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Por um 8 de março de luta

O dia 8 de março é oficialmente o Dia Internacional da Mulher. A data representa a luta da mulher trabalhadora contra a opressão capitalista e foi proposta pela socialista Clara Zetkin, em 1910, durante a II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhagem, mas só começou a valer oficialmente em 1911. O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909, nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória do protesto das operárias da indústria do vestuário de Nova York contra as más condições de trabalho.

As operárias lutavam, entre outras coisas, por melhores condições de trabalho, redução da jornada para 10 horas diárias, equiparação salarial, tratamento digno etc. Ou seja, levantavam uma série de bandeiras democráticas. No entanto, foi somente no ano de 1975 que a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).


2017: muitos ataques e muitas lutas


Se no século XIX as operárias da fábrica têxtil tiveram que lutar pela redução da jornada de trabalho, equiparação salarial e melhores condições no emprego, agora, em 2017, a situação parecer não ser muito diferente. O mundo está vivendo uma das maiores crises do sistema capitalista e, como resultado desse colapso, a população trabalhadora enfrenta um dos maiores ataques aos seus direitos. Um enorme retrocesso que coloca os trabalhadores em situação de miséria, tal como se via nos séculos passados.

No Brasil, por exemplo, o governo golpista encabeçado por Michel Temer está prestes a aprovar o fim dos direitos trabalhistas, jornada de trabalho de 12 horas diárias e o fim da aposentadoria pública. Isso sem falar na entrega das riquezas e empresas nacionais para as mãos dos monopóliosimperialistas.

Para as mulheres, especificamente, esses ataques vêm acompanhados de uma imensa empreitada machista e miogênica, que busca o embrutecimento doméstico do setor que representa mais da metade da população, com o objetivo de reduzir a participaçãodas mulheres na luta contra o capital. A campanha para que as mulheres sigam o padrão de "bela, recatada e do lar", representa, em outras palavras, que elas devem voltar para a “beira do fogão” e perder todos os direitos duramente conquistados.

Um exemplo dessa aberração foi a fala do relator da reforma da Previdência, o deputado Arthur Maia (PPS-BA), que defendeu que apenas as mulheres casadas poderiam se aposentar mais cedo que os homens. Isso, na prática, significa o fim da aposentadoria para as mulheres, uma vez que as mulheres casadas já seriam beneficiadas com pensão pela morte do cônjuge – valer lembrar que pelas novas regras não será possível acumular aposentadorias.


Resistir aos ataques e ampliar as lutas


Apesar das mulheres possuírem pautas específicas, o fato é que a libertação feminina apenas acontecerá com a revolução socialista. Trata-se de umdos componentes da luta de classes. Não por acaso, a investida contra as mulheres tem sido promovida a mando dos monopólios – mesma política que estão aplicando contra a classe operária de conjunto. Não é nenhuma coincidência que o cerco contra as mulheres está aumentando no período de maior crise do capitalismo, quando se coloca a tarefa de esfolara população trabalhadora de todas as formas. As mulheres representam metade dessa população e, como não poderia ser diferente, atacar os direitos dessa importante parcela é uma das prioridades.

No entanto, as mulheres começam a dar claros sinais de mudanças. Nos Estados Unidos, por exemplo, a “Marcha das Mulheres”, organizada em janeiro desse ano pelo Partido Democrático contra o governo de Donald Trump, foi além do esperado. O que era para ser uma espécie de “showmício”, como os que são organizados pela burocracia sindical no Brasil, acabou arrastandocentenasde milhares de mulheres às ruas, impulsionando atos em diversos países.

Diante desse evidente cenário de lutas que começa a aparecer de forma “dispersa” e espontaneamente, a direita organiza seus mecanismos de controle. No Brasil, a burocracia, na tentativa de implodir a greve geral do dia 15 de março, “aposta as fichas” no dia 8 de março. O objetivo da manobra é tentar impedir alguma mobilização efetiva das mulheres, que poderia impulsionar a greve geral e, ao mesmo tempo, esvaziar as atividades do dia 15 de março.

O que está colocado para as mulheres e para a classe operária em geral é a ruptura com as barreiras impostas pelas burocracias. É preciso organizar um 8 de março de luta, que mobilizeas mulheres e que impulsionetodos os setores oprimidos da sociedadenas ruas contra os ataques impostos peloimperialismo.


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