Com a PEC 241, agora 55, o SUS perderá até R$ 743 bilhões em 20 anos
Por Maria Dolores Zundt
Os deputados que votaram a favor do impeachment para colocar Michel Temer (PMDB) e o PSDB no controle do País, aprovaram uma proposta que, além de congelar os investimentos do governo em áreas como saúde, educação e outras, irá afetar a regra de reajuste do salário mínimo. Com a desculpa da crise, vão tirar os benefícios da população para dar dinheiro aos bancos e garantir a fraude da dívida pública.
O que é uma PEC? É uma Proposta de Emenda à Constituição. Ou seja, uma mudança na lei maior do país. A PEC 241 congela as despesas do Governo Federal por até 20 anos e já foi aprovada na Câmara dos deputados. Na véspera da votação, o presidente golpista ofereceu um jantar milionário para “convencer” os deputados a votarem a favor da proposta e contra o povo. Ela ainda precisa ser aprovada em mais duas votações no Senado.
Veja o que teria acontecido na saúde, educação e no salário mínimo, caso esse congelamento estivesse em vigor desde 2005:
Saúde: em 2005 o investimento era de 33 milhões; em 2015 foi de 100 bilhões. Se a PEC estivesse em vigor, o valor investido em Saúde em 2015 seria de 69 bilhões. Uma perda de 228 bilhões, em 10 anos.
Educação: em 2005 o investimento era de 14 bilhões; em 2015 foi de 98 bilhões. Se a PEC estivesse em vigor, o valor investido em Saúde teria uma perda de 350 bilhões, em 10 anos.
Salário Mínimo: que hoje está em R$ 880,00 estaria em R$ 550,00. 330,00 a menos. No Brasil cerca de 70% da população depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde, SUS. E esse serviço precisa melhorar, ou seja, precisa de mais investimentos. Com o congelamento, milhões de brasileiros simplesmente ficarão sem serviço de saúde gratuito.
A imprensa apoia as medidas do governo e tenta convencer a população de que o corte de gastos é necessário. Divulga também que na saúde e educação ele ocorrerá “só” a partir de 2018, como se isso fosse alguma vantagem. São mentirosos. O dinheiro público existe e deve ser gasto com a população. Os corruptos que agora comandam o País não estão preocupados com a gastança do governo. Eles querem apenas desviar os gastos para seus parceiros: os banqueiros e as empresas multinacionais. Destroem o SUS para que a população pague por serviços médicos. O ministro da saúde já fala em Planos de Saúde a preços “populares”. Os que não puderem pagar, morrerão. Querem reformar a previdência para que os trabalhadores, caso queiram se aposentar com algum sossego, sejam obrigados a pagar planos privados aos bancos. Assim também com a educação.
Dinheiro público deve ser investido na qualidade e melhoria de vida do povo pobre. Os governos Lula e Dilma fizeram isso, mas foi pouco. Seria necessário muito mais. Porém, o golpe foi dado para acabarem até com esse básico que o povo conquistou.
É preciso reagir. É necessário ocupar as ruas contra tudo o que esse golpe representa: a venda das riquezas nacionais, os ataques aos serviços públicos, o fim da aposentadoria, o arrocho salarial. Que os ricos paguem pela crise que eles produziram.
Somente a luta, nas ruas, em greves, poderá nos defender. Nenhum direito a menos! Não aos golpistas!!
