jornal Gazeta Operária, como Órgão Central da LPS, nunca deve ser sacrificada por questões específicas relacionadas a uma determinada frente de intervenção, em detrimento da política revolucionária para orientar a classe operária e suas lutas.
24. O Jornal está em oposição ao “economicismo”, que tem como principal expressão o “sindicalismo”, o trabalho local e o “movimentismo”, que sacrificam os objetivos fundamentais e as exigências permanentes da luta de classes em prol das necessidades momentâneas.
25. A LPS luta pela revolução operária mundial e segue os ensinamentos dos mestres do marxismo. Trotsky disse:
“Os bolchevique-leninistas encontram-se nas primeiras fileiras de todas as formas de luta, mesmo naquelas onde se trata somente de interesses materiais ou dos direitos democráticos mais modestos da classe operária. Tomam parte ativa na vida dos sindicatos de massa, preocupando-se em reforçá-los, em aumentar seu espírito de luta. Lutam implacavelmente contra todas as tentativas de submeter os sindicatos ao Estado burguês e de subjugar o proletariado pela "arbitragem obrigatória" e todas as outras formas de intervenção policial não somente fascistas, mas também "democráticas". Somente tendo como base este trabalho é possível lutar com sucesso no interior dos sindicatos contra a burocracia reformista e, em particular, contra a burocracia estalinista. As tentativas sectárias de criar ou manter pequenos sindicatos "revolucionários", como uma segunda edição do partido, significam, de fato, a renúncia à luta pela direção da classe operária. É necessário colocar aqui como um princípio inquebrantável: o auto-isolamento capitulador fora dos sindicatos de massa, equivalente à traição da revolução, é incompatível com a militância na IV Internacional.” (Programa de Transição, Leon Trotsky).
26. A luta pela estruturação do partido operário e revolucionário tem como objetivo a tomada do poder, a derrubada do capital e a implantação do socialismo em escala mundial. O internacionalismo proletário está na base da atuação da LPS.
27. Para alcançar os trabalhadores do Brasil e do mundo, a LPS desenvolve a imprensa revolucionária, em contraposição à ideia pequeno-burguesa baseada no controle de aparatos.
28. A LPS busca se ligar profundamente às lutas cotidianas da classe operária com o objetivo de impulsionar a luta política de conjunto, a partir da experiência e do estado de ânimo dos trabalhadores. Um trabalho sério de agitação e propaganda serve como barreira às vacilações e oportunismos típicos da esquerda centrista, que adota políticas de ocasião, mais ou menos adaptadas às situações de momento. Como expressou Vladimir Ilich Lênin, o dirigente da Revolução Russa, no artigo “Por Onde Começar?”, que esteve na base do livro “O Que Fazer?”:
“Nestas circunstâncias, qualquer homem capaz de encarar o conjunto da nossa luta, sem se deixar distrair a cada “viragem” da história, deve compreender que a nossa palavra de ordem, na hora atual, não pode ser “Ao assalto!”, mas “Empreendermos o cerco em regra da fortaleza inimiga!”. Por outras palavras, o objetivo imediato do nosso partido não pode ser incitar todas as forças de que dispõe a lançar-se a partir de agora ao ataque, mas incitar a por de pé uma organização revolucionária capaz de congregar todas as forças e ser o dirigente não só em título, mas real, do movimento, isto é, uma organização sempre pronta a apoiar cada protesto e cada explosão, tirando proveito disso para aumentar e endurecer um exército a travar o combate decisivo”.
3) Os objetivos organizativos do Jornal Gazeta Operária
29. A LPS se estrutura, em primeiro lugar, nos moldes estabelecidos por Vladimir I. Lenin no livro “O Que Fazer?” orientava a fundar um jornal político para toda a Rússia e que o partido se estruturasse em torno dele.
30. O Jornal Gazeta Operária, além de um propagador de ideias, é, acima de tudo, um organizador coletivo. O que mostra a necessidade de buscar a organização da luta dos trabalhadores.
31. O Jornal Gazeta Operária tem por tarefa ser um guia político para todos os militantes da LPS e um organizador do trabalho revolucionário e dos métodos comunistas. Portanto, deve funcionar como um órgão comunista, ou seja, um instrumento da organização de luta, um coletivo de revolucionários marxistas, de todos os que se organizam em torno dele, seja em sua redação, impressão, administração, distribuição, discussão, e demais tarefas envolvidas.
“Porém, o jornal não se limita ao seu papel de à difusão das ideias, à educação política e ao recrutamento de aliados políticos. Não é apenas um propagandista coletivo, é também um organizador coletivo [grifo da LPS]. Neste aspecto, pode compará-lo aos andaimes erguidos à volta de um prédio em construção, que esboçam o contorno do edifício, facilitam a comunicação entre os diversos construtores, aos quais permitem repartir a tarefa e abranger o conjunto dos resultados obtidos pelo trabalho organizado. Com a ajuda e o propósito do jornal, constituir-se-á por si mesma uma organização permanente, que não se ocupará apenas de um trabalho local, mas também geral e regular, habituando os seus membros a seguirem de perto os acontecimentos políticos, a apreciarem o seu papel e sua influência nas diversas categorias da população, a encontrarem para o partido revolucionário a melhor maneira de agir sobre esses acontecimentos políticos, a apreciarem o seu papel e a sua influência nas diversas categorias da população, a encontrarem para o partido revolucionário a melhor maneira de agir sobre esses acontecimentos. Os problemas técnicos - o fornecimento devidamente organizado de materiais do jornal, a sua boa difusão – obrigam já a ter uma rede de agentes locais ao serviço de um único mesmo partido, agentes em relações pessoais uns com os outros, conhecendo a situação geral, esforçando-se por executar regularmente as diversas funções fragmentárias de um trabalho a escala de toda a Rússia, ensaiando-se na preparação desta ou daquela ação revolucionária”. (Por Onde Começar? Vladimir I. Lenin).
32. O Jornal Gazeta Operária, como parte da imprensa marxista revolucionária e operária, deve ser compreendido como o militante número um da LPS, como o “organizador coletivo” e, portanto, deve ser desenvolvido e considerado como o instrumento central de expressão da política partidária.
33. O objetivo é organizar o conjunto da classe operária para dar um caráter consciente e unitário às lutas contra a burguesia e o capital.
34. A luta da classe operária precisa do Jornal Gazeta Operária como um jornal político centralizado. Só por meio deste instrumento a LPS conseguirá concentrar o descontentamento dos trabalhadores para impulsionar um movimento de caráter revolucionário com o regime burguês, de conjunto.
“O que o nosso movimento mais sofre, no plano ideológico e no da prática da organização, é a dispersão, pelo fato de a imensa maioria dos socialdemocratas estarem quase totalmente absorvidas por tarefas meramente locais, que reduzem simultaneamente o seu horizonte, a envergadura dos seus esforços, a sua habituação e sua aptidão para a ação clandestina”. (Por Onde Começar, Vladimir I. Lenin)
35. O Jornal Gazeta Operária, funciona como o coração da Organização, ligando a Direção Nacional a todas as organizações locais e de base (núcleos). Os mecanismos estruturados a partir da Redação, pela Secretaria de Comunicação e validados pela Secretaria de Organização, buscam facilitar o trabalho a partir da base, para ajudar tanto na elaboração das edições do Jornal quanto na elaboração da linha política e na aplicação prática do centralismo democrático, sob a coordenação da Direção Nacional.
36. A LPS tem como base da atividade a agitação e a propaganda de forma sistemática. Por esse motivo, a busca pela periodicidade menor possível do Jornal Gazeta Operária representa a garantia do funcionamento como “fio condutor” da agitação política. O objetivo é torná-lo um órgão de propaganda forte, um elo entre a classe operária, suas lutas e a organização dos revolucionários, a LPS. A periodicidade (semanal, diário etc.) representa um termômetro que permite medir o grau de evolução política da Organização. Da mesma forma, deve ser avaliada a quantidade de exemplares vendidos, a qualidade da venda, o trabalho com os contatos e os setores sociais, principalmente nos de ponta da classe operária, que acompanham com regularidade a publicação.
37. O Jornal Gazeta Operária não representa apenas um complemento de outras formas de agitação e propaganda (boletins, panfletos, brochuras etc.), mas o Órgão Central da imprensa da LPS.
38. Os boletins e as demais publicações aplicam a política estabelecida pelo Jornal nas condições específicas para o qual são destinados.
39. A imprensa da LPS, e fundamentalmente o Jornal Gazeta Operária, defende os interesses dos operários e de toda a população oprimida. É um jornal de denúncias políticas que leva o programa revolucionário aos trabalhadores, a fim de organizá-los para a revolução socialista.
40. O Jornal Gazeta Operária tem como função tornar-se o órgão de propaganda onde se materializa o programa da Organização, que tem como objetivo, a partir da análise da situação política, elaborar as palavras de ordem que possibilitem a elevação da consciência e a mobilização dos trabalhadores.
41. Sobre a base da luta real, o Jornal busca favorecer a incorporação dos elementos mais avançados da classe operária à atividade política organizada, com o objetivo de torná-los quadros da LPS e, portanto, da revolução, na defesa intransigente dos interesses da classe operária.
42. A política documentada no Jornal, conforme definida pelos órgãos de direção da LPS, deve ser seguida por todos os militantes e, portanto, por todas as publicações. A atividade de propaganda deve levar em consideração esse e outros materiais, tais como outras formas de propaganda (meios audiovisuais, Internet etc.). Outros meios de agitação e propaganda, sobretudo aqueles que derivam da Internet ou da imprensa das frentes, não devem se opor ao Jornal, mas devem refletir a linha política central, integrando-se à própria imprensa de uma forma ainda mais ampla, e com isso, aumentando a possibilidade de fortalecer a política revolucionária entre os trabalhadores. Somente o Jornal Gazeta Operária, como órgão político central, pode conferir esse tipo de relação: agrupamento político – imprensa – classe.
43. O Jornal Gazeta Operária é publicado em formato de papel e pelo site da LPS, em formato digital, e é o principal mecanismo de relacionamento com os contatos.
44. Para que a LPS cumpra o papel de órgão político a serviço da classe operária, ela luta contra as várias expressões da mentalidade economicista e sua variante, o “regionalismo”. O Jornal político nacional busca contribuir na superação do marco das tarefas meramente locais, que hoje se manifestam, sobretudo, no trabalho nas frentes de intervenção/ categorias.
45. O Jornal tem um caráter político e nacional, pois a burguesia está organizada em um Estado nacional. Todas as matérias “regionais” mostram sua efetiva ligação com a política geral para construí-lo como um órgão de formação política dos militantes, para que estes possam dar repostas políticas aos “problemas locais”. Portando, as matérias “locais” não são predominantes no órgão de agitação, propaganda e organização da militância. Os militantes se organizam na mesma perspectiva.
46. As questões políticas colocadas não negam, e, no sentido contrário, pressupõem, a necessidade de considerar os avanços tecnológicos e as peculiaridades da situação atual. É preciso avaliar, de maneira recorrente e em detalhes a melhor maneira de trabalhar com edições em papel e digital, e o trabalho nas redes sociais, inclusive com as possibilidades relacionadas com audiovisuais. A periodicidade, o balanço entre as matérias de fundo, as notícias e as denúncias. A distribuição nos setores de ponta da classe operária.
47. A tarefa central colocada é o fortalecimento da LPS como um grupo de agitação e propaganda que aglutine os revolucionários em torno do jornal político operário e revolucionário, para todo o Brasil, o Jornal Gazeta Operária, que deve ser usado como instrumento de organização real dos próprios revolucionários e da classe operária. O Jornal é o instrumento fundamental para desenvolver o programa revolucionário da LPS que, longe de ser algo estático, deve ser enriquecido com a análise do dia a dia à luz do desenvolvimento da luta de classes.
48. O foco da atuação da LPS está nos setores de ponta da classe operária. Quando esses setores entram em movimento influenciam profundamente a situação política, como já vimos acontecer no Brasil nos anos de 1970 e 1980, por exemplo.
49. Os revolucionários devem se ligar intrinsecamente às lutas e movimentos da classe operária valendo-se do Jornal Gazeta Operária como principal instrumento. Essas lutas, no entanto, não são constantes. Elas estão sujeitas a fluxos e refluxos e, nesse sentido, se diferenciam da atividade partidária dos revolucionários, que deve ser constante.
“É necessário ajudar as massas, no processo de suas lutas cotidianas, a encontrar a ponte entre suas reivindicações atuais e o programa da revolução socialista. Esta ponte deve consistir em um sistema de REIVINDICAÇÕES TRANSITÓRIAS que parta das atuais condições e consciência de largas camadas da classe operária e conduza, invariavelmente, a uma só e mesma conclusão: a conquista do poder pelo proletariado”. (Programa de Transição, Leon Trotsky)
50. A LPS não faz concessões aos setores da esquerda pequeno-burguesa e da esquerda burguesa, bem como à imprensa burguesa e pró-imperialista afim de criar uma “clientela”, nem defende interesses que não sejam os da própria classe operária.
51. As organizações da esquerda ligadas ao regime burguês que existem hoje, abandonaram há tempo os princípios leninistas de organização, a começar pelo jornal. A maior parte dos jornais dessa esquerda são mantidos como jornais informativos, jornais "amplos" da esquerda ou, em alguns casos, com objetivos de arrecadação etc., o que não têm absolutamente nenhuma relação com a necessidade de estruturar uma organização revolucionária para atuar nos setores de ponta da classe operária. As organizações menores se encontram desligadas da classe operária e, na maior parte das vezes, mergulhadas em tremenda confusão. Há, por exemplo, a confusão entre um jornal operário e um jornal amplo da esquerda; as dificuldades financeiras para sustentar a imprensa; a visão de que o jornal deveria ser escrito por jornalistas e não por militantes; a periodicidade; o conteúdo; a integração à luta revolucionária. Sobre o formato e a facilidade de leitura; sobre a política que deve transmitir etc.
52. O Jornal Gazeta Operária não deverá transformar-se num “jornal amplo” da esquerda, com diversidade de opiniões de classe, abrindo caminho para ideias e políticas alheias aos interesses dos trabalhadores. A tarefa central é colocar em pé a ferramenta de propaganda em cima da qual deve se organizar o partido. O “jornal amplo” perde o caráter de classe marxista revolucionária e se torna, no melhor dos casos, num jornal informativo, aberto para uma “pluralidade de ideias socialistas”.
53. O Jornal Gazeta Operária é voltado aos trabalhadores e não deve, jamais, ficar à mercê de empresas capitalistas, ou seja, não deve se estruturar financeiramente na base de créditos capitalistas, mas sim do financiamento a partir da atuação entre a classe operária.
54. A política defendida pelo Jornal está no Programa da LPS, caso contrário, não terá como ser reconhecido como um órgão marxista revolucionário. Esse princípio deve ser aplicado para todas e demais publicações da LPS, como livros, artigos, revistas etc.
4) O Centralismo Democrático na LPS
55. O Centralismo Democrático representa um dos principais fundamentos organizativos da LPS.
56. O Centralismo Democrático implica na centralização das deliberações e da ação política, junto com a maior democracia nas discussões, para a tomada das decisões e da definição política partidária.
57. A elaboração da política e das decisões deve ser feita impulsionando a ampla participação dos militantes, o que requer a máxima democracia para discutir as posições. O próprio vínculo com o movimento de massas impõe esse funcionamento. Sem democracia interna, não é possível elaborar a linha política de maneira coletiva, que passa pelo confronto de opiniões dos militantes que expressam os setores de massas.
58. Portanto, o componente democracia não deve ser um mero adereço para camuflar um centralismo burocrático. Caso contrário, o “centralismo democrático” será apenas a centralização do poder nas mãos de uma camarilha burocrática em benefício próprio.
59. Uma vez que as decisões tenham sido tomadas pela maioria, depois de esgotadas as discussões, a LPS de conjunto deverá lutar pela aplicação. O confronto com a realidade mostrará, na prática, se elas foram corretas. Caso não o tiverem sido, o dever da LPS, e especificamente da Direção Nacional, será reconhecer o erro imediatamente, por meio da crítica e da autocrítica, ouvir a classe operária e as massas, corrigir o erro, voltar a colocar a política corrigida em prática etc.
60. A aplicação do método da crítica e da autocrítica, conforme nos ensinaram os mestres do marxismo, representa uma garantia muito importante do fortalecimento do trabalho revolucionário. Isto vale para a LPS tanto em relação aos militantes como em relação ao trabalho de massas. A LPS reconhece imediatamente os erros comprometidos, perante a classe trabalhadora e os trabalhadores em geral, e apresenta um plano de correção. Mentir aos trabalhadores, em quaisquer circunstâncias, representa uma traição à classe operária incompatível com a militância na LPS.
61. O Centralismo Democrático implica no trabalho revolucionário integrado, “em equipe”, o que é totalmente oposto aos métodos anarquistas e semi-anarquistas de “cada um tomar a própria decisão”, de ficar à mercê do “movimento” ou das “massas nas ruas”.
62. A figura do “grande líder” é repudiada pela LPS. Ela é típica dos agrupamentos trotskistas que surgiram após o colapso da IV Internacional. Desse período datam figurões como Pablo, Mandel, Moreno, Pousadas e Guillermo Lora, e de todos os agrupamentos pequeno-burgueses e burocratizados. Longos anos de refluxo e de isolamento acabaram quebrando até os mais capazes, como era o caso do Mandel. Outros ficaram completamente loucos, como foi o caso de Pousadas. Guillermo Lora, por sua vez, foi um importante dirigente do movimento operário boliviano que, pressionado pelo refluxo mundial e a crise da IV Internacional, acabou se tornando o grande líder de um partido que evoluiu para um grupo isolado na Bolívia.
63. Todos aqueles que forem eleitos para dirigir politicamente a LPS, da mesma maneira que os demais militantes que também são dirigentes das tarefas específicas e do movimento de massas, devem estar estritamente vinculados ao movimento operário, nas fábricas, nas greves, nas ocupações, nas manifestações etc. A partir daí, a LPS deverá tirar as lições e as experiências para traçar a linha política correta com o objetivo de impulsionar o movimento de massas. A LPS deve se transformar em uma grande “máquina” de agitação coletiva, a serviço da revolução socialista, deve aprender com os trabalhadores, dirigi-los e manter-se profundamente ligada a eles.
64. Todos os militantes da LPS devem estar estruturados nos núcleos e deles fazer parte, com trabalho militante no setor em que o núcleo atua.
5) As tarefas das Secretarias
5.1 Secretaria de Comunicação (SeC)
Jornal Gazeta Operária
65. A LPS deve estabilizar definitivamente o Jornal Gazeta Operária.
a. O Jornal deverá ter frequência semanal a partir da estabilização financeira do mesmo.
b. Conforme a LPS for se fortalecendo, a SeC deverá planejar a redução da periodicidade até torná-la diária.
66. A LPS deve se consolidar como organização em torno ao Jornal Gazeta Operária e não em torno aos sindicatos.
67. A venda do Jornal Gazeta Operária deve ser vinculada ao trabalho com os contatos.
c. As quotas individuais devem ser mantidas (10 jornais mínimo), mas o esforço deve ser direcionado a trabalhar os contatos listados nos núcleos, a partir do Jornal Gazeta Operária, que deve funcionar como “a bússola” da atuação política;
d. As quotas devem ser dos núcleos, tendo como mínimo a base orientada pela Secretaria de Organização;
e. A venda e os repasses do Jornal Gazeta Operária devem ser encarados como o principal instrumento para aplicar a nossa política. Por esse motivo, o balizador fundamental da venda do Jornal Gazeta Operária deve ser os contatos.
68. A formação de quadros para o Jornal Gazeta Operária deve ser considerada como uma tarefa fundamental e prioritária. Mas devem ser quadros revolucionários, vinculados ao movimento operário, e não intelectuais ou pequeno-burgueses diletantes.
a. A SeC deverá formar os quadros operários que se destacarem no processo de lutas. Essa deverá ser a prioridade;
b. Os elementos provenientes da intelectualidade pequeno-burguesa devem ser testados na luta revolucionária e somente devem assumir posições de direção se demonstrarem na prática que assumiram a política da LPS, portanto a política do marxismo revolucionário;
c. Especial cuidado deve ser tomado com os militantes provindos da burocracia universitária ou estudantil, devido ao perigo da penetração da ideologia e política pequeno burguesa nas fileiras da LPS, principalmente na direção da LPS.
69. Neste momento, com o avanço do golpismo, o Jornal Gazeta Operária deve ser um “bastião” de denúncias contra os atropelos cometidos pelos capitalistas, o governo e o imperialismo.
Boletins
70. Os boletins devem ser o instrumento para divulgar a política do Jornal Gazeta Operária nas categorias.
a. Todo boletim deve conter denúncias e matérias políticas;
b. As matérias políticas são fornecidas, ou validadas, pela Secretaria de Comunicação;
c. As denúncias são corrigidas pela Secretaria de Comunicação, de acordo com o procedimento aprovado.
71. Os boletins devem ser estabilizados, em todas as frentes de atuação, e a frequência reduzida de acordo com as necessidades da luta.
72. Os boletins devem ser utilizados para abrir a discussão política com os trabalhadores.
a. O conteúdo deve estar alinhado com o estado de ânimo dos trabalhadores e deve expressar os seus principais problemas dando uma perspectiva revolucionária;
b. Os militantes da LPS devem sempre verificar com os trabalhadores o que eles acharam do boletim e sempre melhorá-lo de acordo com essa avaliação;
c. A discussão política precisará da confrontação com as ideias da burguesia e dos capitalistas, em defesa do nosso Programa e da nossa política, que deve ser a prioridade número um de todos os nossos militantes;
d. Não vincular a discussão do conteúdo do boletim com a política do Jornal Gazeta Operária no trabalho com os contatos representa um desvio “sindicalista” e, portanto, incompatível com a militância na LPS.
73. As denúncias devem tornar-se o mecanismo para sensibilizar os trabalhadores, para indispô-los contra os desmandos dos capitalistas, o que também inclui as empresas e os serviços públicos, sobre os quais pairam que nem abutres.
74. A LPS, por meio da atuação nas categorias, deve tornar-se “campeã mundial” das denúncias. Hoje, devemos nos valer dos problemas menores para colocarmos em movimento os trabalhadores. Amanhã, impulsionaremos a mobilização por grandes questões.
75. A CIPA e outras OLTs devem ser colocadas em ação, imediatamente e com prioridade, para impulsionarmos esse movimento.
76. Todos os militantes devem escrever denúncias. Os trabalhadores devem ser incentivados a enviar denúncias. A LPS deve fazer uma forte campanha nesse sentido.
77. A pauta dos boletins deve ser discutida nas reuniões dos núcleos.
78. A Secretaria de Comunicação deve apoiar o trabalho de escrita.
79. Devem ser organizados núcleos nos setores de trabalho para discutir a campanha de denúncias, como embriões dos núcleos da LPS.
Site da LPS
80. A propaganda na Internet deve ser priorizada.
a. Trata-se de um instrumento onde ainda há certa democracia;
b. Mas está com os dias contados perante o avanço da truculência golpista. (Ler mais em: http://olhardigital.uol.com.br/fique_seguro/noticia/6-projetos-de-lei-que-querem-aumentar-a-censura-e-vigilancia-na-internet/56788)
81. As matérias publicadas no site da LPS devem ser divulgadas intensivamente. Algumas medidas orientadas pela Direção Nacional:
a. Os militantes da LPS devem usar as redes sociais prioritariamente para o debate político;
b. Os militantes da LPS devem priorizar, na atividade da Internet, a divulgação das matérias da LPS (o mais rapidamente possível após a publicação no site) e a política da LPS;
c. Os militantes da LPS devem participar de, pelo menos, um grupo do Whatsapp, de acordo com as orientações da Direção Nacional e do núcleo;
d. Os militantes da LPS devem participar de grupos do Facebook, de acordo com as orientações da Coordenação Nacional e do núcleo.
e. O compartilhamento de matérias de terceiros deverá ser limitado e, quando feito, ser complementado pela posição política da LPS;
f. As publicações pessoais deverão ser feitas de maneira criteriosa, considerando o controle dos órgãos de segurança sobre as mesmas e a necessidade de preservar a política da LPS.
82. A LPS deve gerar dezenas de vídeos com denúncias (de acordo com as metas estabelecidas), com o objetivo de divulgar a nossa política, e divulgá-los maciçamente.
83. A LPS deve realizar hangouts, com a participação de dirigentes da LPS.
84. A LPS deve impulsionar o canal Youtube da LPS.
85. O desprezo pela propaganda na Internet nos priva de um dos poucos espaços onde ainda há certa democracia para divulgar a política e o Programa da LPS.
Novos mecanismos de propaganda
86. A Secretaria de Comunicação avaliará a viabilidade da publicação de várias revistas e encaminhará plano para a Direção Nacional:
a. Teoria;
b. Cultural;
c. Sindical;
d. Juventude;
e. Mulheres;
f. Negros.
87. A Secretaria de Comunicação avaliará a viabilidade da internacionalização da imprensa da LPS.
a. Site em espanhol, francês e inglês, com algumas matérias traduzidas;
b. Avaliar com simpatizantes para colaborar nas traduções.
5.2 Secretaria de Organização e Controle (SeOC)
88. A LPS deve funcionar como uma grande indústria. Com processos, procedimentos, tecnologia, disciplina, produtividade, controle, métricas etc. A LPS busca incorporar tudo o que o capitalismo trouxe de avanços.
89. As posições contrárias à disciplina e aos avanços tecnológicos representam manifestações do “socialismo pequeno burguês”, que é contrário ao avanço da roda da história e, portanto, representa uma manifestação contrarrevolucionária à pressão do imperialismo.
90. A SeOC deve zelar pelo funcionamento da LPS, de todos os organismos partidários, das frentes de luta e a abertura de novas frentes de luta.
a. As principais frentes de luta são: movimento operário, movimento de bairros, juventude, mulheres, negros, movimento camponês e a LPS Cultural.
91. A LPS adota a função de controle: auditoria e controle político sobre a aplicação das decisões. A Secretaria de Organização acumula as funções de Controle.
Construção da Direção Nacional
92. O principal problema relacionado com a construção da LPS, como um dos pilares da construção do partido operário revolucionário, se encontra na Direção Nacional.
a. A LPS precisa de dirigentes atuantes, disciplinados, dedicados à revolução operária. Ou seja, de quadros revolucionários operários.
b. Um dirigente da LPS não pode ser um diletante pequeno burguês que dedica ao trabalho partidário apenas alguns minutos por semana, principalmente se no restante do tempo ficar “atolado” nas questões sindicais ou pessoais.
I. Essa conduta é incompatível com a militância na LPS;
II. Em primeiro lugar, os dirigentes devem dedicar o melhor de si à revolução, a organizar a luta da classe operária contra o capital.
c. Produtividade
I. O trabalho da Direção Nacional deve estar orientado a uma política de resultados revolucionários, em prol da causa da classe operária;
II. A falta de compromisso com resultados políticos e práticos, diletantismo pequeno burguês, em todas as suas expressões, é incompatível com a pertença à Direção Nacional e inclusive com a militância na LPS;
III. A Direção Nacional deve focar os esforços no trabalho de organização, imprensa e finanças, e nas demais secretarias que representam as responsabilidades da atuação da LPS.
d. Qualquer penetração do liberalismo burguês e pequeno burguês nas fileiras da LPS deve ser combatido por meios políticos e organizativos.
e. A LPS como organização revolucionária deve ser construída qual um sistema de engrenagens, de cima a baixo. Por esse motivo, a construção da Direção Nacional, como principal guardiã das decisões do Congresso da LPS, deve ser prioridade organizativa.
f. Os dirigentes da LPS que não cumprirem as decisões do Congresso deverão ser enquadrados num plano de adequação (constando datas e responsabilidades), sancionados e até excluídos, de acordo com os estatutos da LPS aprovados pelo I Congresso da LPS.
g. O fortalecimento da Direção Nacional deve estar no centro das preocupações da LPS. Os militantes da LPS e, fundamentalmente os dirigentes, devem:
I. Ser atuantes e orientados a resultados, principalmente e não somente, na sua área de atuação;
II. Pensar, no grosso do tempo, em construir a LPS;
a) A LPS é favorável a férias, descanso, etc., mas os militantes devem dirigir o grosso das energias à militância revolucionária;
b) Todo dirigente deve direcionar o melhor das ideias à construção da LPS.
III. Colocar TODA a atuação política como suporte para a construção da LPS;
IV. Buscar se transformar em quadros: militantes revolucionários profissionais;
V. Ser capazes de formar outros quadros;
VI. Considerar:
a) A defesa do Programa e da política da LPS, aprovados no I Congresso da LPS, como sendo a prioridade número um;
b) O Jornal Gazeta Operária como o militante número um;
c) A disciplina revolucionária como questão de honra e muito prioritária;
d) As finanças partidárias como componente fundamental da construção revolucionária;
e) O combate à pressão pequeno burguesa no centro da luta revolucionária. Conforme Engels orientou, a luta revolucionária não é somente política (e muito menos sindical), mas conta com três componentes: a luta ideológica, teórica e política.
93. Sobre o funcionamento da Direção Nacional:
a. A partir das secretarias
I. Todo dirigente deve participar efetivamente e ativamente de uma das secretarias.
II. Deverá funcionar a Comissão Executiva da Direção Nacional, com o objetivo de garantir o trabalho contínuo da Direção.
b. Objetivo
I. Organizar a LPS em escala nacional e mundial.
c. A formação deve se dar por meio de:
I. Reuniões;
II. Formação de suplentes;
III. Construção e estudo do Jornal Gazeta Operária;
IV. Estudos teóricos e técnicos;
V. Atividade prática.
d. Comunicação
I. Todos os dirigentes devem participar das reuniões da Direção Nacional e suas secretarias;
II. Os dirigentes dos outros estados devem participar pelo mecanismo de teleconferência aprovado.
94. Métricas e controles
a. Todos os dirigentes recebem um conjunto de tarefas nas reuniões da Direção Nacional, recomendadas pela Secretaria de Organização e Controle e validadas pela Direção Nacional.
b. Todas as tarefas atribuídas devem ser mensuráveis (possíveis de serem medidas).
I. O acompanhamento é feito semanalmente por meio dos “relatórios de atividades”.
II. O balanço deve ser feito na reunião da Direção Nacional, que acontecerá, fisicamente, no máximo, a cada dois meses.
c. O andamento das tarefas, as dificuldades, os instrumentos e os apoios necessários devem ser discutidos, fundamentalmente, nas reuniões semanais das Secretarias da Direção Nacional.
d. A Secretaria de Organização e Controle (SeOC) controlará a execução das tarefas dos dirigentes, em cima de relatórios (planilha).
I. Os dirigentes enviam os relatórios de atividades uma vez por semana à SeOC.
II. A SeOC encaminha as discussões específicas nas reuniões plenárias das secretarias e na reunião plenária da Direção Nacional.
Os núcleos
95. Todos os militantes devem agrupar-se em núcleos, de acordo com os três princípios orientados por Lenin: aceitar o Programa, militar numa das organizações e cotizar.
96. O fortalecimento dos núcleos da LPS passa, em primeiro lugar, pelo fortalecimento dos órgãos dirigentes nacionais e dos próprios núcleos.
97. O trabalho dos núcleos deve estar centrado nas denúncias das categorias onde atua, por meio da imprensa, e no trabalho com os contatos. Esses aspectos fazem parte de uma ação única: divulgar a política da LPS nas condições concretas.
a. Realizar um trabalho estritamente, ou prioritariamente, sindical é considerado como um desvio incompatível com a militância na LPS;
b. Todos os militantes da LPS devem estar concentrados, focados em aplicar a política da LPS, em se valer da atuação nas categorias para levar a política da LPS;
c. Os militantes liberados pela LPS devem dirigir suas atividades para o fortalecimento dos quadros da LPS em prol da luta revolucionária da classe operária;
d. As contratações de funcionários pela LPS devem ter como principal critério, junto com a qualificação técnica, dirigir as atividades para o fortalecimento dos quadros da LPS em prol da luta revolucionária da classe operária;
e. A incompatibilidade com as diretrizes estabelecidas acima devem ser examinadas pela SeOC que apresentará um plano de adequação à Direção Nacional;
f. Todas as tarefas definidas pelo I Congresso da LPS deverão ser aplicadas pela Direção Nacional e por todos os militantes. Deverão ser prestadas contas no próximo Congresso, nas Conferências e nas reuniões da Direção, ou respondendo às solicitações dos núcleos e demais organismos, por meio dos mecanismos organizativos partidários.
98. Os contatos dos militantes com simpatizantes, aliados ou até adversários devem ser planejados no núcleo, de acordo com a política da LPS.
a. Caso seja necessário, o núcleo solicitará a ajuda da Direção;
b. As ações realizadas deverão constar na Ata;
c. As Atas devem ser enviadas para a Secretaria de Organização e Controle, imediatamente após a realização da reunião e seguindo o padrão estabelecido na Circular Interna;
d. O improviso e as ações individuais devem ser consideradas como fatores de implosão da disciplina partidária;
e. A SeOC e a Direção devem acompanhar com muito cuidado o funcionamento dos núcleos, as atas e os demais instrumentos, aplicando o Centralismo Democrático e demais mecanismos da democracia partidária, em defesa dos interesses revolucionários da classe operária
99. Os militantes de base devem atuar como engrenagens da Direção, no sentido estabelecido nas teses do Centralismo Democrático, como parte de um corpo único.
100. Os Coordenadores dos núcleos recebem um conjunto de tarefas e métricas, da SeOC.
a. As tarefas devem ser distribuídas entre os militantes,
III. As tarefas devem ser discutidas com os militantes;
IV. O Coordenador deverá providenciar os instrumentos, apoios e mecanismos necessários para a execução das mesmas;
V. Caso seja necessário, adequações poderão ser alinhadas, mas dependerão da validação da Secretaria de Organização e Controle;
VI. O Coordenador cobra dos militantes a execução das tarefas e o cumprimento das métricas semanalmente;
b. A SeOC cobrará semanalmente a execução das tarefas dos coordenadores. Os coordenadores devem apresentar os resultados na planilha correspondente.
101. Estabelecimento de definições claras sobre quem é militante da LPS:
a. A LPS se constrói como um partido de quadros, vinculado à luta de classes real;
b. Aqueles que se consideram como militantes da LPS, mas não militam nas suas fileiras, devem ser excluídos da qualidade de militantes. Esta condição deve ser considerada uma honra e somente para aqueles que forem admitidos para realizar um trabalho sério e disciplinado;
c. Para os simpatizantes, a Direção Nacional da LPS deve encontrar uma forma (uma política) para aproximá-los e até uma denominação específica para diferenciá-los dos militantes;
d. A Direção Nacional deve refazer a conversa com os simpatizantes da LPS que não militam e, principalmente, com aqueles onde o grau de confusão, oportunismo e sectarismo é mais grave.
102. Recrutamento
a. A LPS repudia os métodos de “pressão absoluta” burocrática dos líderes sobre os militantes. A LPS busca construir uma organização de quadros revolucionários conscientes;
b. O mecanismo fundamental de recrutamento deve ser estabelecido a partir da organização das lutas dos trabalhadores nas categorias fundamentais;
c. A SeOC deve ajustar os critérios de recrutamento, a partir dos contatos, com o objetivo de adequá-los à evolução da situação política, de acordo com os estatutos e protegendo a integridade da LPS;
d. A relação com os contatos deve ser estabelecida por meio do Jornal Gazeta Operária.
103. Integridade da LPS
a. O avanço do golpismo no Brasil e do fascismo nos países desenvolvidos impõe a necessidade da LPS ter como prioridade a continuidade de funcionamento mesmo em condições de ataques frontais contra a Organização, se tratem de medidas jurídicas ou policiais;
b. A Direção Nacional da LPS deve estruturar os mecanismos adequados para garantir a segurança da Organização nas manifestações de rua e nos seus locais de atuação;
c. A Direção Nacional da LPS deve garantir a continuidade da existência da LPS como máquina de agitação e propaganda revolucionária mesmo se for ilegalizada.
Frente única
104. A LPS aplica políticas de frente única para o desenvolvimento da luta revolucionária, priorizando as organizações que não estejam integradas ao regime burguês.
105. A prioridade da política de alianças deve ser a organização dos trabalhadores de maneira independente de todos os setores da burguesia e nunca os conchavos com a burocracia sindical e os partidos oportunistas.
5.3 Secretaria Sindical (SeS)
106. A LPS entende, em termos políticos, o caráter dos sindicatos hoje e como deve ser dese¬nvolvido o trabalho político neles.
a. Todos os militantes devem ler e entender o folheto “Os sindicatos na época da decadência imperialista” (1940), Leon Trotsky,
(Disponível em: https://www.marxists.org/portugues/trotsky/1940/mes/sindicato.htm;
E os Escritos de Trotsky sobre os Sindicatos);
b. Todo o trabalho sindical deve estar orientado a fortalecer a LPS em escala, no mínimo, nacional;
c. A SeS orienta os militantes sobre as tarefas sindicais fundamentais e como colocá-las a serviço da luta política da LPS.
107. A pressão sobre os sindicatos tem aumentado muito e deverá crescer ainda mais, por meio do Ministério do Trabalho, das terceirizações etc.
a. A LPS deve desenvolver mecanismos sobre como atuar nos sindicatos no próximo período;
b. A LPS deve desenvolver mecanismos urgentes para organizar os trabalhadores terceirizados, priorizando a unificação das lutas dentro de cada categoria e com os demais setores.
108. A SeS, junto com a SeO, deve garantir que todos os sindicatos, oposições sindicais e demais organismos sindicais (CIPAs, OLTs etc.) estejam funcionando. A incorporação ao trabalho real e concreto é o principal mecanismo de incorporação de militantes pela LPS.
Desenvolvimento do trabalho nacional
Correios
109. A principal categoria nacional onde a LPS deve atuar, neste momento, é nos Correios devido à evolução da situação política que impõe trazer resultados rapidamente.
110. Os objetivos fundamentais do trabalho nos Correios são:
a. Fortalecer um polo de resistência contra o “ajuste” e o golpismo;
b. Facilitar o desenvolvimento do trabalho nas demais categorias de ponta;
c. Facilitar o desenvolvimento do trabalho mundial;
d. Fundir a política da LPS com as categorias de ponta da classe operária. Isto deve ser feito por meio da imprensa e do trabalho de contatos. Deve se expressar, em primeiro lugar, na política de recrutamento e NUNCA na propaganda sindical genérica;
e. O trabalho sindical deve ficar ESTRITAMENTE sob o controle da política da LPS.
111. O foco da atuação deve se concentrar, prioritariamente, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com o objetivo de organizar a LPS a serviço da luta revolucionária da classe operária.
a. A atuação nos demais locais deverá ser considerada como prioridade não fundamental, mesmo quando houver a possibilidade de conquistar sindicatos;
b. Exceções deverão ser consideradas caso a caso, principalmente nos locais onde a LPS mantiver uma atuação militante revolucionária;
c. Todo apoio nos demais estados deve estar condicionado a uma política orientada a resultados.
112. A Direção Nacional deve manter atualizada a política da LPS em relação a aliados e à burocracia, orientada ao desenvolvimento da luta pela base.
113. O instrumento fundamental de trabalho deve ser o Boletim Nacional.
a. Inicialmente, deverá ser distribuído com frequência quinzenal, nos principais setores;
b. O objetivo fundamental relacionado com a distribuição do Boletim Nacional será o desenvolvimento do trabalho de contatos para estruturar núcleos da LPS;
c. Devido à criticidade, o trabalho deverá ser acompanhado de perto e ficar sob a responsabilidade da Direção Nacional, por meio da SeS;
d. Focar o trabalho no “sindicalismo” ou na propaganda em abstrato, desligados das tarefas e métricas estabelecidas pela Direção Nacional da LPS, deve ser considerado como uma falha grave e requererá a ação imediata da Secretaria Sindical e da Secretaria de Organização e Controle. A persistência na política “sindicalista” é incompatível com a militância na LPS e implicará em sanções, inclusive na expulsão da LPS, de acordo com o Programa e os Estatutos aprovados no I Congresso da LPS.
Outras categorias
114. A LPS deve desenvolver mecanismos com o objetivo de impulsionar o trabalho em outras categorias nacionais de ponta.
115. O trabalho deve ser planejado em escala nacional,
a. Em primeiro lugar, o setor da informática e professores;
b. Também, os petroleiros, os bancários e os metalúrgicos;
116. Setores locais devem ser considerados como prioridade não fundamental, a exceção daqueles em que nós atuamos.
117. Focar o trabalho em atividades locais, não nacionais, ou na propaganda em abstrato, desligados das tarefas e métricas estabelecidas pela Coordenação, deve ser considerado como uma falta grave e requererá a ação imediata da Secretaria Sindical e da Secretaria de Organização e Controle. A persistência na política “localista” é incompatível com a militância na LPS e implicará em sanções, inclusive na expulsão da LPS, de acordo com o Programa e os Estatutos aprovados no I Congresso da LPS.
5.4 Secretaria de Finanças (SeF)
118. As finanças da LPS devem ser consideradas como um componente extremamente importante da vida partidária para viabilizar o desenvolvimento do trabalho nacional e mundial, e não simplesmente uma tarefa da SeF.
119. Todos os dirigentes e os militantes deverão se envolver e cuidar das finanças, com especial zelo.
120. O mecanismo fundamental de arrecadação deve estar ligado ao trabalho de contatos, ao recrutamento e ao fortalecimento das relações políticas com os simpatizantes.
121. A arrecadação deve estar vinculada a tarefas concretas como, por exemplo, a viabilização financeira de boletins nacionais, a venda do Jornal e de publicações, e as contribuições dos militantes.
122. O engajamento de militantes, contatos e simpatizantes na arrecadação financeira deve ser considerado como uma atividade política, vinculada ao trabalho de recrutamento e fortalecimento político da LPS.
123. Contribuições de instituições devem ser consideradas como um fator complementar, principalmente orientado ao desenvolvimento de novas frentes.
124. Gastos desnecessários devem ser considerados como uma infração da disciplina partidária e implicará em sanções, inclusive na expulsão da LPS, de acordo com o Programa e os Estatutos aprovados no I Congresso da LPS.
125. A SeF deve ser um órgão militante da LPS, composto por membros que tenham como principais funções:
a. Acompanhar a saúde financeira da LPS;
b. Planejar e propor mecanismos de arrecadação, que devem estar submetidos à construção política da LPS;
c. Garantir que os núcleos estejam estritamente em dia com as suas obrigações financeiras;
i. O principal contato da SeF nos núcleos é o Tesoureiro;
d. Apresentar relatórios e balanços financeiros à Direção Nacional.
5.5 Secretaria de Formação (SeFor)
126. Todos os militantes devem passar pelos cursos da escola de quadros da LPS.
127. Esses cursos devem ser considerados como muito prioritários no caso dos dirigentes, e como prioritários no caso dos militantes.
Sobre a Formação Política dos Quadros da LPS
A formação política, ideológica e teórica dos militantes deve estar no centro das atividades da LPS.
128. A Escola de Quadros tem como objetivo estudar, de maneira organizada e centralizada, os clássicos do marxismo e analisar assuntos relevantes relacionados com as atividades da LPS. A participação na Escola de Quadros é obrigatória para todos os militantes.
129. Os cursos da Escola de Quadros estão divididos nos níveis Básico, Intermediário e Avançado.
Cursos Nível Básico
130. O Nível Básico tem como objetivo promover o estudo dos princípios teóricos básicos do socialismo científico, por meio da análise dos textos fundamentais dos clássicos do marxismo.
131. Curso Básico I, Princípios do Comunismo:
a. “As três fontes e as três partes constitutivas do marxismo” – Vladimir I. Lenin.
b. “Princípios básicos do Comunismo” – Friedrich Engels
c. “O Manifesto do Partido Comunista” – Karl Marx e Friedrich Engels.
d. “Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico” – Friedrich Engels.
e. “O ABC do Comunismo” – Nikolai Bukharin
132. Curso Básico II, Economia Política:
a. “Prefácio da Contribuição para a crítica da economia política (1859)” – Karl Marx.
b. “Salário, preço e lucro” – Karl Marx
c. “O Imperialismo, fase superior do capitalismo” – Vladimir I. Lenin
133. Curso Básico III, Materialismo Dialético:
a. “Teses sobre Feuerbach” – Karl Marx
b. “Concepção Materialista da História” – George Plekhanov
Cursos Nível Intermediário
134. O Nível Intermediário tem como objetivo promover o estudo dos princípios teóricos avançados do socialismo científico, por meio da análise dos textos dos clássicos do marxismo.
135. Curso Intermediário I, Sobre o Partido:
a. “O Que Fazer?” – Vladimir I. Lenin
136. Curso Intermediário II, Sobre a Revolução:
a. “As duas táticas da socialdemocracia russa” – Vladimir I. Lenin
b. “A revolução permanente” – León Trotsky
c. “As Teses de Abril” – Vladimir I. Lenin
d. “A História da Revolução Russa” – León Trotsky
137. Curso Intermediário III, “Frente única” e “Frente Popular”:
a. Lenin sobre Kerenski
b. “IV Congresso da III Internacional (1922)”
c. “Aonde vai a França?” – León Trotsky
d. “Lições da Espanha” – Leon Trotsky
138. Curso Intermediário IV,
a. “Programa de Transição” – Leon Trotsky
139. Curso Intermediário V, Economia Política:
a. “Como ler o capital” – Carlo Cafiero
b. “O Capital” – Karl Marx
140. Curso Intermediário VI, Questões Filosóficas:
a. “Materialismo e empiriocriticismo” – Vladimir I. Lenin
Cursos Nível Avançado
141. O Nível Avançado tem como objetivo promover a análise e o estudo teórico e político de questões específicas do marxismo, vinculadas às necessidades da luta atual.
142. Outros cursos
b. Curso de formação sindical
c. Curso de redação
d. Curso para “captação”: História de Marx, Che e outras personalidades socialistas. Conceitos políticos básicos
Sobre o funcionamento da Escola de Quadros
143. Os cursos poderão ser presenciais (preferencialmente) ou à distância.
144. Os participantes deverão ter preenchido os pré-requisitos para participar de cada curso, respectivamente, conforme as definições da Secretaria de Formação.
145. O desenvolvimento do curso acontecerá de maneira interativa. O instrutor fará uma exposição do tema que os estudantes deverão ter lido ou estudado de antemão.
146. Os estudantes devem se comprometer a realizar todas as tarefas atribuídas pelo instrutor.
147. Ao final do curso, o aprendizado dos estudantes será qualificado.
148. A duração de cada bloco das aulas deverá ser de, no máximo, três horas, com intervalo de 10 minutos.
149. Todos os horários devem ser respeitados.
6. As reuniões na LPS (Luta Popular e Sindical)
150. As reuniões na LPS, em todos os níveis envolvidos, sejam elas da Direção Nacional, das Secretarias, da Redação do Órgão Central, dos órgãos locais, dos núcleos de militantes de base, da Escola de Quadros etc., devem ter como critério fundamental a organização da ação coletiva. Devem ser objetivas, práticas e orientadas a obterem resultados políticos concretos.
151. São repudiadas reuniões realizadas para “bater papo”, “evangelização” ou para ouvir a “sapiência dos líderes”, principalmente quando estiverem desvinculadas do objetivo de organizar a luta dos trabalhadores.
152. As pautas devem ser entregues dois dias antes da realização das reuniões recorrentes. Elas devem ser as mais padronizadas possíveis, de acordo com o padrão da LPS. O primeiro item da pauta da reunião deve ser a avaliação e confirmação dos objetivos da reunião. As pautas devem ter como último item, obrigatoriamente, a avaliação do cumprimento dos objetivos da reunião, se foram atingidos ou não.
153. Os participantes das respectivas reuniões devem se preparar, com antecedência, com o objetivo de contribuir o máximo possível.
154. As reuniões devem ter horário de início, horário de fim e tempo estimado para a discussão de cada tópico, que deverá ser estritamente respeitado. As reuniões não devem ultrapassar o tempo máximo acordado, a não ser excepcionalmente.
155. Cada item da pauta deve ter um responsável, que deve estar preparado para apresentar o respectivo informe. Esse informe nunca deve ser feito de maneira improvisada.
156. A reunião deve ter objetivos e resultados políticos práticos e NÃO se transformar em uma mera troca de ideias ou conversas informais entre os participantes.
157. Toda reunião deve gerar uma ata conforme o modelo da LPS. Essa ata deve ser transformada em arquivo PDF, prévia aprovação dos participantes. Esses arquivos devem ser remetidos à Secretaria responsável.
158. Durante as reuniões, os militantes, grupos de apoio ou simpatizantes devem estar totalmente concentrados na discussão para que os objetivos sejam atingidos no menor tempo possível. O objetivo da LPS é trabalhar com militantes conscientes. Portanto, qualquer tipo de distração, ou realização de atividades alheias à reunião, não condiz com essa premissa. Os militantes conscientes não realizarão outras tarefas que não correlacionadas à reunião, tais como: Facebook, ligações de celular, sair da reunião para realizar outras tarefas, entre outras. É preciso aproveitar o tempo da reunião de forma integral.
159. Todas as reuniões que forem feitas via Internet devem contar com toda a infraestrutura necessária, tais como: um computador apropriado, fone, microfone e web câmera, que deve estar sempre ligada durante a reunião; link de acesso à Internet apropriado; local físico apropriado. A participação na reunião via Internet também requer atenção absoluta de seus participantes, e ainda mais que nas reuniões físicas, para evitar as distrações.
160. Como regra geral, as reuniões recorrentes só poderão ser canceladas com dois dias de antecedência pelo coordenador da reunião. Sobre a não participação de um integrante, se aplicará a mesma regra. Situações excepcionais deverão ser tratadas caso a caso com o dirigente responsável. As reuniões NÃO devem ser “implodidas”, pois elas representam um dos mecanismos centrais do funcionamento da LPS.
161. Todo participante que precisar faltar justificadamente em uma das reuniões, além de ter alinhado na reunião correspondente, ou em casos excepcionais, com o coordenador, deverá entrar em contato com o dirigente responsável, posteriormente, para se informar sobre as discussões, os resultados e as tarefas encaminhadas.
162. Aqueles que faltarem por motivos injustificados poderão ser sancionados de acordo com os Estatutos da LPS, aprovados no I Congresso da LPS.
163. As reuniões com os contatos que se aproximarem da LPS deverão seguir o mesmo padrão das demais, sendo o foco central a discussão da conjuntura em cima do Programa da LPS.
7) Como abordar os Contatos
CASO 1: Ativistas
164. APROXIMAÇÃO: Vincular a crise da categoria, ou frente de atuação, com a crise nacional e mundial.
165. Objetivos:
a. Criar um “senso de urgência”.
b. Considerar que a ÚNICA maneira de ganhar os contatos é por meio da luta política e NUNCA por meio do “amiguismo” ou a troca de favores de qualquer tipo.
166. Exemplo de abordagem: Mostrar que a privatização dos Correios (ou o sucateamento das condições de trabalho), ou das demais empresas públicas, acontece porque as grandes empresas não conseguem mais gerar lucros da produção. Não se abrem mais fábricas, por exemplo; os grandes capitalistas buscam manter os lucros atacando os trabalhadores e saqueando o Estado.
Nos Correios: 1) as agências franqueadas representam 22% do total e levam 45% dos lucros. 2) As terceirizações dos carteiros, atendentes e do setor administrativo. 3) O sucateamento é generalizado, faltam funcionários e os que estão trabalhado são obrigados a trabalhar muito mais. 4) Querem entregar o setor de Encomendas para FedEx, DHL e UPS. 5) O faturamento oficial da Empresa é de R$ 18 bilhões enquanto o faturamento real ultrapassa os R$ 20 bilhões.
167. Destacar os pontos fortes da luta da classe operária:
Objetivo: Passar a mensagem de que os exploradores são muito poucos e que os trabalhadores são muitos: 154 famílias dominam o mundo por meio do controle das 1.100 maiores empresas.
Mecanismo: DEBATER em cima da pergunta “Você acha que dá para fazer alguma coisa?”
Explicar: temos que unir os trabalhadores. Hoje os trabalhadores estão desunidos e paralisados, com medo de perder o emprego etc.
Exemplo sobre como colocar o problema: Mas, o que aconteceria se: 1) Os trabalhadores dos Correios tiverem que pagar mensalidade pelo plano de saúde que impacta 15% do salário. 2) Ameaça iminente de perda do emprego. 3) Perda de férias, décimo terceiro, fim da CLT. 4) Demissões em massa nos Correios, e outras empresas públicas, por conta da privatização?.
Exemplo de abertura de Debate: Não vamos fazer nada? Vamos deixar que um punhado de parasitas roubem todos nossos direitos? Ou vamos nós unir para lutar?
O trabalhador irá explodir em revoltas espontâneas. Isso sempre aconteceu ao longo da história.
Grandes greves acontecerão. O estado tentará apertar, como já o está fazendo por meio da Lei Antiterrorista, o GSI etc.
168. POLITIZAR o Debate: falar do Jornal Gazeta Operária
a. Explicar para os trabalhadores que o que nós falamos sobre a situação política nacional e mundial é o que nos escrevemos no Jornal Gazeta Operária;
b. O papel do Jornal é esclarecer os trabalhadores e orientar a Organização.
169. ENCAMINHAR o que fazer
a. O nosso objetivo deve ser fortalecer o clima de revolta dos trabalhadores, contra o patrão, o governo, o imperialismo e o capital;
b. Repassar denúncias graves para a LPS, com fotos sempre que possível;
c. Verificar com os trabalhadores a “temperatura”, o estado de ânimo e o que eles acham do nosso boletim, das denúncias e do Jornal;
d. Incentivar os trabalhadores a fazer denúncias: verificar que nos sites dos sindicatos, ou mesmo da LPS, há, ou haja, um link para fazer denúncias;
e. Divulgar as palavras de ordem dos nossos boletins, e detectar como elas repercutem nos trabalhadores. Isto seria: medir o estado de ânimo dos trabalhadores para ajustar a nossa atuação política;
f. Fazer reuniões para organizar o trabalho com os ativistas, mas lembrando que a amarração somente pode ser prática, como, por exemplo, por meio das CIPAs ou OLTs. Devemos já tirar uma data convidando outros ativistas, mas com cuidado;
g. Explicar que os trabalhadores não são “burros e pelegos” como a burocracia fala. Eles estão embrutecidos por causa da pressão dos patrões e a contenção da burocracia, que é um instrumento a soldo dos patrões. Conforme a crise avança a corrente que amarra os trabalhadores tende a se enfraquecer.
h. O trabalhador não aprende com “aulinha”. Ele aprende na “PORRADA”, por meio dos ataques da burguesia. Por isso, o nosso papel é estruturar as palavras de ordem que orientarão os trabalhadores.
CASO 2: Como abordar os trabalhadores na entrada da fábrica ou empresa:
170. distribuir o boletim e ir falando as palavras de ordem.
Objetivos: Criar um clima de revolta; pegar os contatos.
Se pararem para uma conversa. Anotar contatos. Nome, Email, WhatsApp
CASO 3: Como discutir política com os contatos?
171. Começar uma conversa pelo problema dele no local de trabalho, ir elevando a conversa para o problema geral, político, fazendo o vínculo do problema dele com o problema geral. Exemplo: sucateamento, privatização. E sempre fechar com a política da LPS: o objetivo deve ser ganhar o contato por meio da luta política e NUNCA dar aula.
172. Buscar tornar o contato um leitor do Jornal Gazeta Operária
173. Exemplos sobre como colocar o trabalhador contra a burocracia:
a. Se um trabalhador falar da paralisia do Sindicato.
i. Resposta: Nós, como trabalhadores, não podemos deixar que a burocracia, vendida à Empresa, decida nossa vida, pois esses burocratas já estão com sua vida garantida. Se eles não querem lutar, vamos tomar esse sindicato para os trabalhadores e colocá-lo a serviço da luta.
ii. Para isso, precisamos da mobilização dos trabalhadores.
iii. Aplicar as orientações descritas no Caso 1.