No dia 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS), retirou a homossexualidade da classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID). O dia ficou marcado como forma de conscientização para que as pessoas não cometam qualquer tipo de violência e discriminação contra o público LGBTQIA+.
O Brasil ainda lidera o ranking dos países que mais matam a população LGBTQIA+ do mundo, pelo 14° ano consecutivo. Esse número é causado principalmente pelas violências às mulheres transsexuais e travestis que constituem um grupo de alta vulnerabilidade à morte violenta e prematura. A expectativa de vida delas é de 35 anos, enquanto a da população em geral é de 75, segundo a Associação Nacional de Travesti e Transsexuais - ANTRA.
O governo anterior influenciou no índice de violência, dado o aumento dos discursos de ódio e preconceito e do conservadorismo moral, normalizando práticas discriminatórias e dando sensação de impunidade diante desses crimes. A lgbtfobia revestida de “direito de liberdade religiosa”, como pregam algumas religiões fundamentalistas que apoiam o bolsonarismo, não pode continuar causando mais vítimas. De acordo com o relatório anual do Grupo Gay da Bahia, publicado em 2020, 329 pessoas LGBTQI+ foram vítimas de morte violenta no Brasil em 2019, sendo que 38% delas eram mestiças e negras. Para a Coalizão Solidariedade Brasil, que publicou o relatório, os anos de gestão de Bolsonaro comprovaram uma deterioração real da situação de direitos humanos e desigualdades no país.
Faz apenas 33 anos que Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais não são considerados como doentes pela Organização Mundial da Saúde e essa conquista é resultado de lutas históricas. É necessário lembrar dessa data, mas não apenas para comemorar. É preciso lutar por mais políticas públicas e conscientização das pessoas, para que o país saia desse ranking violento e que os direitos democráticos do público LGBTQIA+ sejam garantidos como parte da construção de uma sociedade com equidade e justiça.
LGBTFOBIA NÃO É OPINIÃO!
Crédito - Marcelo Camargo, Agência Brasil