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SERPRO: ESTATAL DE TECNOLOGIA DO GOVERNO FEDERAL REGISTRA PARALISAÇÕES EM ONZE CAPITAIS E NO DF

Em 10 de agosto de 2022, teve início a greve dos empregados do SERPRO em todo o Brasil. Esta greve reflete o descontentamento dos trabalhadores com a postura da Empresa em mesa de negociação, que até o presente momento coloca em risco direitos e impõe perdas, principalmente financeiras, aos seus empregados.

A novidade da greve é o seu caráter digital. Com assembleias virtuais e com os empregados se desconectando da rede da Empresa, essa inovação desafiadora possibilitou o contato e interação, em tempo real, dos trabalhadores do SERPRO de todo o Brasil. As assembleias diárias virtuais, que acontecem desde o início da greve, têm se revelado momentos de encontro, de troca de experiências, de compartilhamento de conhecimentos, de fortalecimento um no outro e, acima de tudo, de solidariedade entre os participantes do movimento.

Dados importantes trazidos ao debate entre os trabalhadores revelaram, segundo relatório de gestão do próprio SERPRO, que a Empresa estava, ao final de 2021, com mais de R$ 1,8 bilhões em caixa. Dinheiro rendendo juros no banco, capital que não está sendo reinvestido na infraestrutura, tampouco nos empregados que, no fim das contas, são os grandes responsáveis pelos lucros que a Empresa vem conseguindo ano após ano.

Ainda segundo o relatório, o SERPRO resolveu aplicar no mercado financeiro. Só no ano passado, essa quantia acumulada rendeu R$ 40,7 milhões em juros, de acordo com o documento oficial, o que mostra a política de descaso com seus trabalhadores, ao alegar que não tem dinheiro para recompor as perdas inflacionárias. A lógica da gestão é lucros e dividendos para os acionistas e perdas e prejuízo para os trabalhadores. Essa conta não pode fechar assim, e os trabalhadores decidiram mostrar para a Empresa a sua importância e o seu valor cruzando os braços.

A forma como a direção do SERPRO vem tratando a campanha salarial de 2022 tem causado muita indignação nos seus empregados, pois sua contradição é sem limite. Em um informe interno, na disputa de narrativa com o movimento paredista, a Empresa afirmou que está acompanhando a greve com o objetivo de garantir que não haja prejuízo aos serviços operados para os clientes e, principalmente, aos cidadãos. Todavia, decidiu levar os dados dos clientes e dos cidadãos para a nuvem da AMAZON (AWS). Ou seja, a direção do SERPRO continua firme no plano de desmonte da Empresa com vistas à privatização e a migração de dados para a AWS é mais um passo deste plano.

Fonte: https://sindados-mg.org.br/noticias/63-sindados/1849-serpro-estatal-de-tecnologia-do-governo-federal-registra-paralisacoes-em-onze-capitais-e-no-df


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