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Agronegócio financia apoio à Bolsonaro

O último dia 07 de setembro foi marcado por manifestações golpistas bolsonaristas. A estratégia de encher os atos tinha o objetivo de demonstrar força política, principalmente depois de Bolsonaro perder popularidade e aparecer atrás de Lula nas pesquisas de opinião sobre a corrida eleitoral de 2022. Ocorre que os atos não conseguiram alcançar as expectativas dos organizadores, mesmo com o investimento massivo do agronegócio.

Entre as pautas das manifestações estavam o ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) e o voto impresso para as eleições de 2022. Para demonstrar força, a organização e infraestrutura das manifestações contaram com o aporte financeiro de empresários e políticos ruralistas. Além de arcar com o transporte, hospedagem e alimentação dos manifestantes, o agronegócio também garantiu o pagamento de um valor em dinheiro para quem comparecesse aos atos. 

Em vídeo compartilhado nas redes sociais é possível ver, em um ônibus que conduzia pessoas de Pompéia, interior de São Paulo, à Brasília, um homem não identificado distribuindo dinheiro, camisetas e passagem de ônibus para manifestantes. A empresa de ônibus Santo Antônio Turismo, que aparece no vídeo, confirmou que houve a contratação de seis ônibus da frota pela Jacto Máquinas Agrícolas Jacto S.A, sediada em Pompéia – SP e comandada por Ricardo Nishimura, que é mencionado por um manifestante durante a filmagem. A empresa teria patrocinado transporte, alimentação, camisas e um pagamento de R$ 100 aos participantes. 

A Associação dos Produtores de Soja no Brasil - APROSOJA, presidida por Antônio Galvan, um dos maiores produtores de soja do País, também bancou os gastos das manifestações, incluindo o acampamento e três refeições no Rotary Club. 

Há, também, fortes indícios sobre o uso de dinheiro público nos atos pró-governo. Isso porque o caminhoneiro bolsonarista, Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, se encontrou com o General Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e Gilson Machado, ministro do Turismo, no Palácio do Planalto, alguns dias antes do ato.

O agronegócio é um dos setores mais beneficiados pelo governo de Jair Bolsonaro. Durante seu mandato, Bolsonaro investiu R$ 121 milhões para associações, sindicatos rurais e cooperativas ligadas ao agronegócio. Destinou verba do Ministério da Agricultura, Economia e Defesa para custear eventos do setor agrícola, como Agrotec Show Feira Agrotecnológica de Negócios, no Mato Grosso, e a 51ª Exposição e Feira Agropecuária de Castanhal, no Pará. 

Financiar atos bolsonaristas faz parte da troca de favores recorrentes entre o governo Bolsonaro e as bancadas ruralistas, ligadas ao agronegócio exportador e predatório, que querem garantir o direito de avançar o desmatamento, o garimpo e o desmantelamento da legislação ambiental. Enquanto o setor do agronegócio compra a manutenção de seus privilégios, Bolsonaro retira dinheiro da Saúde e Educação, viabiliza a venda de estatais lucrativas e aprofunda as reformas neoliberais, como as trabalhistas, previdenciária e administrativa.

Trata-se de um governo entreguista, que age para beneficiar o coronelato ligado aos interesses das grandes corporações imperialistas. Uma política de “terra arrasada” que faz o Brasil retroceder ao seu papel de colônia.

Foto: Reprodução/Internet


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