O último sábado, 24, foi o quarto dia de protestos contra o governo Bolsonaro. Assim como os dias 29 de maio, 19 de junho e 3 de julho, este último foi organizado pela “Frente Fora Bolsonaro”, formada por partidos de esquerda, movimentos sociais e centrais sindicais. Mais uma vez, milhares de manifestantes estiveram nas ruas das principais cidades do País, e também no exterior, para protestar contra a política genocida do governo brasileiro.
O ato do dia 24 mostrou um amadurecimento da luta organizada. Apesar de as manifestações terem sido menores, foi visível a maior participação de trabalhadores organizados, que levaram suas reivindicações às ruas, como a luta contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, da Reforma Administrativa, e as privatizações. Por todo o País os trabalhadores dos Correios se destacaram nos atos, em sua luta contra a venda da estatal.
Era esperado que, após três edições sem que se apresentasse uma política concreta de enfrentamento ao governo, os atos perdessem fôlego. Isso está relacionado, também, com o esgotamento do modelo de manifestações festivas e aos sábados. Neste sentido, o recuo do dia 24 aponta o caminho a ser tomado pelas lideranças das organizações que verdadeiramente exercem influência sobre as bases dos trabalhadores, que deverão convocar mobilizações em dias de semana e convocando a greve geral.
Outra característica dos atos do último sábado foi a de mostrar que as tentativas dos partidos de direita de se infiltrar na luta pelo Fora Bolsonaro não deram certo e a presença do PSDB, no dia 3, por exemplo, foi substituída, no dia 24, por mais bandeiras vermelhas e palavras de ordem que atendem aos interesses dos trabalhadores.
Para manter a luta nas ruas será preciso dar os próximos passos. Contra a aprovação da PEC 32, cujo objetivo é destruir o Estado como provedor de bem-estar social, acabando com direitos dos servidores públicos e da população que depende de seus serviços, as Frentes em Defesa dos Servidores, construídas em vários estados pelas centrais e sindicatos de diferentes categorias, preparam um Encontro Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Setor Público, com atividades online nos dias 29 e 30 para definir um plano nacional de luta. No próximo dia 03 de agosto, retorno das atividades parlamentares, está previsto um ato nacional, presencial, em Brasília.
É preciso construir material de propaganda, debater com a população os efeitos nefastos da atual política econômica, estabelecer encontros nacionais para unir forças de enfrentamento ao governo genocida de Bolsonaro e à toda a política neoliberal de ataques à soberania nacional e aos direitos sociais e trabalhistas. Pela convocação de assembleias das categorias na mira das reformas e das privatizações e organização da Greve Geral, a arma de defesa mais importante da classe trabalhadora!