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A verdadeira corrupção

O capitalismo é um modo de produção que se encontra na fase terminal. Tudo, absolutamente, nasce, cresce, se desenvolve, entra em decadência e morre. Não existe nada que não morra. Se existisse alguma coisa que não morresse como, por exemplo, a propaganda diz com relação ao capitalismo, que se trataria de um sistema eterno, somente existiriam duas coisas na história do universo que seriam infinitas: o capitalismo e Deus. Como isso é absurdo, é preciso entender a etapa em que o capitalismo está hoje – uma etapa de decadência total. O líder da Revolução Russa, Vladimir Ilich Lenin, no livro que escreveu em 1917, o "Imperialismo Fase Superior do Capitalismo", já dizia que o grande capital não se sustenta sem o que ele chamou de “capitalismo de Estado”, que significa o controle com mão de ferro do Estado burguês. Nenhuma das 30 mil maiores empresas mundial, que são controladas pelas 157 famílias que dominam o mundo, têm condições de funcionar sem saquear de maneira recorrente o Estado. A livre concorrência já não existe mais, como tal, há pelo menos 120 anos. Portanto, se essas empresas dependem do controle do Estado, existe alguma mínima possibilidade dessas grandes empresas não serem corruptas? Essa probabilidade é igual a zero porque a corrupção é intrínseca ao sistema capitalista. 


Corrupção “ilegal” e “legal”

Normalmente, entende-se por corrupção as situações em que uma empresa paga propina a um determinado político para obter vantagens, por exemplo. Mas o grosso da corrupção é a legalizada, ou seja, as que ocorrem a luz do dia. As grandes empresas compram os políticos e, por meio deles, impõem as leis que eles bem entendem. As ações posteriores funcionam em cima dessas leis. A título de exemplo, há o fato de que a CIA representa o maior cartel de drogas do mundo há várias décadas e o maior provedor das verbas secretas do imperialismo norte-americano. A CIA controla o cultivo da papoula no Afeganistão, que é a matéria prima da heroína; há várias fotos e vídeos na Internet mostrando soldados dando proteção nesse sentido.O fato das grandes empresas em todos os países do mundo conseguirem obter a massa de recursos que eles bem entendem a taxas de juros de quase zero é uma operação legalizada da mesma maneira que os trilhões de dólares repassados para salvar os monopólios da bancarrota, dentro da política do TBTF (Too Big To Fall, ou “muito grandes para falirem”, em inglês).O Brasil exporta o minério de ferro por 20% do valor. A nota fiscal vai para Zurich (Suíça), ao invés da China, onde os restantes (80%) são adicionais e esses títulos entram na especulação financeira, principalmente nos nefastos derivativos financeiros.O IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo), controlado pelos monopólios petrolíferos compraram, em 2009,  meio Congresso Nacional para esvaziar o marco regulatório do Pré-Sal, como de fato aconteceu.A corrupta e nunca auditada dívida pública consome mais de 43% orçamento federal. E os exemplos são inúmeros porque o sistema capitalista como um todo é intrinsicamente corrupto. 


Quem é o corrupto?

A “corrupção” que a campanha da imprensa golpista tem mostrado é exclusivamente a corrupção das empresas nacionais sobre os políticos brasileiros que faz parte do sistema político estruturado pela Constituição de 1988, após o fim da Ditadura Militar. Portanto, essa propaganda denuncia a corrupção contra um setor determinado de capitalistas sob a pressão de outro setor burguês, o capital imperialista, que está impondo o desmantelamento, a implosão, praticamente, das empresas nacionais. A delação da JBS, que aconteceu no início do mês de maio, não foi obra da JBS. Existia, em andamento, um acordo de leniência, ou seja, de delação premiada, entre a JBS e o Departamento de Justiça norte-americano, nas condições em que a JBS já tinha quase se mudado para os Estados Unidos, onde tinha aberto 56 fábricas, que empregam 90 mil trabalhadores, e investido US$ 17 bilhões, e, portanto, tinha se transformado, na prática, em uma empresa norte-americana. De acordo com uma denúncia recente, havia uma armação entre o FBI, a CIA, o Departamento de Justiça, por um lado, e a JBS pelo outro, para fazer uma armadilha contra Michel Temer. Na visita planejada a Nova Iorque, Temer iria à cobertura de Joesley Batista, onde seria grampeado. Essas operações contavam com a conivência da Procuradoria Geral da República. Tais informações, e outras, confirmam que as denúncias de corrupção como um todo fazem parte de um grande esquema armado a partir dos Estados Unidos contra o Brasil e, principalmente, contra os trabalhadores.As denúncias da JBS foram contra todos os partidos políticos brasileiros integrados ao regime, desde o PT até o PSDB, passando pelo DEM, pelo PMDB,  PSB, PSD, e mais 22 partidos, 1.829 políticos e mais de 250 congressistas. De fato, trata-se de uma declaração de guerra contra o regime político atual que coloca em pauta a sua recomposição que só pode ser para impor a terceira etapa do golpe, uma ditadura burocrática policial, de cunho bonapartista. O objetivo é aplicar a enxurrada de ataques colocados contra os trabalhadores e segurar a reação popular por meio da violência física.


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